quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Fim da farra dos gastos públicos



No post do blog no começo do ano, eu já demonstrava otimismo com a nova equipe econômica. Três semanas após, o meu otimismo está ainda maior. As primeiras medidas de Joaquim Levy já mostram que a filosofia no Ministério da Fazenda mudou da água para o vinho. A farra dos gastos públicos descontrolados parece estar com os dias contados. É verdade que são medidas impopulares e duras, porém necessárias. A péssima condução da economia pelo “profeta” Guido (sob tutela da Presidente) nos últimos quatro anos foi perversa: todos os indicadores econômicos foram deteriorados. Todos! Portanto, agora é hora de corrigir as mazelas do “saudoso” fanfarrão. Só espero que a Presidente continue dando cartas brancas para o competente Levy. No final, todos os brasileiros ganharão. Será um ano muito difícil, mas com estas medidas corretas, o terreno estará pronto para um bom plantio em 2016. Como neste momento não há perspectiva de crescimento da economia e, portanto, da arrecadação do Governo Federal através dos impostos já existentes, as soluções para o equilíbrio fiscal são: aumentar a alíquota de alguns impostos, promover o retorno de outros (zerados pelo profeta) e reduzir os gastos públicos. Não tem mágica. Veja as principais medidas tomadas por Levy e seus efeitos sobre a economia:


1.       Retorno da CIDE e do PIS/Confins sobre os preços dos combustíveis: melhora da arrecadação, porém pressiona a inflação.
2.       Aumento do IOF sobre o crédito: controla o consumo e, por conseguinte, a inflação.
3.       Aperto no crédito imobiliário: limita a inadimplência e reduz a farra do crédito no mercado imobiliário. A medida poupou os financiamentos mais populares, especialmente o programa “Minha Casa, Minha Vida” – acertadamente.
4.       Os subsídios dos bancos públicos foram reduzidos: Caixa, Banco do Brasil e BNDES. Melhora o caixa do Tesouro Nacional e acaba com alguns subsídios absurdos ao setor privado.
5.       Redução do orçamento dos ministérios: eficiência nos gastos públicos.
6.       Alta da Taxa Selic: fundamental para limitar o crédito e controlar a inflação. Contudo, é muito ruim para o crescimento do país e aumenta a dívida pública, porém neste momento este remédio amargo se faz necessário.
7.       O Governo está sinalizando que reduzirá o controle “forçado” sobre alguns setores: energia e petróleo. Num primeiro momento é ruim para a população, pois o aumento das tarifas será enorme e pesará no bolso do consumidor (além de alimentar a inflação), porém os preços estavam insustentáveis, represados artificialmente e subsidiados pelo Governo. A MP 579 em 2012 foi um desastre para o setor elétrico. O controle crônico do preço da gasolina nos últimos anos foi terrível para os cofres da Petrobrás... Sem dúvida, para melhorar a qualidade dos serviços, precisamos de um mercado livre. Cabe ao Governo regulamentar e fiscalizar a eficiência dos serviços prestados à população.

Assim, é fácil perceber que as medidas tomadas visam claramente o controle fiscal do Governo Federal. Desta forma, cria-se um ambiente favorável para os novos investimentos e o retorno da credibilidade do mercado – curiosidade: os títulos públicos recém ofertados pelo Governo, NTN-B, já apresentaram menores taxas de juros de captação, ou seja, o mercado está mais confiante nas contas públicas. E melhor, com estas medidas tomadas, é provável que o Brasil não perca o importantíssimo “Grau de Investimento”. Aguardemos as novas medidas. É preciso muito mais!

MJR


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Debêntures Incentivadas – Boa opção de investimento para o médio / longo prazo



As companhias abertas podem emitir publicamente debêntures com o intuito de captar recursos no mercado financeiro para os novos investimentos da empresa. São títulos de renda fixa, de médio e longo prazo – “títulos de dívidas” –, emitidos por empresas não financeiras, que dão ao comprador o direito de crédito, ou seja, receber numa data pré-estabelecida o capital investido acrescido de juros e correção monetária. Assim, cada debênture representa uma fração da dívida total da empresa com os investidores. A taxa de rentabilidade está intimamente relacionada ao grau de risco da operação. De uma maneira geral o risco é determinado pelas agências internacionais de rating. Uma companhia classificada como “triplo A” (AAA) tem menor chance de default (calote), assim, emitem debêntures com taxas de juros menores do que empresas de maior risco. Apesar de serem classificadas como títulos de renda fixa, as debêntures podem ter características de renda variável, como prêmios, participação nos lucros da empresa ou até mesmo serem convertidas em ações.  As empresas chamadas sociedades limitadas não têm o poder para emitir debêntures. Para emiti-las a empresa deve ter seu capital representado por ações, ou seja, ser uma empresa sociedade anônima (S.A.).

A tributação do IR é semelhante aos outros títulos de renda fixa (CDBs, fundos, etc.), porém em 2011 o Governo Federal editou a Lei 12.431 regulamentando as “debêntures incentivadas” voltadas exclusivamente para projetos de infraestrutura no país, considerados prioritários pelo Governo. Também são chamadas de “debêntures de infraestrutura”. Estes títulos têm a vantagem de isenção de IR para os investidores pessoas físicas, o que torna o rendimento muito atrativo. Comumente, eles rendem um taxa de juros pré-fixada acrescida de juros. Problema: o prazo de vencimento dos títulos é longo (mínimo de quatro anos) e o mercado secundário ainda tem pouca liquidez, o que favorece oscilações bruscas de preço e deságio do título no curto prazo. Portanto, invista somente visando o longo prazo, ou seja, mantenha o título até o vencimento.

Você pode comprar estes títulos no mercado primário durante uma oferta pública (melhor opção), semelhante ao IPO do mercado de ações. Exemplo: há cerca de 1 ano a VALE fez uma oferta pública garantindo um ótimo rendimento (semelhante ao retorno de uma NTNB do Tesouro Direto, porém isento de IR). A segunda possibilidade é adquirir o título diretamente numa corretora através do mercado secundário.


MJR



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Gráfico mensal do IBOV – Perspectiva de alta para 2015 e 2016



Após o fundo do IBOV marcado em julho de 2013 (44.107 pontos), o índice está numa trajetória ascendente pelo gráfico mensal, o mais poderoso de todos os gráficos (veja o gráfico acima). Em agosto de 2014 o IBOV acionou um pivot de alta e logo em seguida recuou; porém no último mês de 2014, o IBOV fez uma importante sombra inferior, denotando força dos compradores no patamar de 45.852 pontos. Desta forma, um movimento de alta nos próximos meses é possível, desde que o fundo intermediário prévio, em 44.904 pontos, não seja perdido. Se esta premissa se confirmar, quais seriam os objetivos de curto, médio e longo prazo:

1 – Primeiro: não perder o fundo de dezembro e romper os 51 mil pontos. Assim, acionaria um pivot de alta no gráfico diário; em seguida buscaria  a linha de tendência de baixa, hoje em 53 mil pontos.



2 – Segundo: buscar o topo de novembro em 57 mil pontos.

3 – Terceiro: buscar a máxima de 2014 em 62 mil pontos.

4 – Quarto: buscar o topo histórico em 73 mil pontos, o que coincide com a expansão de 1.68 de Fibonacci (veja abaixo).




Sempre é bom lembrar que a análise gráfica não é uma bola de cristal e nem garante o futuro. Contudo, é uma valiosa ferramenta interpretativa e que auxilia os bons investidores. Outra coisa importante: é preciso tempo para que os objetivos sejam alcançados; os patamares acima citados não serão atingidos da noite para o dia. O gráfico mensal mostra o movimento do IBOV em vários e vários meses. Desta forma, respeitado os detalhes acima citados, poderemos flertar com o topo histórico em 2016. Será?

** a primeira semana de janeiro mostra uma boa recuperação do IBOV. Veja (elipse vermelha):


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Nova Composição do IBOV 2015



Desde o começo de 2014, a metodologia do Índice Bovespa (IBOV) foi alterada, como já comentei algumas vezes no blog. O objetivo principal é expurgar as empresas de baixa perfomance e privilegiar as maiores e melhores ações listadas na Bovespa. Desde então, venho escrevendo que o IBOV terá um melhor desempenho no médio e longo prazo. As turbulências no curto prazo são passageiras. Empresas pré-operacionais, como a “saudosa” OGX, ou mal geridas, como a Petrobrás, foram retiradas ou aos poucos estão sendo sugadas do índice. Desta forma, não acredito num IBOV abaixo dos 40 mil pontos. Neste patamar, mesmo com a economia nacional numa tremenda crise, a “bolsa” fica muito barata para os estrangeiros, especialmente quando convertida em dólares – pontuação atual dividida pela cotação do dólar: menos de 18 mil pontos. Veja abaixo um resumo da composição do IBOV para o primeiro quadrimestre de 2015 e meus comentários:

1 – Perceba que as Blue Chips mais populares, como a VALE e a Petrobrás, perderam importância no índice, atualmente, com cerca de 8% cada uma: antes as duas representavam quase 25% do IBOV.

2 – Atualmente o setor bancário é o de maior peso: por volta de 30% do IBOV (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, BB Seguridade, etc.)... Relembre os fabulosos lucros dos bancos privados no ano passado. Teria espaço para os lucros caírem? Pense: Taxa Selic em alta, gestão impecável dos bancos privados e controle rígido do crédito.

3 – A Ambev atingiu um patamar histórico, cerca de 7%. Outras grandes empresas do setor de consumo também aumentaram suas participações: Pão de Açucar (1,8%) e BRFoods (3,6%).

4 – As siderúrgicas perderam muito espaço: Usiminas, Gerdau e CSN. Por enquanto nenhum sinal de reversão para o setor.

5 – Empresas sólidas e eficientes ganharam maiores espaços no IBOV, como a Embraer e a Ultrapar (esta última dona da marca Ipiranga – postos de combustíveis).

6 – Uma empresa de destaque do ramo educacional também fez bonito. Após dois anos liderando os ganhos na bolsa de São Paulo, a KROTON agora tem participação de mais de 2%.

Desta forma, fica muito claro prever que o IBOV tem pouco espaço para cair abaixo de 45 mil pontos. Os “lixos” da Bovespa aos poucos estão sendo varridos do mapa. Portanto, faça o mesmo e junte-se às boas empresas. Outro detalhe importante: a composição do IBOV é revista a cada quatro meses, assim empresas que tiveram baixa perfomance recente, num futuro próximo podem aumentar a participação no IBOV. Um grande exemplo é a VALE. Ela tem tudo para melhorar sua participação no IBOV nos próximos anos. O preço do minério de ferro não cairá pra sempre. Ciclos são ciclos!

Por último, existem duas maneiras simples de ganhar com a subida do IBOV: a compra do ativo BOVA11, um fundo de índice negociado em bolsa que acompanha diretamente a variação do IBOV, e a compra de minicontratos no mercado futuro. Leia mais sobre estes ativos no site (www.investircadavezmelhor.com.br) ou conheça meus livros na Amazon.

Bons investimentos.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2015 – O ano da virada?



Primeiro dia útil do ano, a bolsa brasileira começa os trabalhos com o pé esquerdo, queda de mais de 3%, e o pregão nem terminou! Mas hoje não vou escrever sobre os problemas crônicos da economia brasileira e nem sobre o desempenho pífio do mercado acionário nos últimos dois anos. Esqueçamos o pessimismo (ou o realismo) e concentremos no otimismo. Olhemos para o futuro, para frente. A virada de um ano para o outro é sempre um momento propicio para tal atitude. Precisamos de novas ideias, de novos conceitos, de novas perspectivas e de novas esperanças. A quem diga que estamos longe do fundo do poço e que tudo pode piorar. Não acredito nesta premissa. Veja uma série de dados que podem indicar uma mudança iminente de rumo da economia nacional e que será refletida diretamente no mercado de ações:

1.
       Finalmente, o Governo Federal resolveu tratar a doença com o medicamento correto. Antes, o Governo sequer reconhecia o problema. Depois, insistiu com remédios equivocados ou com doses homeopáticas. A nomeação de Joaquim Levy é a maior prova da mudança destes conceitos. Porém, é preciso mais, muito mais. Precisamos de mais medidas concretas e acertadas... Estou convicto: elas virão.
2.
       Muitos alertam que o ano de 2015 será difícil. Nem eu e nem ninguém discute esta afirmação, porém isto já foi precificado pelo mercado financeiro. Agora a cada nova medida efetiva do Governo Federal, a cada acerto e a cada correção dos desvios crônicos da economia, o mercado sentirá alívio e melhorará as perspectivas futuras.
3.
       Com o rumo certo da economia teremos o retorno da confiança dos empresários e dos investidores, além do retorno da esperança de todos os brasileiros. Aos poucos os bons investimentos voltarão. É uma questão de tempo. Será uma jornada longa, porém saborosa. Cada conquista será comemorada.
4.
        As medidas corretas do Governo Federal poderão salvar o rating do Brasil (grau de investimento). Isto é crucial para o total reestabelecimento da economia tupiniquim. Em breve, vou escrever sobre o assunto de maneira pormenorizada.
5.
       Existe um pânico exagerado no mercado financeiro sobre um eventual aumento dos juros americanos, atualmente em zero. Não tenho dúvidas: os juros subirão em breve. Contudo, acredito que o efeito sobre o Brasil será menor que os analistas predizem.  É verdade que o crédito internacional ficará mais caro (proporcional ao aumento da taxa de juros americana) e parte do capital investido nos países emergentes poderá retornar aos Estados Unidos. Todavia, se os outros fatores positivos acima comentados forem concretizados, os efeitos aqui serão bem menores que o previsto.
6.
       O mercado de ações anda na frente da economia real. Sempre. O pessimismo dos últimos dois anos no IBOV (queda de 20%) foi concretizado em dois anos sem crescimento significativo da economia brasileira. Porém, o gráfico mensal do IBOV pode estar sinalizando uma alta para os próximos anos (mais detalhes na próxima coluna).


Assim, estou otimista e acredito em dias melhores. Desejo a todos um ótimo Ano Novo.

Bons investimentos. MJR