quarta-feira, 28 de maio de 2014

Letras de Câmbio?




Apesar do nome, este pouco conhecido título de renda fixa não tem nada a ver com o dólar ou outra moeda estrangeira. É uma espécie de CDB (Certificado de Depósito Bancário), porém emitido por uma Financeira* credenciada pelo Banco Central. Desta forma, por se tratar de títulos emitidos por pequenas instituições financeiras, existe um maior risco de crédito (risco de calote). Assim, estas empresas para a captação de recursos junto à população, oferecem uma melhor remuneração. Recentemente recebi uma oferta de uma LC pagando 130% da taxa do CDI (cerca de 1% ao mês). A título de comparação um CDB de um banco tradicional remunera o pequeno investidor entre 80 e 95% do CDI (em torno de 0,7% ao mês): uma diferença bastante significativa... Contudo nem tudo é perfeito. Comumente estes títulos exigem um prazo de carência para resgate do valor aplicado, o que limita a liquidez. Outro problema: apesar da garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até 250 mil por CPF, os aborrecimentos e contratempos burocráticos poderão ser cansativos numa eventual quebra da instituição.  Por último, há ainda a incidência do Imposto de Renda, semelhante ao que ocorre com o CDB ou Fundos de Investimentos (de 22,5% a 15%, dependendo do tempo da aplicação).

Em resumo: apesar do bom retorno oferecido, acredito que o pequeno investidor tem outras opções rentáveis, com menor risco e mais liquidez, contudo não deixa de ser uma boa modalidade de investimento, sempre respeitando o limite do FGC. No próximo texto comentarei sobre as Letras de Crédito Imobiliário, um poderoso instrumento de renda fixa. Até lá!

Mais informações sobre o mercado financeiro acesse:


*Instituição financeira que trabalha com crédito direto à população, via empréstimo direto ou através de crédito consignado, usualmente com taxas de juros abusivas.

domingo, 4 de maio de 2014



O medíocre rendimento da Caderneta de Poupança

No mês passado recebi o meu exemplar da revista Infomoney. A ilustração da capa é a mesma deste post. O tema central é “fuja da poupança”. Abaixo, leia na íntegra o texto que publiquei em março e comprove o desastre que é o atual rendimento da poupança.

Publicado em 16.03.2014
Você está satisfeito com o rendimento da caderneta de poupança? Não sei você, mas como existem mais de 100 milhões de contas de poupança no Brasil (mais de 600 bilhões de reais aplicados), acho que muita gente está “adorando” este escasso rendimento. Descontada a inflação, o saldo é praticamente nulo!

Então, porque tanta gente aplica em poupança? O motivo é só um: ignorância! Por muito tempo neste país convivemos com produtos de renda fixa que multiplicavam o nosso capital em pouco tempo, sem esforço e sem conhecimento. Desta forma, a população ficou totalmente acomodada. Todavia, o cenário mudou!

Apesar de não concordar, até entendo a aversão das pessoas em colocar seu dinheiro na bolsa de valores, pois o mercado de ações é taxado como de alto risco: menos de 0,4% da população aplica em ações (cerca de 600 mil pessoas). Entretanto, como se explica que alguns produtos mais seguros e simples, como os títulos do Tesouro Direto, tenham um desempenho ainda pior (menos de 400 mil CPFs cadastrados), mesmo oferecendo um ganho muito superior ao da poupança?

A título de comparação, um título pré-fixado (LTN) com vencimento em 2018, atualmente oferece um retorno de quase 13% ao ano. Mesmo com a incidência do imposto de renda sobre o Tesouro Direto (a poupança é isenta), o rendimento é expressivamente maior – mais de 50%!

Quem tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre o Tesouro Direto, postei neste blog um guia prático com todas as informações necessárias. 
É preciso melhorar a educação financeira neste país, urgente!

Nas próximas semanas vou escrever sobre outras modalidades que podem substituir a poupança, com boa rentabilidade e baixo risco. Até lá!

MJR