Semana muito agitada no mercado financeiro. No momento em
que escrevo, a queda do IBOV na semana é de mais de 5%. O maior recuo semanal desde
maio de 2017 (JBS). E a queda não teve relação com o mercado externo, haja
vista que o S&P ficou praticamente estável nesses dias.
O viés de queda do índice foi acentuado com a derrocada das
ações da Petrobrás – quase 30% em relação ao topo da semana passada (somente no
dia de ontem, queda de quase 14%). O motivo principal foi o comunicado do
presidente da Estatal, Pedro Parente, na última quarta-feira, quando anunciou um
corte de 10% no preço do diesel por 15 dias, contrapondo a atual política de preços
– a “ideia” era ajudar na negociação com os caminhoneiros. Como já era esperado,
o mercado bateu forte nas ações. Ingerência do Governo? Ainda é cedo para se
chegar a uma conclusão mais fidedigna.
Já o petróleo atingiu a maior cotação no mercado mundial na
semana passada, mais de 80 dólares o barril. Nessa semana o petróleo do tipo
Brent está recuando cerca de 5%. Sempre é bom relembrar que o barril de
petróleo atingiu a mínima dos últimos anos em janeiro de 2016, 27 dólares, e em
pouco mais de dois anos, atingiu 80 dólares o barril – alta de mais de 200%.
Como comentei no último post, o dólar americano vem ganhando
força nos últimos meses no mercado mundial – aumento da taxa de juros nos EUA.
A trégua desta semana na alta da moeda me parece pontual e ajudada pela maior
intervenção do Banco Central do Brasil. Mas o viés segue fortemente altista.
Acredito que o mercado de renda variável continuará muito
volátil nos próximos meses, especialmente em virtude do processo eleitoral que
se aproxima. Posto isto, o que fazer com esses ativos?
1 = Pensando no curto prazo, a volatilidade e a incerteza estarão
muito presentes nos próximos meses. Portanto, um cenário não recomendado para
os iniciantes. Para aqueles que têm algum domínio, o uso do mercado de opções é
interessante para proteger a carteira. Por exemplo, as puts da Petrobrás saltaram
mais de 1.000% em poucos dias.
2 = Visando o longo prazo (a tendência primária do IBOV ainda
é de alta), aproveite os momentos de exagero do mercado (quedas
acentuadas) para aumentar gradualmente suas posições. Mas faça isso com bastante
cautela. Somente mudarei de ideia se, em outubro de 2018, elegermos um
presidente populista e não compromissado com a continuidade do ajuste fiscal.
3 =Mantenha uma pequena parcela dos seus investimentos aplicada
em dólares no intuito de proteger parcialmente seu portfólio. Para aqueles que
vão viajar para o exterior, opte por compras parceladas da moeda americana. Não
tente adivinhar fundos!
4 = Já o petróleo, por enquanto, continua com o viés de
alta. Não há sinais de reversão, o que continuará pressionando os preços dos
combustíveis. O Governo Federal não terá uma tarefa fácil em segurar o preço do
Diesel.
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
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