Ontem à noite, em ritmo frenético, a Câmara dos deputados aprovou
a “PEC do Orçamento”, por ampla maioria. Ao que tudo indica simplesmente para “cutucar”
o Presidente Bolsonaro, e mostrar que sem negociação com os parlamentares, o Governo
não governa, simples assim. Os últimos presidentes que “bateram de frente” com os
líderes da Câmara sofreram impeachment no
Brasil, Collor e Dilma.
Por outro lado, já estamos no final de março e a PEC da Reforma
da Previdência enviada em fevereiro progride em ritmo de tartaruga. É
inacreditável! Enquanto isso, milhões de desempregados continuam sofrendo nas
ruas com a insensibilidade dos políticos em Brasília. A aprovação da reforma destravaria
a “nossa dependência” do Estado por alguns anos.
O cenário econômico atual de juros baixos, inflação
controlada e longa estagnação econômica é extremamente propício para a retomada
do crescimento econômico e a forte geração de empregos. Basta o Governo Federal
mostrar aos investidores e empresários que mantém a capacidade de honrar suas
dívidas no futuro. Atualmente, a reforma da previdência é o gatilho mais
relevante para o controle dos gastos públicos e solvência do Governo.
E o mais triste, o lenga-lenga de Brasília prejudica mais justamente a população menos escolarizada e mais pobre. É um verdadeiro contrassenso
da classe política.
Em virtude da urgência do tema, se fôssemos um país sério, a
reforma já estaria muito mais avançada. E mais. Os setores que serão prejudicados
com a reforma, ainda não mostraram a cara e aguardam o momento mais propício
para colocar “as manguinhas” de fora.
A atual previdência social é obsoleta, deficitária e desigual,
privilegiando alguns grupos em detrimento da maioria da população. Basta. Essa
anomalia chegou ao limite.
Ainda tenho a convicção de que alguma reforma da previdência
passará ainda neste ano, mesmo que de forma desidratada e num ritmo muito
lento. E por uma questão simples. Não há outro caminho. Nem para o Governo
Federal e muito menos para os Estados da Federação.
O que mais me incomoda é o completo descaso da classe
política com a população, especialmente em relação aos menos favorecidos. Uma
postura míope e egoísta.
MJR
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