Juros
futuros nos EUA “sangram” os ativos mundo afora!
Atualização
mensal – 04 de outubro de 2023
Malgrado a FED
Funds Rate ter ficado estável (5,25 – 5,50%), os juros futuros americanos de
10 e 30 anos dispararam no mês de setembro. Por exemplo, a taxa de 10 anos subiu
cerca de 80 pontos-base e se aproximou dos 5,0% ao ano – algo inacreditável
para os “juros-zero” pós-pandemia.
A dinâmica
dos juros futuros de 10 anos nos EUA afeta diretamente todos os ativos no
mundo, tanto os de renda fixa como os de renda variável.
Quase tudo
caiu em setembro: ouro, renda fixa no Brasil e nos EUA, bolsas americanas e
brasileira, dentre outros. Se salvaram apenas os títulos de curto prazo nos EUA
(Bills) e o CDI no Brasil (pós-fixados).
O dólar index
também disparou – mais juros nos EUA, mais força do dólar americano frente a outras
moedas – e por aqui o dólar ganhou muita força contra o real (atualmente cotado
em 5,13)
Para piorar
o cenário desolador, o barril do petróleo seguiu em forte alta (questões geopolítica
e de oferta e demanda), pressionando ainda mais as expectativas inflacionárias –
mais inflação, mais juros.
Posto
isto, enquanto os juros futuros americanos não se acomodarem ou recuarem, os
ativos mundo afora vão continuar sofrendo.
E mais. A
forte alta de juros nos EUA, em breve, poderá quebrar algum setor da economia
americana. Talvez, uma questão de tempo. Daí o tal do “hard landing” poderá ser
instalado e a recessão aterrissar na América.
As bolsas
americanas cederam razoavelmente nos últimos três meses e atingiram suportes
interessantes. E é óbvio que podem cair ainda mais, mas nesses níveis, alguns
ativos já estão interessantes – várias casas de análise apontando nessa
direção.
O problema é
nadar contra a maré em mar extremamente revolto. Sempre é muito difícil montar
posições nesse cenário. Mas, é justamente nas crises agudas, que temos as melhores
oportunidades.
No Brasil o
cenário é muito semelhante, porém com a cereja do bolo: o fluxo estrangeiro
continua muito ruim para a B3, afetando ainda mais a cotação dos ativos
brasileiros.
O IBOV já
recuou mais de 10 mil pontos em relação ao topo de julho (de 123 para 113 mil pontos).
E vários ativos, inclusive alguns de alta qualidade, caíram fortemente nos
últimos meses.
Os títulos prefixados
e os indexados à inflação também voltaram a ceder e, atualmente, oferecem taxas
de juros próximas aos picos desse ano (por exemplo, título IPCA Inflação,
vencimento 2045, pagando IPCA + 5,96% ao ano). Lembrando que nesse período a
Taxa Selic caiu de 13,75% para 12,75%, e possivelmente cairá mais 100 pontos-base
ainda em 2023.
Para os
menos habituados ao tema, os juros à vista (Selic) são determinados pelo Banco
Central e os juros futuros são negociados livremente na B3 e sofrem influência
de vários fatores, incluindo a expectativa inflacionária, a situação fiscal do
governo federal e os famigerados juros de 10 anos nos EUA.
O que fazer?
Por enquanto, é preciso ter muita paciência e manter os planos de longo prazo
numa carteira diversificada. Para quem tem estômago forte e fôlego (caixa
disponível), aproveitar o momento atual para reforçar as posições seria um
movimento muito interessante.
Obviamente, sem
exageros, pois ainda não temos uma luz no fim do túnel, e o que está barato
poderá ficar ainda mais barato. Palpite: a luz está próxima de ser avistada!
É justamente
nesses momentos de total aversão aos ativos de risco, que temos as grandes
oportunidades no mercado financeiro, tanto em renda fixa, como em renda
variável. Aqui, e nos EUA.
Seja resiliente
e convicto nas suas decisões. Dias melhores virão.
Por
último, uma dica simples: fique longe de ativos problemáticos e empresas endividadas.
Compre bons ativos e pagando barato. É tempo de barganhas!
Bons investimentos!
*Para conferir todos os posts recentes do autor, acesse o site: www.investircadavezmelhor.com.br
MJR
*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.
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