terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Atualização do IBOV - Fevereiro 2023

 



IBOV – Fechamento do mês de janeiro 2023

Após um começo muito ruim para os ativos de renda variável nos primeiros dois dias de janeiro, ao longo do mês observamos uma boa valorização do IBOV.

O dólar começou muito forte em janeiro e cedeu quase 10% desde seu pico no dia 3 de janeiro, terminando o mês perto dos 5 reais.

Os juros futuros no Brasil, por outro lado, voltaram a subir refletindo o cenário de incertezas sobre o “risco fiscal” do Brasil para o futuro. E por enquanto não temos uma previsão correta para o futuro da Selic.

Lá fora, as bolsas americanas também tiveram um bom desempenho. E o dólar index continuou em queda, fechando perto dos 100 dólares (esse índice bateu mais de 114 dólares em 2022). A explicação para a queda seria o fim da subida de juros pelo FED – isso favorece muito os emergentes.

A “reabertura” da economia chinesa tem empolgado os investidores mundo afora. E por isso as commodities subiram, em especial, o petróleo e o minério, o que é muito bom para o Brasil.

O que esperar para o próximo mês?

Os últimos dados econômicos nos EUA sinalizaram que, se uma recessão ocorrer em 2023, ela será mais branda, pois até o momento a subida de juros em 2022 segurou a inflação, mas a atividade econômica encontra-se resiliente. As ações americanas podem ter um bom desempenho em 2023.

Sem dúvida, o pior da inflação americana ficou para trás e os juros do FED devem estar próximos do seu pico, apesar da inflação ainda alta. O mercado espera por uma alta de 25 pontos-base na reunião do começo do dia 1 de fevereiro. E talvez mais uma ou duas ao longo do ano, estabilizando-se entre 5 e 6% ao ano. A queda futura nos juros ainda é incerta e dependerá da inflação. Lembrando que a meta nos EUA é de 2% e atualmente a inflação por lá está em torno de 6,5%.

Por aqui, ficaremos “presos” ao noticiário político-econômico. Se o Governo Federal não atrapalhar (não precisa ajudar muito, basta não atrapalhar), os ativos no Brasil devem continuar a se valorizar nesse começo de ano – os gringos voltaram! Apesar do pessimismo do investidor local, o fluxo estrangeiro deverá continuar ditando o ritmo da B3. Mesmo com a alta recente, muitas ações no Brasil continuam atrativas. Todavia evite as empresas ruins, mal geridas e endividadas (o caso das Lojas Americanas é emblemático). Seja muito seletivo nos seus ativos ou invista através de ETFs (gestão passiva).

No Brasil o dólar poderá seguir o cenário internacional e perder a faixa dos 5 reais. Vários analistas e gestores esperam por isso (eu também). Talvez caminharíamos para a faixa entre R$ 4,60 e 4,80 (atualmente em R$ 5,07). A ver. Por outro lado, no patamar atual, ou menor, eu acredito que é um bom ponto de compra para aumentar a posição no exterior (investimentos dolarizados) ou proteger a carteira (hedge).  Lembre-se de que a diversificação da carteira é primordial para o sucesso de longo prazo. E mais. Se o descontrole fiscal vier, o dólar vai disparar, assim como os juros futuros, e a bolsa vai cair.

Por falar em juros, a renda fixa continua muito atrativa: tanto os pós-fixados (caixa), como os prefixados e os títulos atrelados à inflação. Só não exagere na dose dos prefixados, pois eles poderão sofrer muito numa eventual subida dos juros (marcação a mercado).

Assim, continuo otimista com os ativos de risco no Brasil para o primeiro trimestre de 2023, mas sem exageros. E mais. Aproveite a valorização recente de alguns ativos para realizar parcialmente seus lucros. Lucro bom é no bolso.

Por último, cito uma frase recente de Luis Stuhlberger, gestor do renomado Fundo Verde: “em 2023, no Brasil, as coisas devem melhorar antes de piorar”. É o chamado “benefício da dúvida” que o mercado está dando ao novo governo. Só não sabemos até quando. Curiosidade: no segundo mandato da Dilma, em 2015, o IBOV subiu mais de 20% de janeiro até maio daquele ano, antes de começar a derrocada de quase 40% até janeiro de 2016.

Assista o vídeo do fechamento do mês no Youtube com muito mais informações:

https://youtu.be/CaKFQXe3QHk  

Bons investimentos.

MJR