sábado, 31 de outubro de 2020

IBOV – novembro. O embate final entre touros e ursos no ano de 2020.


 

Na semana passada escrevi que após a significativa alta do IBOV, de 93 a 102 mil pontos, uma correção era o mais provável para a semana corrente.

O recuo do índice veio, mas numa magnitude muito maior do que a prevista por mim. Praticamente toda a alta registrada pelo IBOV nas primeiras semanas de outubro foram zeradas nessa semana. Só na última quarta-feira, 28/10, o IBOV perdeu 4,25%.

Ontem, quinta-feira 29/10, o mercado reagiu no forte suporte em 93 mil pontos e deixou um sinal gráfico altista. Porém, no dia de hoje o IBOV voltou a cair forte e fechou a semana por volta dos 94 mil pontos.


Meus comentários:

Antes de tudo prepare-se para o combate. Fortes emoções pela frente!

Ainda continuo otimista com o IBOV para os próximos dois a três meses, mas obviamente, o comportamento do índice nessa semana trouxe muita dúvida sobre essa possibilidade.

O motivo principal da queda foi a segunda onda da Covid-19 na Europa que derrubou as bolsas mundiais e o petróleo.

É óbvio que a preocupação fiscal no Brasil e as eleições americanas estão no radar, mas o motivo real foi o avanço da doença. Aguardemos os próximos desdobramentos.

É provável que tenhamos ainda mais volatilidade na próxima semana, pois estaremos diante do resultado das eleições americanas. Apertem os cintos!

E mais. Várias empresas apresentaram resultados melhores do que o esperado, e mesmo assim, isso não foi traduzido em alta das ações. E isso, definitivamente, é um sinal ruim para o curto prazo.

Por outro lado, para o longo prazo, o mais relevante para o preço de uma ação é a evolução dos resultados da empresa: os lucros crescentes e a maior eficiência são os principais fatores que ditam o maior valor dos ativos. Isso é inexorável.  E mais. A pandemia vai passar.

Por isso, para os investidores de longo prazo, os momentos de estresse, como o atual, são excelentes para aumentar a posição nas empresas de qualidade, sempre com parcimônia e sem exageros. E, como sempre, sugiro que você faça de modo parcelado.

Do ponto de vista gráfico, o que podemos esperar do IBOV?

Se o IBOV continuar respeitando o suporte em 93 mil pontos (ontem o mercado mostrou muita força compradora quando tocou esse nível), existe uma boa chance do índice brasileiro voltar a subir e buscar novamente os 102 mil pontos. E depois, quem sabe, patamares ainda mais altos: 106, 112 e 120 mil pontos.

Agora, se perdermos o suporte em 93 mil pontos, a situação gráfica ficará muito “feia”, pois poderemos entrar numa tendência de baixa pelo gráfico semanal: alvo em 82 / 83 mil pontos.



Por enquanto, o meu cenário base é o primeiro, mas o segundo é totalmente possível (e estamos flertando com ele), especialmente se o mercado americano continuar caindo, pois nós o seguiremos. Assim, decididamente, ainda não é hora de bradar “all-in”.

Bons investimentos.

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.





sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Atualização extraordinária do IBOV – Outubro 2020

 


No último post o IBOV estava cotado a 94 mil pontos. Escrevi que era um bom momento para aumentar a posição da carteira em ações, aos poucos, pois estávamos num primeiro suporte.

Após três semanas, o IBOV subiu mais de 8% e mostra sinais claros de força compradora.

O desempenho da bolsa brasileira ainda é um dos piores em 2020, e por isso, uma recuperação mais robusta poderá ocorrer ainda neste ano.

Análise Técnica  

No gráfico diário o IBOV rompeu as linhas de tendência de baixa (linhas vermelhas oblíquas) e buscou o último topo em 102 / 103 mil pontos. Em minha opinião, apesar do cenário altista para os próximos dois a três meses, o mais provável é que o índice passe por alguma correção nos próximos dias para aliviar o estado sobrecomprado (a queda no dia de hoje pode ser o começo deste movimento).



Uma correção seria “saudável” até 97 /98 mil pontos. Daí, ganharíamos força para buscar alvos mais distantes.

No gráfico semanal a situação é ainda melhor para os comprados. A correção nos meses de julho, agosto e setembro foi muito bem-vinda, e agora, temos muito espaço para subir. O estreitamento das bandas de Bollinger prenuncia um grande movimento em breve (por esse indicador não sabemos a direção). Se a alta se confirmar, os alvos iniciais em 105 e 120 mil pontos.



Um ponto muito importante: o setor bancário, que estava adormecido e muito descontado, subiu fortemente e poderá retornar aos níveis pré-pandemia. Talvez, a Petrobrás siga pelo mesmo caminho.

Fundamentos

As eleições americanas trarão muita volatilidade aos mercados internacionais, mas creio que não teremos grandes movimentos direcionais nas bolsas dos EUA nas próximas semanas.

Curiosidade: na última eleição em 2016, o Mercado “preferia” a vitória dos Democratas e chegou a cair 7% na madrugada do dia da apuração, mas após a vitória de Trump, a bolsa americana subiu mais de 50% em 4 anos.

As eleições municipais no Brasil terão pouco impacto na B3, a princípio. E mais. O cenário político nacional me parece mais calmo, o que favorece os ativos de risco neste último bimestre.

Qualquer “promessa” de melhoria no quadro fiscal poderá impulsionar o mercado acionário.

Num cenário de juros “zerados”, os ativos reais de renda variável são menos arriscados (e atrativos) que alguns produtos de renda fixa.

A divulgação dos balanços do 3T poderá guiar o rumo das bolsas.

Por último, sempre é bom lembrar que no mercado financeiro não existem certezas, e sim, probabilidades. Novidades podem surgir a qualquer momento e alterar as expectativas.

Desta forma, não exagere na dose de renda variável!  

Aguardemos. 

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.