segunda-feira, 8 de abril de 2024

2024, o ano que ano não começou!



IBOV atualização – Abril 2024.

Já estamos no segundo trimestre do ano e, até aqui, o IBOV segue largado – queda de cerca de 4% no ano, enquanto as bolsas americanas seguem batendo sucessivos recordes.

Nos últimos três meses até que tentamos algumas vezes engrenar uma alta mais relevante, mas foram meros voos de galinha.

No dia de hoje o índice tenta de novo, alta de 1,5%, mas sem volume financeiro.

Agora vai? Não tenho a menor ideia. Aguardemos.

Estamos travados entre os patamares de 126 e 134 mil pontos. Enquanto o índice não romper esses limites, um movimento mais amplo não acontecerá.

Do ponto de vista fundamentalista, seguimos baratos, mas longe dos holofotes dos gringos. Eles já retiraram 25 bilhões da B3 em 2024.

Existem algumas razões para essa apatia do IBOV, mas sem dúvida, a principal é a disparada dos juros de 10 anos nos EUA.

Após o topo de outubro de 2023, em mais de 5% ao ano, os juros cederam e negociaram por volta de 3,7% ao ano. Porém, em 2024, voltaram a subir e hoje negociam acima dos 4,40%.

Já comentei várias vezes por aqui que os juros de 10 anos nos EUA balizam quase todos os ativos no mundo, especialmente nos mercados emergentes.

Enquanto o FED não sinalizar a queda de juros de maneira convicta e objetiva, os juros futuros continuarão pressionados e o IBOV travado.

A economia americana continua forte e a inflação por lá está mais resiliente do que o esperado. Portanto, o cenário ainda é incerto para o FED iniciar a flexibilização dos juros.

Atualmente o mercado prevê o início do corte de juros para a reunião do FED de junho ou julho, com dois ou três cortes de 25 pontos-base em 2024, o que levaria a taxa de juros americana para menos de 5,0% ao ano – atualmente em 5,25 - 5,5%.

Nessa quarta, 10/04, teremos a divulgação do CPI nos EUA. E isso poderá fazer preço. Fique atento.

Por aqui também teremos a divulgação do IPCA. E um bom número poderá mitigar os ruídos políticos e impulsionar o IBOV.

Apesar do atual cenário ainda muito moroso, ainda acredito na valorização dos ativos brasileiros em 2024, especialmente "bolsa" e NTNBs longas. Obviamente existem riscos: piora dos mercados internacionais, maior resiliência inflacionária e agravamento do risco fiscal brasileiro, dentre outros.

Assim, é preciso ter paciência e aproveitar as “generosidades” do mercado: no dia de hoje, por exemplo, as NTNBs com vencimento em 2045 bateram IPCA + 6%.

Aproveite com moderação!

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.