Prever o
futuro sempre é complicado; no mercado financeiro é ainda mais difícil. Mas,
não tem jeito, temos que fazer as análises e julgar o caminho mais provável de
cada ativo. Então vamos lá!
A Bovespa
até agora no ano de 2013 teve um desempenho muito ruim, ainda com 10% de
desvalorização em relação ao fechamento de 2012 (60.900 pontos – linha
horizontal preta superior). Os primeiros seis meses foram péssimos: exatos seis
meses consecutivos de queda, que derrubaram o índice Bovespa (IBOV) a patamares
inferiores a 45 mil pontos, numa queda de quase 30%. Desde julho começamos uma
recuperação, algo em torno de 25%, porém ainda insuficiente para recuperar todas
as perdas. Outro fato interessante: várias bolsas mundiais, especialmente a dos
EUA (DJI), tiveram um desempenho oposto, com altas seguidas e rompimento de topos
históricos. Os motivos já foram comentados em outros artigos.
Voltando ao IBOV. Creio que teremos três caminhos possíveis para o IBOV. O primeiro é ficar oscilando entre 52 e 57 mil pontos, o que realmente pode ocorrer. O segundo, mais remoto, é perder os 52 mil pontos, o que não acredito. O terceiro, e mais provável, é o rompimento da fortíssima resistência em 57 mil pontos. Por que acredito que este é o caminho mais provável: existem razões fundamentalistas e técnicas, vejam:
1 – Parece
que todo o pessimismo em relação à economia brasileira já foi precificado nos
preços das ações. Aos poucos os investidores estão voltando, incluindo os
estrangeiros.
2 – O
crescimento do PIB este ano vai ficar em níveis aceitáveis, entre 2,5 e 3,0%.
Não há nada que indique que no ano que vem teremos um desempenho pior.
3 – O Banco
Central finalmente nos últimos meses resolveu combater a inflação com a elevação
das taxas de juros (SELIC). As falácias e as macaquices do Planalto estão
parcialmente controladas.
4 – Ao que
tudo indica o programa de estímulo da economia americana deverá continuar por
algum tempo. Muitos economistas acham que é improvável uma mudança abrupta nas
diretrizes do FED. Com isso o dólar americano tende a se desvalorizar frente ao
real: o que de fato já ocorreu, com a ajuda do Banco Central.
5 – Muitas
empresas apresentaram um bom desempenho em 2013 e o cenário parece ser
sustentável. As empresas ruins aos poucos serão expurgadas do IBOV, como a OGX
Petróleo.
6 – A
sazonalidade do último trimestre do ano é favorável para o mercado de ações,
pois é incomum um cenário de forte queda nesta época.
7 –
Graficamente, tanto no diário, quanto no semanal, temos uma clara tendência de
alta. Esta tendência somente será quebrada se perdermos o forte suporte em 52
mil pontos (linha horizontal vermelha). Em contrapartida, o ideal seria romper
a resistência em 57 mil pontos o mais rápido possível, abrindo espaço para
ganhos mais significativos, além de afastar do abismo dos 52 mil pontos.
8 – Algumas
ações importantes do IBOV estão sinalizando que em breve poderão fazer um bom movimento
de alta.
Desta forma, tenho uma visão bastante otimista para o IBOV, porém devemos estar atentos, pois o cenário ainda é de cautela. Se a minha previsão do rompimento dos 57 mil pontos estiver correta, até onde poderemos chegar? Pela análise técnica, após o rompimento de 57 mil pontos, teremos três objetivos principais: 60.900 (fechamento de 2012), 63.400 e 69.000 pontos. Acredito que possivelmente fecharemos o ano de 2013, entre o primeiro e o segundo objetivo. Assim, poderemos ter um ganho de 10 a 20% nestes últimos 2 meses, mas ainda fecharemos o ano com um resultado pífio, menos de 10%, inferior à alguns produtos de renda fixa com baixo risco. Aliás, em breve, comentarei a oportunidade de investimentos em títulos do Tesouro Direto, que serão ótimas oportunidades de investimentos para os próximos anos, em virtude da elevação da taxa SELIC nos últimos meses. MJR
Abaixo o gráfico semanal do IBOV no último ano.