quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O equívoco de demonizar o investidor.


De uma maneira geral, o investidor no Brasil é visto como uma pessoa do mal, um verdadeiro vilão. Motivo? Simples. É uma questão cultural. Fomos acostumados assim. Não temos a cultura de economizar, nem de investir. Aqui, o normal é consumir e, de preferência, muito. Contrair dívidas é o ideal... E o futuro? E os investimentos... Vamos cobrar do Governo Federal, vamos manifestar, vamos quebrar tudo! Afinal pagamos uma alta carga tributária. Certo? Errado. Ninguém está preocupado com seu futuro, muito menos o Governo Federal. Ele está preocupado apenas em se manter no poder e nas próximas eleições. Quem poderá mudar seu futuro? Sim, eles mesmos, os investidores!

O sucesso dos países do primeiro mundo pode ser resumido em algumas palavras: educação da população, gestão pública eficiente e bons investimentos. No Brasil, a educação ainda é uma lástima, apesar da melhoria nas últimas décadas. O Governo Federal até que não investe pouco em educação, cerca de 5% do PIB, mas investe mal; esta é a opinião dos grandes especialistas. Desta forma, não faltam recursos financeiros, falta gestão e planejamento de longo prazo. O Governo é centralizador e ineficiente.

O terceiro ingrediente do sucesso é o investimento. Todos nós sabemos que precisamos de mais investimentos em infraestrutura, tecnologia, saúde, segurança, etc. Nenhum Governo consegue atingir todas as metas; nos melhores exemplos mundiais, ele se preocupa apenas com as questões básicas: educação, saúde, segurança e transporte público. O restante fica por conta da iniciativa privada. Esta deveria ser a regra! No Brasil, o Governo se mete em tudo, e pior, executa mal. A iniciativa privada acaba por ter que fazer tudo de novo, como na saúde e segurança pública. Um desperdício!

Desta forma, o progresso do país depende dos investidores, sejam eles, brasileiros ou estrangeiros, todos são bem vindos. Os bons investidores são aquelas pessoas que fizeram o dever de casa: trabalharam muito, ganharam dinheiro honestamente, pouparam e agora investem seus recursos com o intuito de uma remuneração futura (taxa de juros). Esta é a lógica do processo, uma verdadeira “seleção natural”. Os superavitários bancam os gastadores. Numa simbiose adequada, ambos ganham. Os bancos são os intermediários e o Governo Federal deve ser o mediador entre as partes. O que precisa ser combatido são os desvios de conduta, a corrupção e o controle do capital meramente especulativo.


Resumindo: sem investidores, não temos desenvolvimento, não temos empregos, nem melhores salários ou aumento da produtividade. O Brasil clama por investimentos, só não vê quem não quer. Só assim sairemos da estagnação e do subdesenvolvimento. Cabe ao Governo Federal equilibrar as contas públicas e criar um ambiente mais favorável e seguro para os investidores, com regras claras e duradouras. Por outro lado, nós, brasileiros necessitamos de mais educação, de melhores políticos e de maior consciência na dinâmica do mercado financeiro, senão continuaremos na mesmice, reclamando de tudo, protestando sem causas coerentes, fazendo badernas, destruindo o patrimônio público, exigindo utopias comunistas e colocando a culpa nos outros. Basta. É preciso mudar esta mentalidade. Urgente!


domingo, 9 de fevereiro de 2014

IBOV 2014 – O conflito dos gráficos!


Após as primeiras cinco semanas de 2014, o que podemos esperar do IBOV no primeiro trimestre baseado nos gráficos?... Estamos numa clara tendência de baixa (veja abaixo o gráfico mensal). Começamos o ano com o pé esquerdo, numa queda de mais de 7% em janeiro (a pior baixa em janeiro desde 1995), porém na primeira semana de fevereiro tivemos uma pequena recuperação, após uma segunda-feira “sangrenta”, queda de mais de 3%, que nos fez lembrar os dias tensos de 2008.


O cenário macroeconômico continua instável e os efeitos da Tempestade Perfeita parecem apenas estar fazendo os primeiros estragos. Mas, o porquê do título: o conflito dos gráficos?

Quando escrevi no blog ao final de dezembro sobre o que esperar do IBOV para 2014, tínhamos três cenários possíveis: o céu, o inferno e a lengalenga (reveja). Bom, um dos cenários foi afastado (o céu). Pelo gráfico mensal, naquela época, o IBOV poderia estar fazendo apenas uma correção após quatro meses seguidos de alta (julho a outubro de 2013). Entretanto, deveríamos respeitar a faixa dos 49 mil pontos, o que não aconteceu. Desta forma, o mais provável é buscarmos a zona de 44 / 45 mil pontos (fundo do começo de julho de 2013 – linha horizontal vermelha). Porém...

O gráfico semanal já mostra sinais de cansaço do movimento de queda e um repique mais consistente nas próximas semanas é o caminho mais provável. Os preços se aproximaram da banda inferior (linha azul inferior) com candles de reversão (veja gráfico no blog – retângulo vermelho). Portanto, pela teoria do retorno às medias, em breve, buscaremos a média móvel de 21 períodos, hoje em 51.600 pontos (linha vermelha).


Já no gráfico diário, a alta dos últimos dias levou os preços à média móvel de 21 períodos (seta vermelha), que foi testada como resistência na última sexta-feira. Apesar de ainda ter fôlego para mais alguns dias de alta, o mais provável é um recuo, seguido do teste dos 47 mil pontos. Sendo assim, poderemos ter uma semana decisiva. Uma abertura em queda poderá acelerar o processo de baixa. Por outro lado, um início em alta poderá oferecer mais energia ao IBOV no curtíssimo prazo. Qual o mais provável? Não apostaria nenhum tostão, 50% de chance para cada um...




Assim, apesar dos sinais mais amenos nos gráficos de menor periodicidade (diário e semanal), o cenário ainda é de uma forte tendência de baixa. Portanto, acredito no teste do suporte em de 44 / 45 mil pontos, em breve, para aí começarmos um repique mais duradouro. De qualquer modo, devemos manter as ferramentas de hedge (proteção de carteira) até uma perspectiva de alta mais confiável. Não é hora de apostar num cenário de alta mais consistente, nem de baixa mais agudo. É hora de cozinhar o galo! Aguardemos...


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Imbecilidade e o Despreparo do atual Governo Federal


Hoje, no dia nacional da Mamografia, recebi por email uma Nota de Repúdio do Colégio Brasileiro de Radiologia, que confesso, me deixou estarrecido! Desta forma, resolvi mudar o tema desta semana. Ao invés de escrever sobre a situação vergonhosa da economia brasileira, vou comentar um assunto muito mais importante: Saúde.

O tema é relevante para todos, até mesmo para a maioria dos “petistas de plantão”: cegos, surdos e estridentes. Analisem a estúpida decisão do Ministério da Saúde (Portaria 1.253) e façam seu próprio julgamento:

De acordo com tal resolução, o Ministério da Saúde não mais repassará verbas para os municípios referentes aos exames de mamografia para as pacientes entre 40 e 49 anos. Assim, as mulheres desta faixa etária não mais terão o direito a um exame básico e barato: a mamografia. Um absurdo. Uma aberração. É impedir que a população mais humilde tenha acesso a um exame simples, porém extremamente importante. A incidência do câncer de mama é preocupante nas mulheres entre 35 a 50 anos (quase 40% dos cânceres de mama ocorrem antes dos 50 anos, segundo estudos brasileiros). A única chance de cura é a detecção precoce... Outra imbecilidade: a mesma portaria autoriza o exame unilateral. Assim, a mulher terá o direito de investigar apenas um seio. O direito ou o esquerdo? ... Pergunte para o Padilha... Todos nós, médicos, sabemos da importância do exame bilateral e comparativo.

Enquanto isso, na semana passada, a nossa “Presidenta” foi tentar explicar o inexplicável sobre a economia brasileira em Davos (bravatas e mais bravatas). Depois fez um pit stop não previsto em Lisboa, para jantar num dos melhores restaurantes da cidade (ninguém é de ferro), e em seguida inaugurou uma obra realizada em Cuba, com dinheiro do povo brasileiro. Haja paciência!

Por falar em Cuba: hoje uma médica cubana está refugiada no Congresso Nacional, após denunciar a existência de “trabalho quase escravo” no programa “Mais Médicos” – parceira do Governo Federal com o “próspero” país caribenho... Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Peço desculpas pelo desabafo, mas as atrocidades deste Governo Federal já ultrapassaram todos os limites.

MJR