sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Dólar x Real

Alta do dólar – Até quando?
Há cerca de um mês escrevi aqui, neste mesmo espaço, que a alta do dólar poderia estar perto do fim. Ledo engano. Era apenas uma correção dentro de uma forte tendência de alta (ver seta no gráfico). De lá para cá, a moeda americana subiu mais 10% em apenas um mês. Motivos? Existem vários, mas o principal, segundo os analistas, é que o programa de estímulo do Governo Americano pode estar perto do fim, o que em resumo, retiraria a grande oferta de dólar no mercado mundial, favorecendo a alta da moeda americana. É verdade que a desvalorização das moedas em relação ao dólar está ocorrendo em todo o mundo, mas o real é a segunda moeda que mais se desvalorizou em 2013, possivelmente resultado do estado cambaleante da economia nacional e da falta de ação do Governo Federal, que continua cada vez mais gastador, frágil e desacreditado.

Quem ganha e quem perde com a alta do dólar?
As empresas exportadoras são as mais beneficiadas: seus produtos ficam mais competitivos e o faturamento é bastante inflado – receita em dólar!  Já aquelas que têm dívidas cotadas na moeda americana estão extremamente apreensivas: de repente, as parcelas da dívida subiram mais de 20%, em apenas em oito meses de 2013. A inflação deverá ser pressionada: produtos e ingredientes importados ficarão mais caros. Os juros também serão pressionados, assim a taxa SELIC provavelmente subirá. A Bovespa que subiu 15% nos últimos 50 dias, mas ainda acumula queda de 17% no ano, poderá ser afetada. Por fim, as férias programadas para o exterior ficarão quase inviáveis.
O Banco Central (BC) está tentando conter a alta da moeda americana no mercado futuro de câmbio, mas até agora em vão. Sabemos que os movimentos bruscos como o atual, não podem ser contidos em países onde o câmbio é flutuante, mesmo que o Banco Central use todas as suas reservas cambiais.

Assim, qual será o futuro do real frente ao dólar?
Neste exato momento é muito difícil prever alguma coisa, mas acredito que este avanço agudo da moeda americana não terá muito fôlego. Além das causas básicas, já comentadas, sabemos que existe uma grande dose de especulação. Desta forma, uma hora, a “turma” da alta vai inverter o processo, operando na queda e realizando os lucros. O mercado financeiro é assim mesmo, maníaco-depressivo: sobe rapidamente, apenas para logo em seguida, cair na mesma velocidade. O importante é saber dançar conforme a música.
Obs.: Ontem, dia 22, o BC anunciou novas medidas para conter a alta da moeda americana: leilões diários de oferta de dólar até dezembro de 2013, no valor total de 100 bilhões de dólares. Hoje surtiu efeito (veja link abaixo), mas até quando? MJR

http://www.infomoney.com.br/mercados/cambio/noticia/2929140/dolar-tem-maior-queda-desde-2011-mercado-gostou-das-novas


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Investimentos: Curto e longo prazo? Ativo e passivo?


Investir significa aplicar recursos financeiros, próprios ou de terceiros, com o objetivo de almejar lucros no futuro e, por conseguinte, proteger o capital investido do processo inflacionário, mantendo o poder de compra de suas reservas. Basicamente temos dois tipos de investimentos: curto e longo prazo. Os primeiros, representados principalmente pela poupança, CDB e Fundos Referenciados em DI, apresentam ótima liquidez e fácil acesso à população, porém atualmente os lucros são singelos. Portanto, estes investimentos são interessantes em algumas situações: para o “capital de giro” (despesas mensais), para uma reserva financeira de curto prazo (imprevistos acontecem) ou para despesas vindouras programadas, por exemplo, uma reforma na casa. Já os investimentos de longo prazo visam o futuro e a aposentadoria. Necessitam ser mais rentáveis e para isso, devemos abrir mão da liquidez e arriscar um pouco mais. O mercado de ações, os imóveis e os títulos do tesouro direto são alguns bons exemplos. Todavia, o fundamental é separar completamente estes dois objetivos de investimentos, já que na prática, as pessoas teimam em misturá-los, o que destrói qualquer planejamento familiar.
A segunda confusão é sobre a definição de ativos e passivos; sem trocadilhos. Os ativos representam os bens ou investimentos que, comumente, produzirão lucros no futuro: imóveis, ações, debêntures, ouro, etc. Já os passivos são as dívidas propriamente ditas e os bens adquiridos que geram apenas despesas. Desta forma, a compra de um carro não é um investimento e, sim, uma comodidade, um prazer; definitivamente ele não trará dividendos. E pior, ele tende a gerar várias despesas: prestações do financiamento bancário (juros), seguro, despesas com combustível e manutenção, além da inexorável desvalorização com o tempo. Teoricamente, a compra de um apartamento para a própria moradia, também é um “passivo”, pois atualmente, uma valorização deste tipo de imóvel com o tempo é cada vez mais improvável, em virtude da grande oferta, incluindo os fartos e novos lançamentos. É óbvio que na vida precisamos de alguns luxos: viagens, restaurantes, carros, joias e roupas novas, porém o mais importante é sempre buscar o equilíbrio. Lembre-se que os verdadeiros ativos, quando bem aplicados, podem gerar uma boa renda no futuro, o que permitirá a compra de vários “passivos” e outros mimos, apenas com os juros e os lucros produzidos. Esta é ordem natural: busque primeiro os ativos. Inverter o processo é fatal para a economia familiar!

MJR

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Recuperação do IBOV



Como eu havia comentado no começo de julho, o IBOV sinalizava uma reversão da longa tendência de baixa do primeiro semestre. Naquela época escrevi que o mais provável era que o índice buscaria a média móvel de 21 períodos (linha vermelha) no gráfico semanal, o que ocorreu durante o pregão do dia de hoje (ver gráfico anexo). Quais os caminhos possíveis para os próximos dias? Vejo duas possibilidades: a primeira, um recuo imediato, nesta semana, até o suporte entre 48 e 49 mil pontos, o que daria fôlego para novas altas. Outra possibilidade é a continuidade da alta atual até os 52.700 pontos, que corresponde a uma projeção de 100% da última perna de alta desde o fundo em 44 mil pontos (extensão alternada de Fibonacci). O que realmente não pode acontecer é o IBOV perder os 47 mil pontos, pois assim voltaríamos para uma tendência de baixa. Entenda os principais motivos da virada: pivot de alta no diário, entrada de volume financeiro na compra e redução drástica dos contratos vendidos no IBOV futuro feita pelos estrangeiros. Ainda não temos um pivot de alta no semanal, o que poderá ocorrer nas próximas semanas, o que definitivamente mudaria a tendência primária do índice. Voilà!


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Atualização 2013 - Fundo Garantidor de Créditos



Criado em 1995, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) constitui-se numa associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado do Brasil, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, permitindo recuperar parte ou a totalidade dos depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, em caso de falência ou de liquidação da mesma. Os investidores que possuem depósitos a vista em conta corrente, depósitos em poupança, depósitos a prazo (CDB), letras de câmbio, letras imobiliárias ou letras hipotecárias possuem uma proteção limitada. Atenção: os recursos aplicados em fundos de investimentos não têm cobertura do FGC.
As instituições financeiras devem se associar ao fundo e efetuar uma contribuição obrigatória definida por lei. Até abril de 2013, cada pessoa física ou jurídica tinha garantido um valor máximo de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) em caso de inadimplência da instituição financeira, respeitando-se o saldo bancário de cada um. O controle é individualizado por CPF ou CNPJ. Desde maio, o limite de garantia foi aumentado para R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Além do limite, foi aprovado também o valor a ser pago em caso das contas conjuntas. Na regra anterior, em caso de titularidade conjunta de cônjuges, cada um recebia R$ 70.000,00. A partir de agora, os titulares da conta conjunta receberão o valor global de R$ 250.000,00, dividido pelo número de titulares, semelhante à regra para as contas conjuntas de titulares não cônjuges.

Maiores informações poderão ser obtidas diretamente no site da instituição (www.fgc.org.br).

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O investimento no mercado de ações é para longo prazo?


Temos que ter muito cuidado com este maldito paradigma!  É muito comum ouvirmos de especialistas, economistas e leigos, a afirmação que investir no mercado de ações é para o longo prazo – vários e vários anos... Será? Apesar de algumas empresas se enquadrarem neste conceito, ou seja, obtiveram e continuam obtendo lucros no longo prazo, outras nem existem mais, pois faliram ou perderam quase todo seu valor de mercado. Os exemplos no Brasil e no mundo são fartos. Deste modo, não existe lógica em comprar uma determinada ação e esperar por vinte anos que o rendimento seja fantástico e, principalmente, duradouro. Não caia no conto do vigário! O investimento em renda variável precisa sim de um horizonte mais longo, mas é preciso escolher as empresas certas, através dos fundamentos, e principalmente acompanhar de perto a evolução no tempo, seja por meio dos dados fundamentalistas ou da análise gráfica. Talvez um acompanhamento trimestral seja o mais indicado, enquanto o rebalanceamento de carteira deva ser pelo menos anual.  MJR