quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Títulos prefixados ou pós-fixados? Dobre sua aplicação em 5 anos.



Em situações de crise econômica esta pergunta é muito difícil de ser respondida, mas creio que chegou a hora de começar a comprar os títulos prefixados, como exemplo, o Tesouro prefixado (LTN).

Diante do cenário catastrófico em que o Governo Federal nos colocou (dólar futuro a 4,15 reais, recessão, inflação persistente, desemprego, falta de confiança, perda do grau de investimento, entre outros), temos que tentar esquecer os problemas e aproveitar as oportunidades com a incompetência do Governo e a insanidade do mercado.

Ao emitir títulos públicos os juros pagos pelo Governo Federal são determinados pelo próprio mercado (e não pelo Governo). Em outras palavras, quanto maior for a crise, maior serão os juros exigidos nos leilões, o que gera alta volatilidade. Quanto mais profundas forem as trapalhadas do Governo, maior será a exigência do mercado. Simples!  Você emprestaria seu dinheiro para uma empresa que só dá prejuízo e gasta mais do que recebe? O raciocínio para os títulos do Governo é o mesmo.

Os juros pagos a um título do Governo Federal dependem da Taxa Selic (taxa de juros à vista, spot, hoje em 14,25%), dos juros futuros (exemplo, DI com vencimento em 2017 em 16,30%), da oferta e da demanda, das perspectivas futuras da economia brasileira e das contas públicas (nada animadoras) e até de uma dose de especulação, é claro! Desta forma, hoje, dia 23/9, os juros prefixados bateram em 16,37% ao ano (NTNF-25). Uma aberração na história recente.  




O que fazer? Se você tem “caixa” chegou a hora de garantir estes juros polpudos por um período mais longo. Até então o ideal era aplicar totalmente em títulos pós-fixados (Selic). Mas acredito que chegou a hora de inverter a mão. Como o cenário ainda é muito incerto faça isso aos poucos. Execute em parcelas. Novos recordes nos juros podem ser atingidos.

Um exemplo: hoje, quem aplicar pouco mais de 45 mil reais numa LTN com vencimento em 2021 receberá 100 mil no resgate: rendimento bruto de 55 mil reais e retorno líquido por volta de 46 mil reais – descontado o imposto de renda (15%). É mais que o dobro em pouco mais de 5 anos. Uma mamata. Aproveite a incompetência do atual Governo e garanta seu futuro!

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Zeina Latif



Aprendendo com os mais brilhantes e experientes...

Hoje no almoço, 15/09, participei de uma breve palestra proferida pela Economista Chefe da XP investimentos, Zeina Latif, promovida pela Centronorte Investimentos, Goiânia, Goiás. Foram pouco mais de 40 minutos, mas o suficiente para uma brilhante exposição sobre macroeconomia. Veja alguns tópicos abordados por ela:

1 – O ajuste anunciado ontem foi muito tímido, apesar de estar na direção correta. Segundo ela o Brasil precisa de medidas muito mais severas do ponto de vista estrutural. “Precisamos de um país menos paternalista e menos intervencionista”.

2 – Para ela, o ajuste deveria ser muito mais amplo. Cortar definitivamente os benefícios fiscais e os subsídios de todos os setores (não estamos falando em programas sociais). Uma tarefa impopular mas necessária. A reforma da previdência é a principal missão. Nos moldes atuais o país não aguentará muito tempo.

3 – Zeina acha que dificilmente seguiremos os passos da Argentina. Os motivos? As instituições brasileiras sólidas e a presença do PMDB (Governo e Congresso Nacional): medidas populistas e deletérias para o país seriam prontamente barradas. Outro fator importante: a sociedade não aceitaria. Os “movimentos de rua” já mostraram isto!

4 – Indústria. A notícia mais triste: nos últimos anos, em virtude da política econômica heterodoxa (e fracassada), houve um crescimento do hiato entre a produção industrial e o consumo da população. Moral da história: inflação alta e persistente. Pior. A competitividade da indústria nacional foi reduzida a pó: salários em alta, produtividade em baixa e câmbio desfavorável por um longo período... Por outro lado, os efeitos positivos da recente correção do dólar sobre as exportações são tardios, exceto para as grandes empresas exportadoras.

5 – Inflação. Recuará em 2016 pela menor pressão dos preços represados, mas ainda ficará acima da meta.

6 – Solução para a crise? Ajuste. Ajuste. Ajuste. É preciso controlar as contas públicas urgentemente. O resto é paliativo. A política econômica fracassada do primeiro mandato da Dilma (leia-se Guido) está esgotada. O ajuste fiscal é fundamental para no futuro o BC reduzir a taxa básica de juros e estimular a economia.

7 – Um ponto muito importante (que sempre é a desculpa do PT). O mundo não está em crise. O PIB mundial dos últimos anos ficou acima de 3%. É verdade que houve uma desaceleração, mas condicionar a nossa recessão a uma suposta crise mundial é uma falácia.

8 – A perda do grau de investimento foi muito ruim. Péssimo. Afetará diretamente o país, as empresas e os novos investimentos.

É provável que eu não tenha comentado tudo, mas acredito que os pontos principais foram elencados. Resumindo, a nossa situação está caótica e sem perspectivas no curto prazo!

por MJR

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

13 anos de IncomPeTência. Basta!



Chegamos ao fundo do poço. Será? Se nada for feito tudo pode piorar. Reveja algumas manchetes recentes e confirme por si só a situação crítica em que o atual Governo nos colocou (abaixo). Sem falar na corrupção disseminada. Precisamos de uma mudança urgente. Não aguentaremos mais três anos de incompetência, desgoverno e falta de liderança. O Brasil está na UTI em estado grave e sem perspectivas. É um paciente terminal!

Se nos primeiros 6 anos do Governo do PT, 2002-2008, o país obteve significativas melhoras nos indicadores sociais e econômicos, quase tudo foi destruído por eles mesmos nos últimos 7 anos, 2008-2015. Mais de uma década perdida. O motivo principal? Um Tsunami de má gestão: uma incompetência sem precedentes e erros pueris na condução da política econômica nestes 7 anos. Outro aspecto muito importante: fica muito claro nas atuais investigações da Polícia Federal que o Governo do PT visa exclusivamente a manutenção do poder, a qualquer custo. É Mensalão. É Petrolão. Que se dane a população. Pior. Em cenários de crise quem mais sofre é a população de baixa renda. A crise é arrasadora e já afeta o emprego, as mensalidades escolares e os planos de saúde.

Os maiores culpados de tudo isso são a atônita Presidente, o fatídico Guido e os 51 milhões de brasileiros que foram ludibriados pelas falácias do PT na eleição de 2014. Uma campanha desleal, mentirosa e provavelmente financiada por dinheiro sujo oriundo da corrupção. Para piorar a situação, o Ex-Presidente Lula tenta voltar à cena como o salvador da pátria: bravatas e mais bravatas. Haja paciência. Ninguém aguenta mais. A sociedade precisa se mobilizar ainda mais, urgente, caso contrário seguiremos os passos erráticos dos nossos hermanos e mergulharemos numa crise ainda maior. Posso garantir: o que está ruim ainda pode piorar! 



                                         


































Em resumo:


PIB em queda (previsão de contração de 3% em 2015). Quase inacreditável. Recessão.

Inflação alta e resistente. IPCA de 10% ao ano em 2015.

Juros básicos em níveis estratosféricos. Taxa Selic voltou a 14,25%, maior patamar desde 2006.

Confiança de empresários e consumidores reduzida a pó.

Taxa de desemprego em 8% retornando a níveis de 2002.

Dólar a 4 reais, mesma cotação de 2002: no auge do “medo” e das incertezas sobre a provável eleição de Lula em 2002.

Bovespa em níveis de 2005. Grandes e médias empresas em situação caótica.

E a cereja do bolo: a perda do grau de investimento. Os investimentos vão minguar ainda mais.


Mais de uma década perdida!  

MJR

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Análise Técnica no Mercado de ações



Prezados leitores do blog,

Este é o meu quinto livro publicado, já disponível na Amazon. Sem dúvida, o melhor deles. Foram mais de dois anos dedicados à sua elaboração. O enfoque principal é na análise técnica no mercado de ações do Brasil – assunto que me dedico a estudar nos últimos 5 anos. O livro ficou muito didático e com uma linguagem simples e acessível: do básico ao avançado. Contêm 176 ilustrações e gráficos em alta resolução, todos originais. 

Leia um trecho da introdução do livro e depois o conteúdo do livro:

“O sucesso no mercado de ações depende exclusivamente de você. Duas palavrinhas mágicas são preponderantes: conhecimento e disciplina. Sem estes dois fundamentos você será um fracassado. Pode confiar. O conhecimento se adquire com muito estudo e dedicação. Já a disciplina é inerente a cada um. Ela é intrínseca e só depende de você. Basicamente, existem duas maneiras de investir corretamente no mercado de ações: através da análise fundamentalista ou da análise técnica. O objetivo principal deste livro é apresentar ao leitor os principais quesitos para se praticar uma boa análise técnica no mercado de ações baseada nos gráficos. Tenho total convicção que após uma leitura atenta e a compreensão dos temas aqui apresentados, você se tornará um investidor melhor. Um último detalhe: não opere na bolsa como a maioria dos pequenos investidores no Brasil. Eles operam no “achismo” e nas dicas de terceiros. O resultado é quase sempre o mesmo: perdem grande parte das reservas financeiras e criticam o sistema financeiro e a bolsa de valores. Faça diferente: estude muito, dedique e invista corretamente. Este é meu maior conselho. Não espere por dicas milagrosas. Elas não existem”. 

Sumário:
1.        Introdução.
2.        Quem opera no mercado de ações?
3.        Qual escola seguir: análise fundamentalista ou técnica?
4.        Introdução à Análise Técnica.
5.        A importância do volume financeiro.
6.        Médias Móveis.
7.        Análise do formato dos candles – uma ferramenta poderosa.
8.        Tendência de um ativo.
9.        Um pouco da Teoria de Dow.
10.     Reversão de tendência – Pivots.
11.     Suportes, resistências e rompimentos.
12.     Padrões gráficos complexos.
13.     Gaps.
14.     Retrações e Projeções de Fibonacci.
15.     Os indicadores mais úteis em análise técnica.
16.     Conceito de Stop.
17.     Entradas e Saídas parciais.
18.     Gestão do dinheiro e Controle de risco.
19.     Passos  para começar a investir em ações.
20.     Táticas operacionais de médio e longo prazo.
21.     Set-ups de Position Trade.
22.     Táticas operacionais de curto prazo – Swing Trade.
23.     Operações de curtíssimo prazo – Day Trade.
24.     Comentários finais.
25.     Leitura recomendada e comentada. 


** Público alvo:
investidores no mercado de ações e traders em formação.

MJR

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Grau de investimento e Rating – Saiba um pouco mais!



O assunto está na moda. Está todos os dias nos jornais: o Brasil caminha a passos largos para perder o grau de investimento. Mas na prática, o que muda para o país? O que muda para você? Veja algumas ponderações:

1.      
As três principais agências de Rating são a S&P, a Moodys e a Fitch, todas estrangeiras. São agências privadas e independentes que avaliam o risco de calote dos países (risco soberano) e das empresas de capital aberto (risco corporativo), sejam elas públicas ou privadas. Desta forma, as agências estimam a probabilidade de inadimplência futura do emissor avaliado.

2.      
A análise é quantitativa (relatórios financeiros) e qualitativa (qualidade da gestão, crescimento esperado, competitividade no mercado e vulnerabilidade ao mercado e ao sistema econômico)... Aqui estamos muito mal: o atual déficit orçamentário do Governo Federal, quando o correto seria um superávit primário; a gestão pública horrorosa, dentre outros problemas. Triste fim o nosso!

3.      
Fatores avaliados para o Rating: os chamados 4Cs:
a.        Caráter do emissor – histórico de crédito.
b.       Capacidade de pagar as dívidas – análise financeira.
c.        Colateral oferecido – garantia específica de cada título emitido.
d.       Covenants da emissão – direitos e deveres contidos no documento da emissão do título.

4.      
Existe uma graduação básica das agências de Rating (veja o infográfico acima do site G1). Mas resumidamente temos dois níveis:
a.        Grau de investimento (Investment grade): isto é, alta probabilidade de pagamento dos juros e da devolução do valor principal investido no vencimento do título.
b.       Sem grau de investimento (Non-investment grade – junk): o contrário.

5.      
Em duas agências, o Brasil está no limite. Se perdermos um nível, seremos considerados “junk” (lixo). Na outra estamos dois níveis acima, mas com perspectiva negativa (Fitch). A continuar a situação como está, chegaremos lá!

6.      
Mas qual é a importância dos países terem o Grau de investimento? Basicamente duas:
a.        Ao emitir dívidas o Governo pagará menos juros. O mercado exige menos de um bom pagador... Um adendo: os Governos não criam riquezas; o povo e as empresas criam. Pare de imaginar que o Governo gera seus próprios recursos. Tire esta utopia esquerdista da cabeça. O endividamento público faz parte de qualquer Governo. De qualquer país. Não tem com ser diferente! O Governo sempre precisará de recursos de terceiros para o desenvolvimento do país e para a melhoria da qualidade de vida da população. Sempre!
b.       Grandes fundos internacionais somente podem investir em países com o chamado Grau de Investimento (proibição estatutária). Assim, o capital estrangeiro no Brasil poderá minguar.

7.      
Mas, tem um senão. As notas das agências são tardias.  O mercado é muito mais rápido. Na prática o Brasil já perdeu o Grau de Investimento, basta observar as atuais taxas dos títulos públicos (títulos prefixados em 15% ao ano) e o patamar muito alto do CDS (Credit Default Swaps, resumidamente, uma espécie de seguro dos títulos públicos nacionais – em breve comentarei mais sobre ele). Portanto, já somos “junk”.

Por tudo isso, devemos “agradecer” a bela condução da política econômica nos últimos sete anos (2008 a 2015). Foi um desastre. O Profeta Guido nos levou ao fundo do poço e com o aval da atual Presidente que foi reeleita mentindo para a população e ignorando todos os sinais de alerta. Lamentável!

MJR