sábado, 4 de abril de 2020

IBOV a 70 mil pontos: barato ou caro? Faremos novo fundo?




Em cenários de dúvidas extremas em relação ao futuro próximo, precificar um ativo é uma tarefa quase impossível.

Para o longo prazo, o IBOV cotado a 70 mil pontos é muito barato. Para o curto prazo, talvez seja caro.

Após a brutal turbulência dos preços no começo de março, os sinais gráficos estão um pouco mais confiáveis.

Graficamente, temos três caminhos para os próximos dias:



1)      Perder o fundo do último pregão (68 mil pontos) e buscar os 61 mil pontos (fundo de março), e quem sabe fazer novo fundo entre 50 e 60 mil pontos.

2)      Voltar a subir na semana que vem e romper o topo intermediário de março (79 mil pontos). Se isso ocorrer, teremos um “pivô de alta” no gráfico diário, o que pode levar o índice para 85 a 90 mil pontos.

3)      Ficar “travado” entre 68 e 79 mil pontos. 

Sinceridade, qualquer hipótese é factível, mas acho que o mais provável é a primeira: voltaremos a testar o fundo. “Antes de melhorar, o cenário vai piorar”, como dizem por aí. A segunda é uma boa hipótese, mas não é condizente com as incertezas atuais. Em minha opinião a terceira é a menos provável.

O que fazer? No curto prazo o melhor é concentrar nas operações de Day Trading seguindo os caminhos acima citados (siga o fluxo e a tendência de curtíssimo prazo). Para o investidor de longo prazo, aproveite as quedas e compre bons ativos, aos poucos, mas sem perder a liquidez. A situação pode piorar!

E o mais importante. Continuaremos "grudados" no comportamento das bolsas americanas, e lá, a situação gráfica é muito parecida com a nossa. Atualmente as mazelas políticas tupiniquins têm pouca importância no movimento dos preços.

Por outro lado, acho muito improvável que o IBOV perca os 50 mil pontos. Assim, temos espaço para cair “apenas” 20%. O IBOV cotado a 10 mil dólares atrairá muitos compradores e a queda será contida. Essa é a minha expectativa.

E o dólar? No dia de ontem a moeda americana fechou a 5,32, o maior patamar da história recente. E pior, ainda não existe sinal de reversão. É quase consenso entre os analistas que o dólar está muito sobrevalorizado em relação ao real, mas talvez, antes de cair, o dólar alcance novas máximas, o que corrobora com a minha expectativa para a bolsa. Não é hora de desfazer o hedge em moeda americana.

Quando o cenário ficar mais claro e previsível sobre a evolução da pandemia e seus efeitos na saúde e na economia, o dólar poderá despencar e voltar aos níveis pré-crise, entre 4,0 e 4,50 reais. Dentre outros fatores fundamentalistas que corroboram com isso, cito apenas um: na atual crise sanitária-econômica, as exportações brasileiras de commodities continuarão (entrada de dólares) e as importações cairão (menor saída de dólares), favorecendo o real.

E não se esqueça de proteger seu portfólio com ouro. A tendência de alta continuará. Compre aos poucos, especialmente nos dias de recuo. Juros em queda, metal em alta. Isso é quase infalível. 

Bons investimentos e muita calma!

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.