sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

IBOV e bolsas americanas – Atualização 15/12/2023


 IBOV e bolsas americanas – Atualização 15/12/2023

Os mercados acionários mundo afora "bombaram" em novembro e na primeira metade de dezembro. Uma valorização exponencial.

Daí fica o grande ensinamento e o motivo pelo qual o investidor não pode ficar totalmente fora da bolsa de valores. As vezes, algumas semanas fazem toda a diferença no desempenho anual do portfólio.

Na Europa a maioria dos principais índices está nas máximas ou perto delas.

O IBOV e o Dow Jones fizeram novas máximas históricas nessa semana – 131.661 e 37.347 pontos, respectivamente.

O S&P está quase lá. Já a Nasdaq (bolsa americana das empresas de tecnologia) ainda está a 10% de sua máxima histórica. Importante salientar que a Nasdaq foi a bolsa americana que mais subiu na pandemia e que, possivelmente por isso, não renovou a máxima histórica.

O motivo de tanta euforia é a drástica redução dos juros futuros de 10 anos nos EUA. Se, em outubro passado, a taxa ultrapassou os 5% ao ano, agora está abaixo dos 4% (3,90%). E isso faz toda diferença, tanto no rerating das empresas (cálculo do valor das ações pelo fluxo de caixa descontado) como na redução do custo de capital, especialmente para as empresas mais alavancadas (endividadas) e para aquelas empresas com maior potencial de crescimento (menor taxa de juros nos financiamentos).

E mais. Na última quarta-feira o presidente do FED animou ainda mais os investidores com um discurso mais dovish (suave) e com um possível corte de juros na FED Funds Rate já em 2024.

No Brasil a Selic continua em queda (atualmente em 11,75% ao ano), a inflação controlada (abaixo do 5% ao ano) e o PIB superando as expectativas do mercado. O que preocupa os investidores é a situação fiscal do país e o clima político, apesar do avanço de algumas reformas em 2023. Todavia, esses fatores não afetaram o desempenho da bolsa brasileira nesse último trimestre.

A sazonalidade (fim de ano) também traz bons ventos para os ativos de risco. Mas, fique atento, pois nessa última sexta-feira (15) aconteceu o vencimento de contratos futuros do S&P nos EUA e de opções no Brasil, e isso pode afetar a dinâmica dos mercados.

Mas será que as bolsas não foram longe demais nesse último movimento? E será que não foi rápido demais?

Na minha opinião sim.

Apesar da ótima perspectiva que tenho para o IBOV em 2024, uma correção se faz necessária.

Acho que por estarmos no fim do ano, ela possivelmente não virá agora (é possível que subamos para um pouco nos últimos dias do ano), mas deverá ocorrer em algum momento do começo de 2024.

O que fazer nesse restinho de ano?

Primeiramente, curta o Natal e as festas de final de ano com os familiares, amigos e colegas de trabalho. É tempo de alegria e confraternização.

Do lado financeiro aproveite o bom momento, mas não deixe de realizar parcialmente seus lucros, em especial naquelas empresas que mais subiram.

Fortaleça seu caixa em ativos pós-fixados e com liquidez imediata. Oportunidades poderão surgir no futuro.

Não deixe a euforia tomar conta de você. Aproveite o bom momento, mas com moderação.

Por último, onde investir em 2024, Brasil x EUA?

Acho que dessa vez o IBOV poderá ter um desempenho relativo melhor, como acredita o analista da ICAP, Marink Martins, que sempre nos mostra isso nos seus textos contendo muita fundamentação e informação.

Eu vou continuar investindo nos dois países, mas concordo que o potencial da bolsa brasileira é maior para os próximos 12 meses e, por isso, vou priorizar “um pouco” os ativos locais.

Todavia, no campo da renda fixa, talvez lá tenhamos as melhores oportunidades (para aproveitar o provável FED Pivot).

No Brasil já tivemos um ótimo desempenho dos títulos de renda em 2023.

Assim diversifique sua carteira. Esse é o maior melhor conselho.

Bons investimentos e Boas Festas!

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.



quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Thanksgiving – IBOV e EUA: Atualização 23/11/2023



Do meu último post para cá, 23 de novembro, as bolsas americanas e a brasileira dispararam: alta de 7% a 10% nos EUA e cerca de 12% por aqui, só no mês de novembro, que nem terminou.

Impressionante.

Comentei no último post que a virada do mês de outubro para novembro já mostrava bons agouros para os ativos de risco, por aqui e lá.

O motivo principal do otimismo era a queda na taxa de juros de 10 anos nos EUA que tinha começado a recuar, após superar os 5% ao ano. Lembrando que essa taxa baliza praticamente todos os ativos de risco no mundo, tanto em renda fixa, como em renda variável.

Assim, eu esperava por alta em novembro, mas confesso que a magnitude do movimento me surpreendeu. E muito!

Outros dados publicados no decorrer do mês de novembro mostraram que a economia americana não estava tão forte como parecia. A súbita de juros nos EUA, iniciada em 2022, dessa vez, teve um efeito mais tardio do que o habitual, e o landing foi postergado para 2024.

Desta forma, é possível que o FED não suba mais a taxa de juros à vista (5,25 - 5,5% ao ano), e é possível que os juros possam ceder em 2024. 

Posto isto, a boa sazonalidade me permite sugerir que o movimento de alta continuará em dezembro, apesar do estado "sobrecomprado".

Uma correção por alguns dias seria muito interessante para os ativos de risco ganharem fôlego e atingirem novos highs, mas não sei se ela ocorrerá ainda em 2023.

Então, o que fazer? (que não são recomendações, apenas opiniões)

Mantenha as posições compradas em bolsa, mas realize parcialmente seus lucros nos ativos que mais subiram.

Fortaleça o caixa. Boas oportunidades podem surgir em eventuais correções.

O mês de novembro tem gerado boas oportunidades no Tesouro Direto, especialmente nos títulos mais longos e vinculados à inflação.

Se você dominar um pouco mais o mercado, compre alguns seguros no mercado de opções (puts) e no mercado futuro (venda de minicontratos), mas sem exageros, pois a tendência atual é de forte alta. É apenas uma proteção para a carteira.

Não aposte puramente na venda! Operar contra a tendência não é boa ideia.

E para 2024?

Lá, é outra conversa.

Aproveite o feriado do Thanksgiving nos EUA e agradeça suas conquistas no ano e a “boa safra” de novembro.

E não exagere na Black Friday, guarde seu suado dinheiro para fazer novos mais investimentos.

Não troque ativos por passivos. Faça o contrário!

Bons investimentos.

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Ativos de risco no Brasil continuam caindo

 


Ativos de risco no Brasil continuam caindo

Update - 19 outubro de 2023

Não bastasse todos os problemas do mundo, surgiu mais uma guerra.

Além do caos humanitário no oriente médio (situação muito deprimente e lamentável), o medo da disparada do petróleo em âmbito mundial pressiona ainda mais os juros americanos de 10 e 30 anos – cerca de 5% ao ano (maior patamar em mais de 15 anos).

O raciocínio é simples: o processo inflacionário em curso no pós-pandemia poderá recrudescer com mais vigor, caso o petróleo dispare ainda mais.

O combustível fóssil interfere diretamente nas mais variadas cadeias produtivas mundiais e também no dia a dia das pessoas. Basta você frequentar um posto de combustível para comprovar o efeito colateral.

Como comentei em posts anteriores, enquanto os juros americanos não cederem ou, pelo menos, se acomodarem, os ativos de risco vão continuar sofrendo.

Grosso modo, os juros futuros nos EUA impactam em praticamente todas as taxas de juros dos países mundo afora. A referência dos juros nos EUA é para o mundo, igual a taxa Selic é para os demais ativos financeiros no Brasil.

Por aqui, as notícias econômicas são mais animadoras: inflação mais comportada, PIB de 3% no ano de 2023 e a Selic em tendência de queda (se os juros americanos colaborarem). O cenário político e fiscal, menos animador, segue no radar, mas por enquanto em segundo plano.

Todavia, no momento, o cenário externo é mais preponderante. E o menor fluxo de dinheiro pressiona ainda mais as ações negociadas na bolsa de valores.

Exceto, as petrolíferas nacionais, com destaque para a Petrobrás e a Petrorio, quase tudo na B3 tem caído, e como muito vigor, especialmente as Small caps e as ações de varejo.

Literalmente grande parte das ações brasileiras estão numa grande liquidação, mas por enquanto, os “clientes” não querem comprar durante essa “tempestade perfeita” de curto prazo. Até quando? Ninguém sabe.

As pessoas físicas ainda estão embriagadas com o alto rendimento da renda fixa e seguem longe da B3. Os fundos de investimentos locais continuam sob a sangria dos saques diários (mais saques, mais venda de ativos pelos fundos, mesmo a preços irrisórios, e mais pressão vendedora na B3) e os estrangeiros ainda aguardam um cenário melhor para um retorno mais vigoroso ao Brasil.

Dessa forma, só nos resta esperar. O curto prazo está muito desafiador. Mas para aqueles que têm paciência e apetite por risco em momentos de pânico, um horizonte maior para seus investimentos poderá ser muito recompensador.

Lembrando que quase sempre, as descompressões nos preços das ações são poderosas e rápidas: altas vigorosas num curto período de tempo. Por isso, não é recomendável esperar por dias melhores para começar a montagem de uma carteira mais arriscada. Obviamente, é preciso respeitar o perfil de risco de cada um.

Um detalhe importante: a sazonalidade atual é favorável. Historicamente, o último trimestre de cada ano, em geral, é muito bom para as bolsas de valores.

E por último. Também vejo oportunidades em renda fixa. Exemplo: títulos vinculados à inflação (com ganho real) estão pagando IPCA + quase 6% ao ano. Uma bela pedida para aqueles que têm sangue frio e não ficam preocupados com a marcação a mercado de curto prazo – a propósito nos EUA, títulos semelhantes (os Tips) estão pagando inflação + 2,5%. Maior patamar de retorno em anos.

Aproveite com moderação!

MJR

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

 



Juros futuros nos EUA “sangram” os ativos mundo afora!

Atualização mensal – 04 de outubro de 2023

Malgrado a FED Funds Rate ter ficado estável (5,25 – 5,50%), os juros futuros americanos de 10 e 30 anos dispararam no mês de setembro. Por exemplo, a taxa de 10 anos subiu cerca de 80 pontos-base e se aproximou dos 5,0% ao ano – algo inacreditável para os “juros-zero” pós-pandemia.

A dinâmica dos juros futuros de 10 anos nos EUA afeta diretamente todos os ativos no mundo, tanto os de renda fixa como os de renda variável.

Quase tudo caiu em setembro: ouro, renda fixa no Brasil e nos EUA, bolsas americanas e brasileira, dentre outros. Se salvaram apenas os títulos de curto prazo nos EUA (Bills) e o CDI no Brasil (pós-fixados).

O dólar index também disparou – mais juros nos EUA, mais força do dólar americano frente a outras moedas – e por aqui o dólar ganhou muita força contra o real (atualmente cotado em 5,13)

Para piorar o cenário desolador, o barril do petróleo seguiu em forte alta (questões geopolítica e de oferta e demanda), pressionando ainda mais as expectativas inflacionárias – mais inflação, mais juros.

Posto isto, enquanto os juros futuros americanos não se acomodarem ou recuarem, os ativos mundo afora vão continuar sofrendo.

E mais. A forte alta de juros nos EUA, em breve, poderá quebrar algum setor da economia americana. Talvez, uma questão de tempo. Daí o tal do “hard landing” poderá ser instalado e a recessão aterrissar na América.

As bolsas americanas cederam razoavelmente nos últimos três meses e atingiram suportes interessantes. E é óbvio que podem cair ainda mais, mas nesses níveis, alguns ativos já estão interessantes – várias casas de análise apontando nessa direção.

O problema é nadar contra a maré em mar extremamente revolto. Sempre é muito difícil montar posições nesse cenário. Mas, é justamente nas crises agudas, que temos as melhores oportunidades.

No Brasil o cenário é muito semelhante, porém com a cereja do bolo: o fluxo estrangeiro continua muito ruim para a B3, afetando ainda mais a cotação dos ativos brasileiros.

O IBOV já recuou mais de 10 mil pontos em relação ao topo de julho (de 123 para 113 mil pontos). E vários ativos, inclusive alguns de alta qualidade, caíram fortemente nos últimos meses.

Os títulos prefixados e os indexados à inflação também voltaram a ceder e, atualmente, oferecem taxas de juros próximas aos picos desse ano (por exemplo, título IPCA Inflação, vencimento 2045, pagando IPCA + 5,96% ao ano). Lembrando que nesse período a Taxa Selic caiu de 13,75% para 12,75%, e possivelmente cairá mais 100 pontos-base ainda em 2023.

Para os menos habituados ao tema, os juros à vista (Selic) são determinados pelo Banco Central e os juros futuros são negociados livremente na B3 e sofrem influência de vários fatores, incluindo a expectativa inflacionária, a situação fiscal do governo federal e os famigerados juros de 10 anos nos EUA.   

O que fazer? Por enquanto, é preciso ter muita paciência e manter os planos de longo prazo numa carteira diversificada. Para quem tem estômago forte e fôlego (caixa disponível), aproveitar o momento atual para reforçar as posições seria um movimento muito interessante.

Obviamente, sem exageros, pois ainda não temos uma luz no fim do túnel, e o que está barato poderá ficar ainda mais barato. Palpite: a luz está próxima de ser avistada!

É justamente nesses momentos de total aversão aos ativos de risco, que temos as grandes oportunidades no mercado financeiro, tanto em renda fixa, como em renda variável. Aqui, e nos EUA.

Seja resiliente e convicto nas suas decisões. Dias melhores virão.

Por último, uma dica simples: fique longe de ativos problemáticos e empresas endividadas. Compre bons ativos e pagando barato. É tempo de barganhas!

Bons investimentos!

*Para conferir todos os posts recentes do autor, acesse o site: www.investircadavezmelhor.com.br

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.



sexta-feira, 2 de junho de 2023

A taxa Selic vai cair - Update!

 



Fechamento do mês de junho 2023

Em meados de março desse ano publiquei um vídeo: a Taxa Selic vai cair!

Naquela época a queda da Selic não era consenso entre os analistas e gestores.

Todavia, o mercado começou a reduzir os juros futuros, aspecto que ficou muito claro no desempenho dos títulos do Tesouro Direto e também na valorização dos fundos imobiliários.

O IBOV demorou um pouco mais a reagir e fez fundo apenas na segunda quinzena de março.

No momento atual, após a aprovação do novo arcabouço fiscal no congresso e o arrefecimento da inflação nos últimos dois meses, a queda da Selic para os próximos meses é quase um consenso. Provavelmente começará na reunião de agosto.

E isso muda muito. Praticamente todos os ativos no Brasil sofrem interferência direta da taxa básica de juros.

Historicamente existe uma correlação inversa entre os juros e os ativos de risco. Mercado de ações, fundos imobiliários e títulos prefixados se beneficiam fortemente da queda de juros.

No mercado de ações, as Small Caps, as empresas mais endividadas e as empresas de crescimento são as grandes beneficiadas.

As chamadas “cíclicas domésticas” devem subir fortemente com a queda de juros (já estão subindo), após serem massacradas com a forte subida nos juros desde 2021. Exemplo: a Magazine Luíza precisará subir mais de 600% para voltar ao patamar de dois anos atrás.

Todavia, muitas empresas não conseguirão esse retorno. E é por isso que a seleção de ativos é muito importante. Se você não tem competência ou paciência, priorize os ETFs. E lembre-se, o ETF SMAL11 deverá andar mais do que o BOVA11.

Para finalizar, o cenário externo. Lá fora o clima está mais calmo. O FED em breve vai parar de subir os juros. E possivelmente no final de 2023 ou começo de 2024 os juros podem cair nos EUA. E isso impactará em todos os ativos no mundo. A recessão esperada pode não ocorrer ou ser muito mais branda do que o esperado.

O FED pivot (inflexão dos juros para baixo) deverá enfraquecer o dólar americano, impulsionar as bolsas americanas e direcionar mais dinheiro para os emergentes.

Existem riscos? Claro. Não existem certezas no mercado financeiro!

O recrudescimento da inflação, a piora política e fiscal no Brasil e o enfraquecimento das commodities por um longo tempo podem prejudicar os ativos no Brasil.

Assista o vídeo no Youtube para mais detalhes. 

https://youtu.be/WrN9zPxUxAs

É hora de repensar a carteira de investimentos. Ainda dá tempo!

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.



terça-feira, 2 de maio de 2023

Fechamento do mês de abril de 2023

 



Recessão nos EUA - O que fazer com seus investimentos?

Se em 2022 o assunto principal no mercado financeiro mundial foi a inflação, em 2023 a possível recessão nos EUA é o tema de destaque.

Eu particularmente acho que ela poderá chegar nos próximos meses, mas será rápida e mais branda do que o mercado espera. Um singelo pitaco.

Os juros nos EUA estão próximos do fim do ciclo de alta. Isso é fato. Amanhã o FED deverá aumentar os juros americanos em 25 pontos-base – 5.0 a 5.25% ao ano – quase consenso do mercado. O teor do comunicado que gera um pouco mais de dúvidas.

Quando os juros americanos cairão (FED Pivot)? Pergunta que vale alguns milhões de dólares. Eu acho que cairá no final de 2023 ou começo de 2024. Apenas um palpite.

O mais importante é saber que os juros por lá estão perto da máxima e que cairão em algum momento do futuro. E isso impactará em praticamente todos os ativos no mundo.

Para finalizar lá fora, acredito que o mantra americano “sell in may and go away” está mais válido do que nunca. Mas continuo muito otimista com as bolsas americanas a partir do segundo semestre de 2023.

Por aqui, Brasil, temos a seguinte situação:

A inflação perdeu força, mas continua alta e resiliente, acima da meta.

O Copom deverá manter a taxa Selic em 13,75%, mas poderá sinalizar queda para algum momento do futuro, de acordo com a evolução das premissas fiscais em andamento no congresso e da ancoragem futura do processo inflacionário.

O dólar continua perdendo força frente ao real, mas no patamar atual, acredito que é um bom hedge de carteira. O ouro também continua brilhando como um ótimo hedge global.

Enquanto isso, apesar da pequena alta em abril, a bolsa brasileira continua às minguas. Muito barata, mas ninguém quer. Até quando?

Assista o vídeo de hoje do meu canal no Youtube, aonde apresento e comento muito mais detalhes sobre o cenário atual de mercado e o que fazer com sua carteira de investimentos.

https://youtu.be/MtpLt2ZfWwY

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.





segunda-feira, 20 de março de 2023

A Taxa Selic vai cair!



O que fazer com seus investimentos?

A taxa básica de juros no Brasil vai cair. Provavelmente não será na reunião de março do Copom. Talvez na próxima. Não interessa. 

O mais importante é que ela vai cair ainda em 2023.

E não será por pressão do Governo Federal, e sim pelo risco de crédito que poderia se espalhar para outros setores após o “colapso” das Lojas Americanas.

E mais. A crise bancária nos EUA e na Europa também fortalecerá a tese da queda da Selic.

E isso é muito RELEVANTE.

Todos os ativos e indicadores financeiros se movem em ciclos.

E o ciclo da taxa de juros é o mais importante de todos.

Não sabemos quando começará a queda da Selic e nem a magnitude da mesma, mas o Mercado já está precificando esse cenário.

Assim, é hora de agir e rebalancear sua carteira de investimentos.

No vídeo publicado nesse domingo no Youtube mostro detalhes pormenorizados da tese e destaco os principais ativos que se beneficiarão de tal movimento.

https://youtu.be/OTKEMMdVCb8

Não fique parado. É tempo de repensar sua carteira de investimento e lucrar com a queda da Selic.

MJR





sexta-feira, 3 de março de 2023

Atualização Março 2023 – O IBOV despenca em fevereiro e a Selic vai cair



O mês de fevereiro derrubou o IBOV, 7,5% de baixa. O índice brasileiro acompanhou o mau desempenho das bolsas americanas e acelerou a queda por questões políticas locais.

No segundo semestre do ano passado gravei um vídeo no meio do ano com o título: o Brasil é a bola da vez?

Naquela época eu tinha muita convicção que caminharíamos para isso.

Quais eram es motivos? Cito aqui os principais:

  1. O Brasil tinha subido os juros muito antes de todos os países. E a Selic cairia em 2023.
  2. A inflação estava cedendo. E o pior já passou.
  3. O PIB estava crescendo forte pelo segundo ano consecutivo – quase 3% em 2022.
  4. O desemprego em queda – mais baixo desde 2015.
  5. As commodities em alta – bom para o Brasil.
  6. O cenário externo muito desafiador.
  7. E os gringos colocando dinheiro no Brasil.

Eu imaginava que esse cenário poderia acontecer independentemente de qual presidente fosse eleito. Na minha cabeça, talvez com o Bolsonaro, essa possibilidade seria mais fácil, apenas pela continuidade de governo. Mas, com o presidente Lula eu também achava isso. Ele tinha o apoio de uma ampla frente política (centro-esquerda) e tinha o belo histórico do primeiro mandato em 2003: fiscal e social andando juntos.

Só que não!

Até aqui, o atual Governo Lula tem se mostrado um verdadeiro “Dilma 3”. Como comentou Luis Stuhlberger da Verde Asset no final do ano passado: “o PT não aprendeu nada com o desastre Dilma”. Henrique Meirelles, até então apoiador de Lula, e um dos grandes balizadores dos primeiros mandatos de Lula, jogou a toalha. Eles (o PT e seus asseclas) querem um resultado diferente aplicando o mesmo remédio de 2011 e 2016. A continuar assim, não vai acabar bem, já sabemos o resultado (mas talvez o pior não aconteça em 2023).

Moral da história. O Governo Lula, versão 2023, está fazendo tudo para “melar” a minha hipótese e prejudicar o crescimento do Brasil. Comprou briga com o presidente do Banco Central, com o ajuste fiscal e com as grandes conquistas do Brasil nos últimos anos, questionando a independência do Banco Central, interferindo nas Estatais, criticando as reformas trabalhista e da previdência, e querendo mudar as regras dos trabalhadores de aplicativos, dentre outras propostas retrógradas e limitadoras do crescimento econômico. Importante: se um país cresce mais, ele arrecada mais e pode fazer muito mais pelo social. O FISCAL e o SOCIAL devem andar juntos. O primeiro mandato do Lula confirma isso!

Todavia, em 2023, surgiu um fato novo desencadeado pela crise da Lojas Americanas: CRÉDITO. Estamos dentro de uma crise de crédito, e se o Banco Central não baixar os juros em 2023, a situação poderá ficar muito ruim para as empresas e as pessoas físicas. Dois grandes gestores que acompanho tem essa mesma opinião: Pedro Cerize e Márcio Appel.

Resumo, a Selic vai cair em breve, não só pela pressão do Governo Federal, mas principalmente pela atual crise de crédito. A política de juros contracionista do BC precisa ser revista o quanto antes.

E a queda de juros, historicamente, é muito boa para a economia e, por conseguinte, para a bolsa de valores. E não é só o mercado de ações que poderá ser beneficiado, mas também os fundos imobiliários e os títulos prefixados de renda fixa, dentre outros. Isso deverá acontecer pelo menos num primeiro momento da queda da Selic.



Mas tenha em mente: não será um processo linear. Teremos muita volatilidade e muitos ruídos. É preciso ter paciência e tranquilidade. Não exagere na dose e respeite seus limites, pois o cenário-base pode não ser concretizado. No mercado financeiro não existem certezas! 

E quais serão os efeitos colaterais caso o Governo continue jogando contra a economia num cenário de queda dos juros? Na inflação e no câmbio.

A inflação poderá ficar mais resiliente e obrigar no futuro (2024) o BC voltar a subir os juros.

E o dólar poderá subir fortemente frente ao real.

Assim, meus amigos, chegou a hora de agir. Veja o vídeo já disponível da atualização no meu canal. Lá acrescento mais detalhes sobre o tema.

https://youtu.be/oa37gfwdWBE

Em breve vou gravar um novo vídeo detalhando o racional de investimentos para a futura queda da Selic em 2023.

Prepare-se para rebalancear a sua carteira de investimentos!

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.





segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

ETFs interessantes negociados nos EUA

 



Os ETFs (Exchange Traded Funds) são excelentes ferramentas de diversificação de portfólio: da renda fixa à renda variável.

Você pode compra-los no Brasil ou nos EUA. Na segunda opção, obrigatoriamente, você precisa ter uma conta numa corretora dos EUA. Atualmente a abertura de uma conta no exterior é um processo muito simples.  

Essa “indústria” nos EUA é muito mais antiga e disseminada. Lá tem ETF de quase tudo. São mais de três mil opções de ETFs.

A grande vantagem do ETF é que você compra um único produto financeiros e ele faz a diversificação para você.

E ele pode ser adquirido pelo pequeno investidor, haja vista que são negociados em pequenas frações e tudo muito simples, igual ao que fazemos nas negociações de ações pelo home broker.

Todo ETF sempre tem seu próprio benchmark que é a referência para a seleção dos ativos de cada fundo (sim, o ETF é um tipo de fundo de investimentos). Por exemplo, o EWZ da BlackRock contém uma cesta de ações brasileiras no intuito de replicar o IBOV em Nova Iorque (na verdade o MSCI Brazil 25-50). Já o famoso SPY replica a carteira do S&P 500, o principal índice da bolsa americana.

Vários estudos mostram que apenas 20% dos gestores de fundos de investimentos (gestão ativa) superam os ETFs de referência (gestão passiva). Inclusive o megainvestidor Warren Buffet comenta que esse produto é o mais indicado para as pessoas físicas.

Assista o vídeo no Youtube para obter mais detalhes sobre os ETFs nos EUA.

https://youtu.be/GtUyCUlJ8gw

A seguir, a lista dos ETFs comentados no vídeo, e seus respectivos benchmarks:

Ø  S&P 500 = IVV, SPY, SPX

Ø  Nasdaq = QQQ

Ø  Ações pagadoras de dividendos = NOBL

Ø  Ações pagadoras de dividendos mensais = SPHD, DHS e JEPI

Ø  Brasil = EWZ e BRZU (alavancado 2x)

Ø  Renda Fixa = SHY (títulos de 1-3 anos), IEF (7-10 anos) e TLT (mais de 20 anos)

Ø  Petróleo = XOP

Ø  Ouro = IAU

Ø  REITS (setor imobiliário) = VNQ

Ø  REITS (Mundo) = VNQI

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.

MJR

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Atualização do IBOV - Fevereiro 2023

 



IBOV – Fechamento do mês de janeiro 2023

Após um começo muito ruim para os ativos de renda variável nos primeiros dois dias de janeiro, ao longo do mês observamos uma boa valorização do IBOV.

O dólar começou muito forte em janeiro e cedeu quase 10% desde seu pico no dia 3 de janeiro, terminando o mês perto dos 5 reais.

Os juros futuros no Brasil, por outro lado, voltaram a subir refletindo o cenário de incertezas sobre o “risco fiscal” do Brasil para o futuro. E por enquanto não temos uma previsão correta para o futuro da Selic.

Lá fora, as bolsas americanas também tiveram um bom desempenho. E o dólar index continuou em queda, fechando perto dos 100 dólares (esse índice bateu mais de 114 dólares em 2022). A explicação para a queda seria o fim da subida de juros pelo FED – isso favorece muito os emergentes.

A “reabertura” da economia chinesa tem empolgado os investidores mundo afora. E por isso as commodities subiram, em especial, o petróleo e o minério, o que é muito bom para o Brasil.

O que esperar para o próximo mês?

Os últimos dados econômicos nos EUA sinalizaram que, se uma recessão ocorrer em 2023, ela será mais branda, pois até o momento a subida de juros em 2022 segurou a inflação, mas a atividade econômica encontra-se resiliente. As ações americanas podem ter um bom desempenho em 2023.

Sem dúvida, o pior da inflação americana ficou para trás e os juros do FED devem estar próximos do seu pico, apesar da inflação ainda alta. O mercado espera por uma alta de 25 pontos-base na reunião do começo do dia 1 de fevereiro. E talvez mais uma ou duas ao longo do ano, estabilizando-se entre 5 e 6% ao ano. A queda futura nos juros ainda é incerta e dependerá da inflação. Lembrando que a meta nos EUA é de 2% e atualmente a inflação por lá está em torno de 6,5%.

Por aqui, ficaremos “presos” ao noticiário político-econômico. Se o Governo Federal não atrapalhar (não precisa ajudar muito, basta não atrapalhar), os ativos no Brasil devem continuar a se valorizar nesse começo de ano – os gringos voltaram! Apesar do pessimismo do investidor local, o fluxo estrangeiro deverá continuar ditando o ritmo da B3. Mesmo com a alta recente, muitas ações no Brasil continuam atrativas. Todavia evite as empresas ruins, mal geridas e endividadas (o caso das Lojas Americanas é emblemático). Seja muito seletivo nos seus ativos ou invista através de ETFs (gestão passiva).

No Brasil o dólar poderá seguir o cenário internacional e perder a faixa dos 5 reais. Vários analistas e gestores esperam por isso (eu também). Talvez caminharíamos para a faixa entre R$ 4,60 e 4,80 (atualmente em R$ 5,07). A ver. Por outro lado, no patamar atual, ou menor, eu acredito que é um bom ponto de compra para aumentar a posição no exterior (investimentos dolarizados) ou proteger a carteira (hedge).  Lembre-se de que a diversificação da carteira é primordial para o sucesso de longo prazo. E mais. Se o descontrole fiscal vier, o dólar vai disparar, assim como os juros futuros, e a bolsa vai cair.

Por falar em juros, a renda fixa continua muito atrativa: tanto os pós-fixados (caixa), como os prefixados e os títulos atrelados à inflação. Só não exagere na dose dos prefixados, pois eles poderão sofrer muito numa eventual subida dos juros (marcação a mercado).

Assim, continuo otimista com os ativos de risco no Brasil para o primeiro trimestre de 2023, mas sem exageros. E mais. Aproveite a valorização recente de alguns ativos para realizar parcialmente seus lucros. Lucro bom é no bolso.

Por último, cito uma frase recente de Luis Stuhlberger, gestor do renomado Fundo Verde: “em 2023, no Brasil, as coisas devem melhorar antes de piorar”. É o chamado “benefício da dúvida” que o mercado está dando ao novo governo. Só não sabemos até quando. Curiosidade: no segundo mandato da Dilma, em 2015, o IBOV subiu mais de 20% de janeiro até maio daquele ano, antes de começar a derrocada de quase 40% até janeiro de 2016.

Assista o vídeo do fechamento do mês no Youtube com muito mais informações:

https://youtu.be/CaKFQXe3QHk  

Bons investimentos.

MJR