Na semana passada escrevi que após a significativa alta do IBOV, de 93 a 102 mil pontos, uma correção era o mais provável para a semana corrente.
O recuo do índice veio, mas numa magnitude muito maior do
que a prevista por mim. Praticamente toda a alta registrada pelo IBOV nas
primeiras semanas de outubro foram zeradas nessa semana. Só na última
quarta-feira, 28/10, o IBOV perdeu 4,25%.
Ontem, quinta-feira 29/10, o mercado reagiu no forte suporte
em 93 mil pontos e deixou um sinal gráfico altista. Porém, no dia de hoje o
IBOV voltou a cair forte e fechou a semana por volta dos 94 mil pontos.
Meus comentários:
Antes de tudo prepare-se para o combate. Fortes emoções pela
frente!
Ainda continuo otimista com o IBOV para os próximos dois a
três meses, mas obviamente, o comportamento do índice nessa semana trouxe muita
dúvida sobre essa possibilidade.
O motivo principal da queda foi a segunda onda da Covid-19
na Europa que derrubou as bolsas mundiais e o petróleo.
É óbvio que a preocupação fiscal no Brasil e as eleições
americanas estão no radar, mas o motivo real foi o avanço da doença. Aguardemos
os próximos desdobramentos.
É provável que tenhamos ainda mais volatilidade na próxima
semana, pois estaremos diante do resultado das eleições americanas. Apertem os
cintos!
E mais. Várias empresas apresentaram resultados melhores do
que o esperado, e mesmo assim, isso não foi traduzido em alta das ações. E isso,
definitivamente, é um sinal ruim para o curto prazo.
Por outro lado, para o longo prazo, o mais relevante para o
preço de uma ação é a evolução dos resultados da empresa: os lucros crescentes
e a maior eficiência são os principais fatores que ditam o maior valor dos ativos.
Isso é inexorável. E mais. A pandemia
vai passar.
Por isso, para os investidores de longo prazo, os momentos
de estresse, como o atual, são excelentes para aumentar a posição nas empresas
de qualidade, sempre com parcimônia e sem exageros. E, como sempre, sugiro que
você faça de modo parcelado.
Do ponto de vista gráfico, o que podemos esperar do IBOV?
Se o IBOV continuar respeitando o suporte em 93 mil pontos
(ontem o mercado mostrou muita força compradora quando tocou esse nível),
existe uma boa chance do índice brasileiro voltar a subir e buscar novamente os
102 mil pontos. E depois, quem sabe, patamares ainda mais altos: 106, 112 e
120 mil pontos.
Agora, se perdermos o suporte em 93 mil pontos, a
situação gráfica ficará muito “feia”, pois poderemos entrar numa tendência de
baixa pelo gráfico semanal: alvo em 82 / 83 mil pontos.
Por enquanto, o meu cenário base é o primeiro, mas o segundo
é totalmente possível (e estamos flertando com ele), especialmente se o mercado
americano continuar caindo, pois nós o seguiremos. Assim, decididamente, ainda não
é hora de bradar “all-in”.
Bons investimentos.
MJR
As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.