sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

IBOV e bolsas americanas – Atualização 15/12/2023


 IBOV e bolsas americanas – Atualização 15/12/2023

Os mercados acionários mundo afora "bombaram" em novembro e na primeira metade de dezembro. Uma valorização exponencial.

Daí fica o grande ensinamento e o motivo pelo qual o investidor não pode ficar totalmente fora da bolsa de valores. As vezes, algumas semanas fazem toda a diferença no desempenho anual do portfólio.

Na Europa a maioria dos principais índices está nas máximas ou perto delas.

O IBOV e o Dow Jones fizeram novas máximas históricas nessa semana – 131.661 e 37.347 pontos, respectivamente.

O S&P está quase lá. Já a Nasdaq (bolsa americana das empresas de tecnologia) ainda está a 10% de sua máxima histórica. Importante salientar que a Nasdaq foi a bolsa americana que mais subiu na pandemia e que, possivelmente por isso, não renovou a máxima histórica.

O motivo de tanta euforia é a drástica redução dos juros futuros de 10 anos nos EUA. Se, em outubro passado, a taxa ultrapassou os 5% ao ano, agora está abaixo dos 4% (3,90%). E isso faz toda diferença, tanto no rerating das empresas (cálculo do valor das ações pelo fluxo de caixa descontado) como na redução do custo de capital, especialmente para as empresas mais alavancadas (endividadas) e para aquelas empresas com maior potencial de crescimento (menor taxa de juros nos financiamentos).

E mais. Na última quarta-feira o presidente do FED animou ainda mais os investidores com um discurso mais dovish (suave) e com um possível corte de juros na FED Funds Rate já em 2024.

No Brasil a Selic continua em queda (atualmente em 11,75% ao ano), a inflação controlada (abaixo do 5% ao ano) e o PIB superando as expectativas do mercado. O que preocupa os investidores é a situação fiscal do país e o clima político, apesar do avanço de algumas reformas em 2023. Todavia, esses fatores não afetaram o desempenho da bolsa brasileira nesse último trimestre.

A sazonalidade (fim de ano) também traz bons ventos para os ativos de risco. Mas, fique atento, pois nessa última sexta-feira (15) aconteceu o vencimento de contratos futuros do S&P nos EUA e de opções no Brasil, e isso pode afetar a dinâmica dos mercados.

Mas será que as bolsas não foram longe demais nesse último movimento? E será que não foi rápido demais?

Na minha opinião sim.

Apesar da ótima perspectiva que tenho para o IBOV em 2024, uma correção se faz necessária.

Acho que por estarmos no fim do ano, ela possivelmente não virá agora (é possível que subamos para um pouco nos últimos dias do ano), mas deverá ocorrer em algum momento do começo de 2024.

O que fazer nesse restinho de ano?

Primeiramente, curta o Natal e as festas de final de ano com os familiares, amigos e colegas de trabalho. É tempo de alegria e confraternização.

Do lado financeiro aproveite o bom momento, mas não deixe de realizar parcialmente seus lucros, em especial naquelas empresas que mais subiram.

Fortaleça seu caixa em ativos pós-fixados e com liquidez imediata. Oportunidades poderão surgir no futuro.

Não deixe a euforia tomar conta de você. Aproveite o bom momento, mas com moderação.

Por último, onde investir em 2024, Brasil x EUA?

Acho que dessa vez o IBOV poderá ter um desempenho relativo melhor, como acredita o analista da ICAP, Marink Martins, que sempre nos mostra isso nos seus textos contendo muita fundamentação e informação.

Eu vou continuar investindo nos dois países, mas concordo que o potencial da bolsa brasileira é maior para os próximos 12 meses e, por isso, vou priorizar “um pouco” os ativos locais.

Todavia, no campo da renda fixa, talvez lá tenhamos as melhores oportunidades (para aproveitar o provável FED Pivot).

No Brasil já tivemos um ótimo desempenho dos títulos de renda em 2023.

Assim diversifique sua carteira. Esse é o maior melhor conselho.

Bons investimentos e Boas Festas!

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.