terça-feira, 21 de maio de 2013


Como investir seu dinheiro na Bolsa?

Basicamente temos três opções para comprar ações: diretamente pelo home broker, adquirindo cotas de fundos de ações através dos bancos e corretoras ou comprando cotas de fundos de índices (ETFs), títulos estes também negociados via home broker. A melhor opção sem dúvidas é a compra direta dos ativos, pois evitamos as salgadas taxas de administração. Esta forma apesar de mais eficaz, exige maior conhecimento por parte do investidor. Todavia, como veremos nos próximos comentários, é um processo relativamente simples.

Compra direta de ações pelo home broker
A compra ou venda de ações pelo home broker é um processo simples, rápido e seguro. A maioria das corretoras apresentam boletas de fácil execução. Basta inserir o código da ação (VALE5, por exemplo), o número de ações, o valor unitário por cada ação e data de validade da oferta. Após o preenchimento destes dados insira sua senha e envie a ordem. Existem vários tipos de ordem: limitada, a mercado, etc. Em breve comentarei mais sobre o assunto e como proceder para abrir uma conta numa corretora.

Fundos de ações
São fundos de investimentos compostos basicamente por ações de uma ou mais companhias, buscando um rendimento similar à variação destes ativos. Por lei os fundos de ações devem manter em carteira no mínimo 67% de ativos relacionados a ações. Os fundos de ações são administrados por bancos e corretoras, desta forma, você não compra diretamente ações e sim cotas destes fundos.
Estes fundos podem ser uma boa opção para ingressar no mercado de ações, particularmente para quem tem pouca experiência e, principalmente, escassez de tempo para se dedicar ao mercado. A administração do dinheiro aplicado fica a cargo de um gestor profissional, o que teoricamente é um bom negócio. Mas cuidado! As altas taxas de administração cobradas podem embolsar grande parte dos lucros, além de corroer o capital investido nos momentos de queda da bolsa. Portanto, antes de ingressar no fundo de ações compare o desempenho pregresso do fundo com o do IBOV. Avalie também o percentual da taxa de administração. Fundos mais “agressivos” apresentam taxas maiores, porém com perspectiva de maiores retornos. Outra taxa que pode ser cobrada nestes fundos é a de performance. Existem também os fundos menos voláteis que seguem os índices de referência, como o IBOV. Nestes, as taxas são mais camaradas e, portanto, são os mais indicados para os iniciantes. Há fundos que aplicam apenas em empresas selecionadas de segunda e terceira linhas (small caps), sendo mais arriscados e, consequentemente, com retornos mais promissores.

Eis a questão: investir em fundos de ações ou optar pela compra direta de ações?
Tenho convicção que a compra direta de ações através do home broker é a melhor opção, especialmente para aqueles que já têm algum conhecimento sobre o mercado. Não há taxa de administração, os valores de corretagem são baixos, temos um maior controle sobre os dividendos e os valores negociados são instantaneamente conhecidos – valor de mercado. A única e grande desvantagem é que a compra direta de ações exige do investidor um conhecimento mais elaborado sobre o mercado, caso contrário, a chance de prejuízo é enorme.
Em contrapartida, para os pequenos investidores que não podem comprar lotes fechados de ações de uma determinada empresa, os fundos de ações são boas opções de investimentos. 
No início comece pelos fundos de ações, depois migre aos poucos para a compra direta de ações. Evite investir grandes volumes financeiros antes de ter um bom conhecimento sobre o mercado de ações.

A terceira opção: ISHARES (ETFs)
São fundos baseados em índices, ou seja, fundos de investimento em índice de mercado, conhecidos em outros países como ETFs (Exchange Traded Funds). Cada fundo de índice busca um retorno de investimento que corresponda ao desempenho de um determinado índice de referência (benchmark) e têm suas cotas negociadas no mercado secundário, podendo ser negociados livremente pelo home broker. As taxas de administração são atraentes e alguns fundos tem ótima liquidez. Outra vantagem é que o lote padrão é unitário, ou seja, você pode comprar cotas de uma em uma (nas ações os lotes-padrão comumente são 100 unidades, o que demanda maior aporte financeiro).
O BOVA11 é um fundo de índice, cujas cotas são negociadas na bolsa de valores e que busca retornos semelhantes aos ganhos do índice Bovespa (IBOV), pois teoricamente apresenta uma carteira de ações na mesma proporção da composição do Ibovespa. É uma ótima opção para aquele investidor que quer participar do mercado acionário e não deseja correr alto risco de crédito, pois aqui você está comprando um “pool” de ações. Você não fica exposto à apenas uma ou poucas empresas. É verdade que o IBOV nos últimos cinco anos não saiu do lugar, entretanto de 2003 a 2008 houve uma valorização de quase 800%. Um próximo ciclo de alta está chegando. Será? Eu apostaria!
Outro exemplo de ETFs é a SMAL11 que corresponde a um fundo cuja composição está relacionada a uma seleção das melhores pequenas empresas listadas na Bovespa, ou seja, uma seleção de Small Caps.
Dúvidas? Envie sua pergunta pelo site ou facebook.
MJR

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Qual a importância da Bolsa de Valores para o crescimento de um país?

Você já pensou sobre o assunto? A grande maioria das pessoas acredita que o mercado acionário é apenas um jogo especulativo de compra e venda de ações, sem nenhuma importância para a população. Falsa impressão! O principal motivo da existência deste mercado é bem diferente. Uma Bolsa de Valores forte é pré-requisito básico para o crescimento e desenvolvimento de um país. Todos os países desenvolvidos possuem um mercado de ações sólido e com ampla participação da população. Esta é a regra! 

De uma forma geral, os investidores brasileiros – pessoas físicas – entram na Bolsa pensando apenas no curto prazo. Assim, perduram por muito pouco tempo e geralmente perdem grande parte de suas economias. Desde 2010 houve uma queda significativa do número de pessoas físicas que investem diretamente em ações no Brasil. Tenho certeza que as razões principais são o total desconhecimento do mercado por parte da população e o fraco resultado do IBOV nos últimos cinco anos. As pessoas tendem a investir em ações apenas no auge da euforia do mercado e da mídia, quando os mercados estão prestes a uma correção (queda nos preços). Foi assim no biênio 2007 / 2008: recorde na entrada de novos investidores. De lá para cá, decepção total! Recentemente li uma entrevista com um alto dirigente da FIESP, onde ele comentou que o valor que a população brasileira dá à Bolsa de Valores é um verdadeiro vexame, o que concordo plenamente. Lembre-se que algumas empresas americanas de grande sucesso (Apple, Microsoft), surgiram em “garagens” e depois cresceram com o dinheiro oriundo da abertura de capital na Bolsa. Esta é a regra nos países desenvolvidos. Aqui no Brasil não temos estímulos governamentais para que pequenas empresas possam participar do ciclo virtuoso que é o mercado acionário.

As empresas maiores e mais “organizadas” quando precisam de dinheiro para novos investimentos buscam na bolsa de valores recursos mais baratos, através da abertura de capital e emissão de novas ações. A ideia central é buscar novos “parceiros”, sem perder o controle acionário da empresa, com o intuito de ampliar os negócios e, por conseguinte, aumentar os lucros no futuro. Todo o dinheiro arrecadado numa Oferta Pública de Ações (IPO), descontado o custo operacional da abertura de capital, vai diretamente para a empresa (mercado primário), sem juros: um ótimo negócio para a companhia! E os minoritários, o que ganham com isso? É a oportunidade de participar de um grande empreendimento, visando o crescimento da empresa e a participação nos lucros. Para o país a equação é ainda mais vantajosa, pois novos investimentos geram mais empregos, maior renda e arrecadação de tributos. Entretanto, para que esta matemática aconteça é preciso TEMPO: não tem como ser diferente. No Brasil não temos a cultura de investimentos de longo prazo. Fomos acostumados por muito tempo com os fartos e fáceis rendimentos de curto prazo, financiados pelo Governo Federal (Taxa básica de juros – SELIC). Porém, a festa acabou! Para conquistarmos rendimentos expressivos teremos que nos arriscar no mercado de renda variável. Mais dias ou menos dias, o Brasil recomeçará sua trajetória de sucesso e desenvolvimento. Basta o Governo Federal não atrapalhar e se possível ajudar: reduzindo a interferência no mercado financeiro, ampliando os investimentos em infraestrutura e, quem sabe, estimulando os investidores minoritários através de benefícios fiscais para os investimentos em Bolsa. A principal missão dos pequenos investidores é entender melhor como funciona este mercado e passar a pensar no longo prazo. Desta forma, poderemos reduzir o grande componente especulativo vigente na BOVESPA, o que prejudica toda a cadeia produtiva e de investimentos.

A partir de agora, nos próximos comentários, vou repassar os conceitos básicos sobre o mercado de ações
e como investir neste mercado! Se preferir, mande suas dúvidas. Bons investimentos! MJR 

   

domingo, 12 de maio de 2013


Fundos Imobiliários – Parte 3                       

FII – Desvantagens:


  • Não servem como garantia para outras operações na bolsa (como exemplo, no aluguel de ações, nas margens operacionais, etc.) ou para alienação fiduciária e hipotecas.
  • Os fundos cobram taxas de administração, porém em geral, menores que 1,0%, ou seja, uma alíquota bem mais camarada, quando comparada a outros fundos.
  •  Alguns fundos ainda têm baixa liquidez.
  • Os fundos de títulos apresentam maior risco de crédito.
  • Crises financeiras e, principalmente, crises no setor imobiliário podem afetar diretamente o valor das cotas e os proventos mensais, especialmente dos fundos de renda.
  •  Risco de vacância dos imóveis que fazem parte do portfólio do fundo.
  •  A alíquota do imposto de renda no caso de ganho de capital sobre a venda das cotas é de 20%. Para imóveis, alíquota de ganho de capital é de 15%. Existe ainda a isenção quando a venda tem como objetivo a compra de outro imóvel, dentro de um prazo de seis meses.

Conclusão

Investir no mercado imobiliário sempre foi e será um grande negócio. Todavia, as boas oportunidades exigem capital robusto, pagamentos à vista e maior conhecimento por parte do investidor. Outros fatores limitantes são as altas taxas de corretagem, os aborrecimentos, os impostos e a questão burocrática: investir em imóveis nunca é uma tarefa fácil! Portanto, tenho total convicção que os FII são ótimas opções de investimento em substituição ao investimento direto em imóveis, especialmente para os pequenos investidores. Desta forma, acredito que os fundos imobiliários têm grande potencial de crescimento no Brasil por serem boas opções de investimentos no mercado imobiliário. Nos últimos anos, 2011/2012, houve um crescimento robusto destes fundos no Brasil e a tendência é muito positiva.  

Mais informações poderão ser obtidas no site www.fundoimobiliario.com.br.

Caso prefira, tire suas dúvidas e mande perguntas através do meu site.

Bons investimentos!

Marcelo Montandon Jr.

segunda-feira, 6 de maio de 2013



Fundos Imobiliários - Parte 2                     
   
O objetivo principal de alguns fundos imobiliários, os chamados “fundos de renda”, é adquirir parte ou a totalidade de grandes empreendimentos, como flats, hotéis, shoppings, edifícios comerciais, escritórios, hospitais, etc. Os lucros são oriundos do ganho de capital, na compra e venda de imóveis, e também do aluguel destes imóveis, com consequente distribuição dos resultados aos cotistas. Outros fundos optam por investir em títulos do setor imobiliário, os chamados “fundos de papéis”, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), etc. Nestes casos os lucros são advindos do pagamento de juros e correção monetária (índices inflacionários: IPCA e IGPM) no vencimento destes títulos. Há ainda os fundos imobiliários que investem em cotas de outros FII – “fundos de fundos” – o que garante uma maior diversificação do portfólio, e os chamados fundos de incorporação: nestes últimos o objetivo principal é construir um grande empreendimento e depois revendê-lo. Eu diria que este tipo de FII é o que tem maior risco e consequentemente a maior possibilidade de ganho. Portanto, antes de comprar qualquer cota de um FII, devemos reconhecer a finalidade do mesmo e se o perfil se encaixa nos nossos objetivos. O regulamento e o prospecto contêm todas as diretrizes do fundo e a leitura dos mesmos é obrigatória para o sucesso do investidor.

Como já dito, as cotas dos FII podem ser compradas e vendidas pelo home broker (como por exemplo, o fundo SHPH11, Shopping Pátio Higienópolis), como se fosse uma ação, exceto aqueles que possuem uma letra “B” no final (BRCB11B), onde somente podem ser negociados em mercado de balcão organizado, porém com regras muito semelhantes ao mercado de ações.
O grande problema de alguns fundos imobiliários ainda é a baixa liquidez. Assim, devemos evitar investir grandes quantias. Uma boa alternativa é diversificar e aplicar em fundos diferentes compondo uma carteira destes ativos.
A seguir, comentarei as principais vantagens dos FII.

FII – Vantagens:

1.     Permite ao investidor aplicar no mercado imobiliário sem comprar diretamente um imóvel, evitando gastos com cartórios, corretagem e o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ISTI), além de outros aborrecimentos.
2.     Diferentemente dos imóveis, as cotas têm liquidez imediata.
3.     Com pouco dinheiro você pode participar de grandes empreendimentos.
4.     As compras das cotas podem ser periódicas, por exemplo, mensais ou trimestrais, aumentando sua participação no fundo.
5.     Regularidade dos proventos: geralmente, os lucros são pagos aos investidores mensalmente, contudo, por lei, estes fundos são obrigados a distribuir pelo menos 95% do resultado de caixa a cada seis meses. Alguns fundos garantem proventos mensais mínimos.
6.     Como os aluguéis dos imóveis pertencentes aos FII são reajustados por índices inflacionários, existe uma garantia “teórica” que os proventos mensais continuarão com o mesmo poder de compra no longo prazo.
7.     O grau de especulação é bem menor que no mercado de ações. A grande maioria dos investidores é composta por pessoas físicas e as cotas têm boa correlação com o patrimônio líquido do fundo.
8.     Teoricamente apresentam uma gestão mais profissional.
9.     As taxas de administração são atrativas, menores que 1,0%.
10.  São regulamentados pela CVM e auditados por firmas independentes, o que garante maior transparência e eficácia, mitigando possíveis mazelas dos gestores.
11.  A grande vantagem é que os rendimentos obtidos por pessoas físicas (pequenos investidores) são isentos de Imposto de Renda. De acordo com a Lei 11.196/05, as regras para isenção são as seguintes:
o   Exclusividade para pessoas físicas;
o   Para aqueles que possuem menos de 10% das cotas do fundo (pequenos investidores);
o   O fundo deve ter no mínimo 50 cotistas.
o   As cotas devem ser negociadas em bolsa ou mercado de balcão organizado, obrigatoriamente.