terça-feira, 28 de outubro de 2014

Fim de festa



No último domingo, 26, tivemos o encerramento das eleições presidenciais mais disputadas desde a redemocratização do país na década de 80. A Presidente Dilma Rousseff se elegeu com pouco mais da metade dos votos (51,64%). Uma vitória apertada, mas incontestável, nas urnas. Até poderíamos questionar os meios antidemocráticos empregados durante a campanha, mas a vitória é legítima e temos que respeitar... Meus parabéns a todos os brasileiros, que de uma forma ou de outra, participaram intensamente desta belíssima festa democrática...  Ao candidato Aécio, eu diria o seguinte: muito obrigado por nos trazer a esperança de um país melhor, por resgatar o orgulho de ser brasileiro e, principalmente, por nos devolver o sonho de um país melhor e mais desenvolvido, com mais oportunidades e menos corrupção. Há muito tempo não presenciava uma mobilização popular tão grande em torno de uma causa comum e apartidária (tenho certeza que a maioria não votou no PSDB, votou na mudança e na esperança). Foi espetacular, inesquecível... Parabenizo também a Presidente reeleita e espero que ela coloque em prática as palavras proferidas no seu primeiro discurso da vitória: diálogo com todas as classes sociais; união das forças produtivas deste país, incluindo os empresários e investidores; e o principal, recolocar a economia brasileira nos trilhos... Apesar do sentimento de derrota daqueles que votaram por mudanças, acredito que o recado foi dado nas urnas: a “metade” da população não está satisfeita com o atual Governo. É preciso corrigir os erros! Mais do que nunca o slogan de campanha da Presidente Dilma precisa ser executado na prática: Governo Novo, Ideias Novas. Sinceramente torço muito por isso... Como havia escrito na semana passada, não acredito que a Presidente irá dobrar a aposta nesta fracassada política econômica... Fim de festa! É verdade, com sabor amargo, mas com a esperança “redobrada” em dias melhores. Sempre!

Leia também (link abaixo) a carta de um dos maiores e mais bem sucedidos empresários do Brasil, Abílio Diniz, endereçada a Presidente Dilma e publicada no Jornal Folha de São Paulo no dia de hoje.

É inadiável reestabelecer a confiança do empresariado”, Abílio Diniz.


http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/10/1539276-abilio-diniz-carta-a-presidente.shtml

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Cenários econômicos pós-eleição 2014



As eleições presidenciais mais disputadas dos últimos tempos estão na reta final. No próximo domingo teremos o fim de todas as especulações sobre o nosso futuro. Acabou a farra. A partir de segunda-feira iremos encarar a dura realidade, independentemente de quem ganhar, pois a situação econômica é preocupante. Os últimos dados (PIB, inflação, taxa de investimentos, balança comercial, superávit primário, dólar, etc.) são categóricos: a situação é muito delicada...  Daí vem a seguinte pergunta: o que podemos esperar para os próximos 4 anos? ... Acredito em 3 cenários econômicos possíveis, vejam:

1 – Vitória da oposição. As mudanças macroeconômicas deverão ser mais rápidas, porém no curto prazo ainda teremos dias difíceis. Alguns estudiosos acreditam que após a execução dos ajustes necessários, em 3 a 4 trimestres, voltaríamos a crescer de maneira sustentável.

2 – Vitória do Governo e mudança do atual modelo econômico. Nesta hipótese, o Governo Federal, mesmo sem admitir os erros dos últimos anos, passaria a corrigi-los de forma gradual, o que aumentaria a credibilidade do Governo e o retorno dos investimentos. 

3 – Vitória do Governo e manutenção da atual política econômica. Aqui seria um desastre. O Governo Federal dobraria a aposta neste modelo econômico fracassado. Todos os indicadores econômicos caminhariam para uma situação insustentável: inflação mais alta, recessão, piora das contas públicas, agravamento da balança comercial, perda do grau de investimento, escassez de investimentos, aumento do desemprego, etc. Todas as classes sociais seriam afetadas. Todas. Neste modelo caminharíamos a passos largos para a “Argentinização” do Brasil. Triste fim!


Apesar da possibilidade deste último cenário, catastrófico, eu particularmente não acredito nele. Em minha opinião qualquer um dos candidatos que vencer as eleições neste domingo, optará por corrigir os erros da atual política econômica, na tentativa de colocar o Brasil no rumo certo... Em 2002/2003, o cenário era ainda mais nebuloso e repleto de incertezas, porém o recém-eleito Presidente Lula conseguiu trilhar bons caminhos, mantendo o tripé macroeconômico e as conquistas do Plano Real, além de aprimorar os programas de inclusão social... Espero que eu esteja correto!


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Vote pela mudança. Vote por um futuro melhor. A hora da renovação chegou!




Cansei das mentiras da Dilma. O atual governo vive no mundo da lua. O ministro Guido Mantega então, nem se fala. Ele é o cara mais cínico que já vi. Mente como nunca. Manipula os dados econômicos e compara indicadores em contextos diferentes. É um contador de lendas. Um criador de fantasias. Seria até engraçado, se não fosse a nossa realidade e, principalmente, o nosso futuro... Para ele a difícil situação econômica do Brasil é fruto exclusivo da crise externa. Que crise? A crise do ministro já dura mais de seis anos, todavia, a crise internacional já foi debelada há tempos. Só persiste na cabeça dele, com a clara intenção de mascarar o seu próprio fracasso. Enquanto outros países crescem de maneira sustentável, nós estamos próximos do zero a zero: talvez 0,3% em 2014. Ridículo!  Mas o pior de tudo é a grande miopia do Governo Federal e a insistência em não combater os problemas. Há quem diga que, se eles ganharem as eleições, persistirão na mesma “miopia econômica” até as últimas consequências, ou seja, vão dobrar a aposta, vão manter a mesma medicação equivocada. Lamentável! A confirmar esta premissa, o nosso fim será trágico: talvez o mesmo destino dos nossos hermanos... Leia abaixo no blog, os principais indicadores que desmentem as “verdades” do Governo Dilma.  Os dados colocados são públicos e categóricos. Só não ver quem não quer.

Desde o segundo semestre de 1999, durante o Governo FHC, por lei, a política monetária do Governo é baseada no regime de Metas de inflação. Atualmente, a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Esta política monetária tem como objetivos o controle da oferta de moeda no país e a regulação da taxa básica de juros (Selic), visando um objetivo maior: manter o controle do processo inflacionário. Outro importante conceito é sobre os três pilares de sustentação econômica do Brasil: responsabilidade fiscal (superávit primário), câmbio flutuante e metas de inflação.  Estes fatores em conjunto têm como razões principais: o crescimento sustentável do país e a melhor qualidade de vida da população. Simples!

A era FHC foi marcada pela estabilidade da moeda e o combate da inflação. O Governo Lula pelos avanços sociais e a distribuição de renda, sem perder a ortodoxia econômica. E o Governo Dilma? Ficará marcado pelo baixo crescimento e pelo descontrole da inflação... Leia a seguir, os 10 fundamentos que também marcarão negativamente o fatídico Governo Dilma. Eles mostram, de maneira inequívoca, a grave situação econômica em que vivemos.

1 – O Governo continua arrecadando muito: a carga tributária está em torno de 36% do PIB. Houve um crescimento exponencial nos últimos 20 anos, desde a era FHC. A pesada carga tributária limita drasticamente o crescimento das empresas. Estima-se que, para produzir algo no país, o custo é em média 32% mais caro que no exterior. A Dilma não mudou esta trajetória, exceto por isenções pontuais de impostos, visando apenas o consumo, sem efeito duradouro sobre a economia.

2 – O superávit primário do Governo Federal é cada vez menor... Somente para recordar, ele é o resultado da arrecadação do Tesouro Nacional através dos impostos, descontados os gastos públicos, sem contar o pagamento dos juros da dívida... Na era Lula, ele ficou em cerca de 3%, um bom número. Atualmente é menor que 2%. Só não está pior em virtude das manobras contábeis do Guido e por receitas não recorrentes. É importante salientar que o superávit primário é o principal fator observado pelo mercado financeiro para avaliar a credibilidade de uma nação. Assim, este resultado impossibilita uma redução sustentável da taxa básica de juros (Selic) e ocasiona um aumento natural do endividamento público, pois o Governo para emitir novos títulos públicos, necessitará remunerar com maiores prêmios seus credores (investidores). Esta premissa é global e vale para todos os países. Não tem como o Mantega e sua turma manipularem os números! A continuar assim, perderemos em breve o grau de investimento conseguido no Governo Lula.

3 – Taxa de investimento: continua em níveis baixos, menos de 20% do PIB. O crescimento visto na era Lula foi baseado no consumo (aumento da renda da população, muito acima da inflação) e da exuberante exportação de commodities, em virtude da taxa de câmbio – sobrevalorização do real frente ao dólar. Só por curiosidade: nos últimos 10 anos o consumo de bens no Brasil teve um crescimento de 128% e a capacidade industrial apenas 22%. Esta importante lacuna foi preenchida pelos produtos importados: é mais barato importar do que produzir aqui. Quem perde? Todos nós. Segundo vários especialistas, nos últimos 4 anos, 2010 a 2014, tivemos o maior período de desindustrialização da nossa história recente.

4 – Uma equação que não se fecha: nos últimos 20 anos houve um importante crescimento da renda da população. O dado isoladamente é ótimo. Todavia, a produtividade não acompanhou, nem de perto! Resultado: as empresas não conseguem mais se expandir. O objetivo principal de qualquer negócio é lucro... Chegamos ao fim da linha: salários altos, carga tributária excessiva e baixa produtividade!

5 – As reformas que são necessárias estão paradas: tributária, trabalhista, política, previdenciária, dentre outras. E não é de hoje. Sem elas o país ficará estagnado. Aí, não é só culpa do Governo Federal, mas também do horripilante Congresso Nacional.

6 – Burocracia e carga tributária. Um exemplo desta péssima união: estima-se que o custo da máquina para a arrecadação dos tributos no Brasil (os custos das empresas e os do próprio Governo) chega a 4% do PIB. Em outros países este valor é de apenas 1%. São 3% de desperdício. Enquanto isso, o investimento em infraestrutura é de apenas 2% do PIB. Uma distorção horrorosa!

7 – A taxa de criação de empregos está caindo drasticamente nos últimos meses. Qual o próximo passo? O aumento do desemprego. Um caminho inexorável: obrigado Dilma, estamos quase lá!

8 – A inflação persistente: cerca 6,5% ao ano. Este dado é muito preocupante. Pior. A inflação só não foi mais alta em 2014 pela intervenção do Governo Federal nos preços controlados (gasolina, energia elétrica, etc.). Em algum momento estes produtos terão que ser reajustados.

9 – Faltam metas de longo prazo. O atual Governo não tem projetos. Não existe uma agenda positiva. A infraestrutura no país é caótica. As recentes “concessões” (termo adotado pelo Governo Dilma para privatizações) na área de infraestrutura são bem-vindas, porém ainda tímidas. Precisamos acelerar as mudanças: menos Governo e mais eficiência!

10 – Por último, a corrupção. O exemplo da Petrobrás é o mais recente e o mais emblemático da nossa história. A empresa está sangrando no atual Governo. O aparelhamento político das estatais é uma vergonha.  Basta!

A mudança do rumo do nosso país só depende de nós... Muda Brasil!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

IBOV: 40 ou 80 mil pontos?



Após 20 dias de férias, o “blog” está de volta... E com boas notícias para o futuro do Brasil: o surpreendente desempenho da oposição no primeiro turno foi muito acima das expectativas. Apesar da sinalização das últimas pesquisas na semana passada, o sprint final de Aécio foi espetacular. A reação do mercado foi imediata. Hoje, o IBOV teve alta de cerca de 5%, além da queda do dólar... Volto a comentar que o mercado financeiro não tem partido, ele apenas olha para o futuro. A situação econômica é grave e o atual Governo insiste em não aceitar o problema.  

Para os investidores, a pergunta mais importante no curto prazo é: em que pontuação o IBOV fechará o ano de 2014? Numa situação normal já não é fácil prever. Com o tempero da eleição fica ainda mais difícil... 
A situação econômica é grave e não será resolvida da noite para o dia, por nenhum dos candidatos. O ano de 2015 será muito difícil e o cenário externo poderá piorar a situação... Se a Dilma ganhar, provavelmente o IBOV buscará o fundo de 2014 (44 mil pontos). Se o Aécio vencer, ele poderá atingir 70 / 80 mil pontos. Uma diferença abissal, não? Alguma razão? Simples... Enquanto o Governo atual continua míope, o candidato da oposição já sinalizou a retomada do tripé macroeconômico vitorioso que mudou a vida de todos os brasileiros desde a década de 90: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal (controle dos gastos do Governo).


É importante relembrar que para o bom investidor de longo prazo, qualquer um dos cenários não altera o destino final. As incertezas de curto prazo não mudam a trajetória vencedora dos bons investidores. Podem apenas retardar temporariamente o desempenho... Como diz o grande investidor brasileiro Luis Barsi: “a bolsa em crise gera grandes oportunidades”. Aproveite! ... Assim, 40 ou 80 mil pontos? É preciso esperar o resultado do dia 26 de outubro!