domingo, 3 de fevereiro de 2019

Atualização mensal do IBOV - Fevereiro 2019




Impulsionado pelo otimismo interno e pela melhora do cenário externo, o IBOV começou o ano de 2019 com um excelente desempenho e atingiu a marca de 98 mil pontos – topo histórico. Uma alta de mais de 11% no mês de janeiro e de mais de 16% em relação ao fundo de dezembro. Um retorno fenomenal em apenas seis semanas. Os ganhos de janeiro são quase duas vezes o rendimento anual previsto do CDI.

Será que no curto prazo poderemos ir ainda mais longe? Ou chegou a hora de corrigir?

Sempre é tentador acharmos que seguiremos em alta por mais e mais tempo. Mas, infelizmente, o histórico das bolsas mostra justamente o contrário. Os períodos de euforia são seguidos por tempos de correção. Faz parte do mercado de renda variável. É óbvio que num BULL MARKET, como o atual, os fundos serão sempre ascendentes e os topos também, o que confirma a tendência de alta.

A meu ver o IBOV poderá atingir a marca de 100 mil pontos ainda nessa “pernada de alta”. Talvez na semana que vem. Por outro lado, acredito que estamos próximos do fim da festa de curto prazo. É preciso que o IBOV recue por um tempo para atrair novos investidores. No curto prazo as ações estão caras. Após esse recuo o índice terá fôlego para ir muito mais longe. É provável que em 2019 o IBOV vá muito além dos 100 mil pontos. Mas, esqueçamos do médio e o longo prazo, e pensemos no próximo mês, o foco dessa análise.



Em minha opinião chegou a hora de realizar lucros de forma parcial. Exemplo: se você tem 1.000 ações do Itaú em carteira, venda 300 ou 500 ações, e faça caixa (aplique em um Fundo DI ou no Tesouro Selic). Outra forma de proteger parte da carteira é utilizar o mercado futuro (vendendo minicontratos – conheça meu livro sobre mercado futuro). Nesse momento não recomento operar “vendido”, pois remar contra a forte tendência de alta do IBOV é sinal de pouca inteligência.



Graficamente pela periodicidade semanal, ainda podemos buscar os 100 mil pontos, que seria a projeção de 100% da última pernada de alta, ocorrida entre setembro e outubro de 2018. Todavia, quatro aspectos no gráfico semanal me deixam preocupados. O afastamento da média móvel de 21 períodos. O candle formado nessa semana é um padrão de “homem enforcado” (hangman – seta vermelha), que quando surge após vários candles de alta, sugere reversão. O pico de volume também pode inferir exaustão do movimento (apesar de que o aumento de volume dessa semana possa estar relacionado às ações da VALE pelo ocorrido em Brumadinho). Por último, já são seis semanas de ganhos no IBOV. E mais, pelo gráfico diário, existe uma clara divergência pelo MACD, o que sugere uma queda para os próximos dias.



Sempre é bom lembrar que o IBOV acompanhou nas últimas semanas, a forte recuperação das bolsas americanas e das commodities – petróleo e minério de ferro. Uma reversão por lá poderá ajudar a derrubar o IBOV no curto prazo. Por outro lado, a continuidade da alta no mercado externo poderá acelerar os ganhos por aqui.

Resumindo, eu particularmente acho que o IBOV recuará em breve. O principal suporte está no patamar dos 89 / 90 mil pontos. Outra possibilidade é uma correção lateral, ou seja, o índice ficaria oscilando entre 94 e 100 mil pontos, antes do próximo rali de alta. Aguardemos.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.