sexta-feira, 29 de março de 2019

Atualização mensal do IBOV – Prepare-se, a volatilidade vai continuar!




Em minha opinião o IBOV iria corrigir em março. Contrariando a minha expectativa, o índice começou o mês com força e conseguiu atingir a tão comentada marca dos 100 mil pontos. Todavia, no dia seguinte a bolsa brasileira começou a corrigir fortemente (cerca de 10% em poucos dias), culminando na forte queda da última quarta-feira. Porém, nos últimos dois dias, o mercado recuperou boa parte das perdas e terminou o mês próximo do zero a zero (ainda faltam 100 minutos para o mercado fechar).

Devemos nos acostumar com essa forte volatilidade do IBOV até a aprovação da reforma da previdência. Notícias boas impulsionarão a bolsa, por outro lado, obstáculos e trocas de farpas entre os poderes executivo e legislativo derrubarão fortemente o mercado de ações e o dólar vai disparar.

Para mim isso ficou bem claro. É a maneira que o Mercado tem para ser “escutado” em Brasília. Se as coisas andarem bem, bolsa para cima e dólar e juros futuros para baixo. E vice-versa.

Como escrevi no post anterior, a reforma da previdência é imprescindível para destravar a economia brasileira e o país voltar a crescer. O capital estrangeiro de longo prazo e o investidores locais aguardam a aprovação da reforma para voltar a investir “pesadamente” no Brasil, especialmente em infraestrutura. E isso gerará muitos empregos e aumentará os lucros das empresas. Neste cenário, a bolsa “explode” para cima. O céu é limite!

Contudo, para o curto prazo, eu particularmente acho que o viés do IBOV é baixista. Uma correção até os 89 / 90 mil (ou menos) ainda é possível. Outra possibilidade é o IBOV “andar de lado” no mês de abril, oscilando entre 91 e 100 mil pontos, a depender das notícias de Brasília. Não acredito no rompimento definitivo dos 100 mil pontos para as próximas semanas. A ver.

Assim, o momento exige muita paciência por parte do investidor. O ideal é continuar posicionado na compra, se possível adicionando alguns “seguros” ao portfólio, e manter a liquidez de parte dos investimentos, pois novas oportunidades de compras devem surgir. Uma alternativa é aumentar a posição acionária aos poucos, especialmente após as quedas vertiginosas, como aquela ocorrida no dia 27/03. Já o dólar e os juros futuros deverão oscilar de maneira inversamente proporcional ao IBOV.

Bons investimentos.

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.




quarta-feira, 27 de março de 2019

A insensibilidade dos mandatários em Brasília.





Ontem à noite, em ritmo frenético, a Câmara dos deputados aprovou a “PEC do Orçamento”, por ampla maioria. Ao que tudo indica simplesmente para “cutucar” o Presidente Bolsonaro, e mostrar que sem negociação com os parlamentares, o Governo não governa, simples assim. Os últimos presidentes que “bateram de frente” com os líderes da Câmara sofreram impeachment no Brasil, Collor e Dilma.

Por outro lado, já estamos no final de março e a PEC da Reforma da Previdência enviada em fevereiro progride em ritmo de tartaruga. É inacreditável! Enquanto isso, milhões de desempregados continuam sofrendo nas ruas com a insensibilidade dos políticos em Brasília. A aprovação da reforma destravaria a “nossa dependência” do Estado por alguns anos.

O cenário econômico atual de juros baixos, inflação controlada e longa estagnação econômica é extremamente propício para a retomada do crescimento econômico e a forte geração de empregos. Basta o Governo Federal mostrar aos investidores e empresários que mantém a capacidade de honrar suas dívidas no futuro. Atualmente, a reforma da previdência é o gatilho mais relevante para o controle dos gastos públicos e solvência do Governo.  

E o mais triste, o lenga-lenga de Brasília prejudica mais justamente a população menos escolarizada e mais pobre. É um verdadeiro contrassenso da classe política.

Em virtude da urgência do tema, se fôssemos um país sério, a reforma já estaria muito mais avançada. E mais. Os setores que serão prejudicados com a reforma, ainda não mostraram a cara e aguardam o momento mais propício para colocar “as manguinhas” de fora.

A atual previdência social é obsoleta, deficitária e desigual, privilegiando alguns grupos em detrimento da maioria da população. Basta. Essa anomalia chegou ao limite.

Ainda tenho a convicção de que alguma reforma da previdência passará ainda neste ano, mesmo que de forma desidratada e num ritmo muito lento. E por uma questão simples. Não há outro caminho. Nem para o Governo Federal e muito menos para os Estados da Federação.

O que mais me incomoda é o completo descaso da classe política com a população, especialmente em relação aos menos favorecidos. Uma postura míope e egoísta.

MJR



sexta-feira, 1 de março de 2019

Atualização mensal do IBOV – Dias nebulosos à frente?




No último post sinalizei que o IBOV estava prestes a corrigir, após uma expressiva valorização entre meados de dezembro e o fim de janeiro.

O pregão do dia 06/02 sinalizava que uma correção mais forte havia chegado – queda de quase 4% num único dia. Mas contrariando a expectativa, em seguida, a bolsa apresentou boa recuperação e tocou no topo histórico novamente.

Alguns pensaram que a bolsa romperia os 100 mil pontos. E mais uma vez isso não aconteceu. Pior, ontem no último dia do mês, o IBOV voltou a cair forte.

Resumindo: sem vontade de cair e sem força para subir. Terminamos o mês de fevereiro com uma queda singela de 1.9%.

O que esperar de março?

Continuo com o mesmo pensamento, a bolsa deverá corrigir um pouco mais. Meu alvo ainda continua em 90 mil pontos (no dia de hoje o IBOV fechou em 94.603 pontos).



Esse recuo seria muito importante para retirar o estado “sobrecomprado” de vários ativos, para a realização de lucros dos comprados desde dezembro e para atrair novos compradores.

Sempre é bom relembrar que mesmo na vigência de um BULL MARKET de longo prazo, as correções são inexoráveis. Os ruídos da aprovação ou não da reforma da previdência afetarão pontualmente o IBOV. Dias de euforia seguidos de dias de depressão, e vice-versa. Faz parte do jogo.

Mas o fator mais importante continua: é quase consenso entre os investidores e analistas que “alguma” reforma passará no Congresso ainda em 2019. E isso será o combustível final para acelerar e prolongar o nosso BULL MARKET.

O cenário atual de juros baixos, inflação controlada e retomada do crescimento é um caminho livre para o retorno dos lucros e das margens das empresas listadas em bolsa, além de facilitar novos investimentos e reduzir o custo da dívida – um ciclo virtuoso!

Cenário externo: fator agravante (ou não)! As bolsas americanas subiram mais de 20% desde o fundo em dezembro de 2018, e já mostram algum cansaço. Se lá corrigir, nosso mercado deverá seguir o movimento.

Posto isso, resumo meus comentários em duas frases. O BULL MARKET continua intacto. Esse hipotético recuo da bolsa brasileira não assustará, e melhor, abrirá uma nova oportunidade de compra em vários ativos.

Por último, apenas na perda definitiva dos 83 mil pontos, a forte tendência de alta do IBOV poderia ficar ameaçada. O que, neste momento, me parece muito improvável.

Bons investimentos.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.