sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A alta do IBOV nos últimos 30 dias é sustentável no médio prazo?



No dia primeiro de fevereiro escrevi que o IBOV começava uma alta após um janeiro terrível para o mercado acionário pelo mundo afora. Na ocasião, eu acreditava que o movimento de alta estava mais para uma virada do que para um mero repique. Bingo! Mesmo com a queda dos últimos dias, uma correção esperada, o IBOV subiu mais de 10% do final de janeiro para cá.

Sempre é bom lembrar que a derrocada das bolsas mundiais em janeiro foi motivada por três fatores principais: preocupação com a desaceleração da China, a crise do Petróleo e a elevação da taxa de juros nos EUA. Todos estes fatores foram amenizados em fevereiro, o que trouxe alívio para as bolsas.

Mas por que o IBOV subiu forte em fevereiro?

1.       A Bovespa ficou muito barata no final de janeiro, mesmo com toda a crise econômica. Ela estava cotada a menos de 10 mil pontos em dólares.

2.      
A desvalorização das empresas de commodities foi brutal em janeiro – mais de 30%.

3.      
A Bovespa acompanhou as bolsas mundiais.

4.      
E por último, na última segunda-feira, 22, um fator extra: a 23ª fase da operação Lava Jato colocou gasolina extra na combustão.  Alta de 4%, somente neste dia.

Por último, o que esperar do IBOV para os próximos dias e semanas?


1.       Sempre é bom lembrar de que os fundamentos da economia nacional continuam os mesmos, terríveis, e sem perspectivas. O que melhorou temporariamente foi o cenário externo.


2.      
Os desdobramentos da Lava Jato, do impeachment e do julgamento no TSE podem afetar drasticamente o desempenho da Bovespa, para cima ou para baixo. Se o processo caminhar contra o Governo, e deve caminhar, a bolsa pode disparar.


3.      
Mas, sem esses fatores surpresas, pelo gráfico diário, espero por mais alguns dias de alta na próxima semana. Fechamos nesta sexta-feira na linha inferior do canal de alta (linhas verdes paralelas no gráfico diário – gráfico acima) e possivelmente buscaremos a linha superior na semana que vem – potencial de alta entre 5,0 e 7,0%. Portanto, devemos fechar o mês de fevereiro no azul e os primeiros dias de março também devem ser positivos. Contudo, a perda da linha inferior do canal de alta na segunda-feira e com alto volume financeiro pode derrubar a bolsa, visto que no gráfico semanal o IBOV já atingiu seu objetivo, a média móvel de 21 períodos, e fez um candle de conotação baixista na última semana (estrela cadente). Veja o gráfico abaixo.




4.       Daí para frente o cenário fica ainda mais incerto, pois o IBOV aproxima-se de uma fortíssima resistência: 44 mil pontos. Não acredito que o IBOV consiga passar facilmente por essa região. São vários sinais concordantes nos gráficos diário e semanal. Mas se passar, o IBOV pode entrar num Bull Market (só acredito nesta hipótese com o avanço do processo contra o Governo).

5.      
Portanto, recomendo muita cautela. Uma correção ou congestão durante o mês de março é o caminho mais provável – salvo os fatores surpresa comentados. O que fazer? Realize seus lucros parcialmente na semana que vem (ao atingir os 44 mil pontos) ou faça hedge de carteira utilizando o mercado de opções ou mercado futuro. Não devolva para o mercado os seus ganhos recentes. O mercado é maníaco depressivo!

Bons investimentos.


MJR





segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A queda está próxima



Nada como começar a semana com o pé direito. Ligo a tela do computador, bolsas mundiais em alta. Mas o melhor ainda estava por vir. Conecto o site do jornal Valor Econômico e leio no alto da página: deflagrada a 23ª fase da Lava jato. Qual o alvo? João Santana. Aquele que foi o responsável direto pelo maior estelionato eleitoral de todos os tempos nas eleições de 2014. As propagandas da Campanha da Dilma criadas por ele mostravam um Brasil forte, sem inflação, com pleno emprego, com contas públicas em dia, um futuro brilhante e muito mais. Era o Brasil do faz de conta. Logo após a reeleição, de maneira avassaladora, todas as verdades da realidade econômica vieram à tona: queda vertiginosa do PIB, déficit primário do Governo Federal, desemprego galopante, desindustrialização e inflação alta e persistente, dentre outros graves problemas.

“Aqui se faz, aqui se paga”. Todos nós sabemos que o sítio e o triplex são de propriedade da família do Ex-Presidente. As evidências são claras, óbvias. Todos nós sabemos que as últimas campanhas presidenciais do PT foram bancadas por dinheiro sujo desviado da Petrobrás. O alvo desta vez é o marqueteiro mor. Quem será o próximo alvo? O cerco está se fechando, e próximo!

O julgamento no TSE também está próximo. Há indícios inequívocos de dinheiro sujo na campanha do PT. A nova fase da Lava Jato é clara: não há como negar. Dinheiro de corrupção. Impugnação já! ... Se for comprovado também dinheiro sujo na campanha do Aécio, que seja impugnada também. Que convoquemos novas eleições! Vamos cortar o mal pela raiz. Vamos juntar os cacos e recomeçar.

O processo de impeachment instalado no Congresso Nacional é outra via para encerrar este triste capítulo da história do Brasil, mas ela é mais tortuosa. O atual “presidencialismo de coalizão” impede o avanço do processo. O PMDB e os partidos nanicos aceitam todas as barganhas do governo.  Sem o apoio do PMDB o processo fica parado.

Independente da via de exclusão desta turma, nós precisamos fazer a nossa parte. Não podemos esperar por mais três anos. O Brasil está em fase de putrefação. É preciso enterrar a ala podre deste país. Caso contrário iremos juntos para a mesma cova.

É preciso mostrar muita força nas próximas manifestações populares do dia 13 de maço. Saia da sua zona de conforto. Seu futuro está jogo. O juiz Sérgio Moro está fazendo a parte dele, e muito bem feita por sinal. Brilhante. Vamos fazer a nossa. Fora corruPTos!

MJR

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Não seja o pato da bolsa de valores



A razão pela qual a bolsa de valores não atrai os pequenos investidores no Brasil é única: ignorância. As pessoas desconhecem o significado do mercado de capitais para o país. Acreditam que é um antro de pecados e malfeitores. Os que se aventuram, quase sempre perdem o dinheiro investido e propagam a mesma ideia. Fuja deste paradigma!

O mercado de ações é vital para o desenvolvimento de um país. Lá, as empresas buscam dinheiro a baixo custo, sem juros, para novos investimentos, no intuito de aumentar os negócios, gerando lucro para os acionistas, criando empregos, pagando melhores salários e aumentando arrecadação tributária. Um ciclo virtuoso em que todos ganham.

O pequeno investidor ganha duplamente, com o crescimento da empresa e com a participação nos lucros. Contudo, o investidor precisa fazer a sua parte. Disciplina, conhecimento e dedicação são imprescindíveis. Não há outro caminho. Fuja das falácias do dinheiro fácil no curto prazo. Não caia nessa, é fria.

Outro ponto importante: seja sócio das boas empresas e das grandes ideias. Não seja sócio das dívidas e da má gestão. É preciso selecionar as melhores companhias.

Este livro tem o objetivo único de mostrar ao pequeno investidor iniciante os caminhos corretos e mais curtos para o sucesso, evitando as numerosas armadilhas do mercado. A minha trajetória foi muito difícil. Este é meu nono ano no mercado acionário, de amador a profissional. Atualmente sou um investidor qualificado e analista profissional CNPI-T, mas mesmo assim, a minha vontade em repassar os ensinamentos do dia a dia para os meus leitores é muito grande, o que me faz continuar a escrever sobre o tema.

Tenho a convicção de que após a leitura deste livro você terá mais subsídios e segurança para enfrentar o mercado de ações. Mas, não se esqueça: não existem dicas milagrosas e nem receitas fantasiosas. É preciso muita dedicação e paciência. O êxito somente acontecerá no longo prazo.

MJR

* confira o sumário do livro na Amazon: www.amazon.com.br  

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Atualização: Tesouro Direto e Bovespa



Tesouro Direto

1 – Desde a semana passada já estão disponíveis os novos títulos prefixados do TD. Saíram aqueles com vencimento em 2018 e 2021, e entraram os títulos com vencimento em 2019 e 2023.

2 – Os fundamentos são os mesmos. Os títulos mais curtos são menos susceptíveis a Selic, portanto mais conservadores e menos arriscados. Os mais longos carregam maior risco, mas garantem um retorno alto por mais tempo. Qual escolher? Opte pelos dois, mantendo os prós e contras.

3 – Na semana passada o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, contrariando a maior parte dos economistas, pois a inflação está acima do teto da meta de 6,5%. Assim, desde a última quinta os juros futuros (DI) desabaram. Quem comprou os títulos prefixados antes do Copom está ganhando dinheiro (ágio na venda antecipada).

4 – Hoje alguns noticiários comentam que o BC pode reduzir a taxa de juros ainda este ano, o que favoreceria o aumento de posição em títulos prefixados desde já. Tenho muita dúvida se haverá queda na Selic ainda este ano, pois a inflação está firme e forte; a não ser que o BC “chutou o balde” em relação ao controle do processo inflacionário.

5 – De qualquer forma, vale a pena se posicionar em títulos prefixados e indexados ao IPCA. Na atual conjunta o Tesouro Selic está perdendo espaço.

Bovespa

1 – Em dezembro comentei que o IBOV perdeu o suporte em 44 mil pontos e eu projetava o IBOV a 35 / 36 mil pontos. De lá para cá, até a última terça, o índice tinha perdido quase 20%. Fomos até 37 mil pontos.

2 – Na última terça comentei que o IBOV não respondia a estímulos. Um paciente moribundo. Porém, na quarta o IBOV começar a despertar do sono profundo. Na sexta-feira fez um forte movimento de alta (4,6%).

3 – Será um repique ou uma reversão? Ainda não dá para afirmar, mas me parece que é reversão: alta muito forte, acompanhada de forte volume financeiro e superação da média móvel de 21 períodos. Mas é preciso aguardar a formação de um pivot de alta no gráfico diário (topos e fundos ascendentes).  Ainda estamos numa tendência de baixa, porém a alta recente ainda tem fôlego.

4 – Quais as próximas resistências (alvos do IBOV)? 41.660 e 42.730 (nas retrações de 50 e 61,8% de Fibonacci da última pernada de baixa) e a forte resistência em 44 mil pontos (fundo prévio perdido).


Aguardemos os próximos capítulos, MJR.