terça-feira, 31 de julho de 2018

Atualização mensal do IBOV – Agosto 2018




No começo do mês, comentei que o caminho mais provável do Índice Bovespa para o mês de julho era o repique até os 78 mil pontos. Bingo. E melhor. O IBOV foi além do previsto por mim, ultrapassando o patamar dos 80 mil pontos.

A tendência de curto prazo, no gráfico diário, é claramente de alta. Todavia estamos diante de uma importante barreira: a média de 20 períodos no semanal, o que pode segurar momentaneamente a recuperação do IBOV. Inclusive no dia de hoje, o candle formado no gráfico diário do IBOV sugere uma correção para os próximos dias, em direção a média de 20 períodos (o mercado ganharia fôlego para buscar no futuro novas máximas). Veja o gráfico diário:



Para o mês de agosto, o fechamento dessa semana será decisivo: fique atento ao candle de fechamento e ao volume financeiro negociado nessa semana, que poderão indicar o rumo das próximas semanas de agosto.

Outras barreiras: o IBOV está em cima da média de 200 períodos do gráfico diário (relembrando, essa média é um grande divisor de águas no mercado: BULL x BEAR Market) e também da retração de 61,8% de todo o movimento de baixa, iniciado em meados de maio. Outro ponto negativo: já são cinco semanas consecutivas de alta! Reveja o gráfico inicial (semanal).

Dois pontos positivos: o fluxo estrangeiro voltou a ficar positivo em julho. E, se o IBOV romper com força os 80 mil pontos, a próxima barreira é o topo histórico (potencial de alta de 10%).

Passando para o cenário político. O processo eleitoral começará de verdade no mês de agosto. Prepare-se para o aumento da alta volatilidade. Se um candidato de centro-direita despontar, o IBOV vai junto, mas se a esquerda ganhar força, o IBOV poderá realizar de maneira mais forte.

O dólar perdeu força no último mês, mas provavelmente ganhará peso no próximo mês, por se tratar de um hedge natural em períodos binários, como o pré-eleitoral.

O que fazer neste mês? Vejam as minhas ponderações:

1.      
Como comentado, o fechamento dessa semana poderá ser decisivo.
2.       O aumento da volatilidade em agosto é praticamente certo.
3.       Se no mês passado, o risco-retorno na compra era muito bom, agora o risco aumentou significativamente.
4.       Realizações parciais de lucro devem ser aventadas.
5.       Eu, particularmente, evitaria abrir novas posições compradas. Por outro lado, manteria a carteira até o surgimento de algum sinal mais forte de correção.
6.       Uma estratégia interessante seria montar alguma ferramenta de hedge, usando derivativos e comprando dólar.

Em resumo: continue aproveitando a recuperação do mercado nacional, mas tome bastante cuidado. Busque um sinal mais claro de reversão de tendência. E prepare-se para o forte aumento da volatilidade: a montanha russa do mercado está próxima!

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.




segunda-feira, 2 de julho de 2018

Atualização mensal IBOV – Julho 2018




Após a forte queda do IBOV em maio e junho, o que esperar para o mês de julho?

Da máxima de maio (87 mil pontos) ao fundo de junho, o IBOV caiu mais de 20%. Em dólares a queda foi maior ainda. Pior, vários ativos caíram de forma ainda mais acentuada.

O fluxo estrangeiro para a B3 foi bastante negativo nos últimos dois meses. Aliás, o movimento foi ruim para os países emergentes em geral. Isso explica parte do sell-off na B3. As incertezas políticas em ano eleitoral e a greve dos caminhoneiros também contribuíram para a derrocada da bolsa brasileira.

Graficamente, estamos em clara tendência de baixa no curto prazo (gráfico diário). No semanal, o cenário é indefinido e estamos em cima de um forte suporte (70 mil pontos). E, no mensal, a tendência de alta continua.

Posto isto, o que esperar para as próximas semanas?

1.      Um repique da bolsa é o mais provável. Os últimos pregões de junho já sinalizam este movimento e o indicador OBV também favorece essa possibilidade.

2.      Rompendo os 73 mil pontos, o IBOV confirma o acionamento de um pivot de alta no gráfico diário e deverá buscar patamares maiores.

3.      Alvos prováveis em 75 mil pontos (último fundo perdido) e 78 mil pontos (último topo e a média móvel de 200 períodos). Não acredito que o IBOV ultrapasse esse último nível antes da definição do cenário político.

4.      Após o repique, o mais provável é a continuidade da tendência de baixa e o reteste dos 70 mil pontos. Um fundo duplo pode ser um excelente sinal de compra. Porém, a perda desse patamar aciona um pivot de baixa no gráfico semanal e a queda poderá ser acelerada.

Desta forma, o momento é de muita cautela, porém devemos aproveitar o repique do IBOV, mas sem abusar. Todo cuidado é pouco. Pensando no longo prazo, acredito que o momento é oportuno para comprar barganhas: boas ações a preços muito atraentes.

Já o dólar continua em franca tendência de alta. E, possivelmente, continuará assim até o fim do processo eleitoral.

E o mercado externo? Lá o cenário está indefinido. Um movimento mais forte por lá, de alta ou de baixa, pode nos afetar aqui. É bom ficar atento.

MJR