quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Impeachment concretizado



Fim de uma era que não deixará saudades. Fim de um governo inepto. Fim de uma presidente que nunca deveria ter sido conduzida ao cargo. Uma administração desastrosa e ineficiente, permeada por uma rede de corrupção sem precedentes. Cinco anos e meio de retrocesso.

E agora, o presidente Temer vai nos tirar da crise? Tenho lá minhas dúvidas. O fisiologismo do congresso continua o mesmo. Acordos obscuros surgem a todo o momento, na calada da noite. O desmembramento da votação do impeachment é a prova cabal disso.

Será que o presidente Temer conseguirá vencer estes grandes desafios? Com Dilma a situação estava decretada. Caminharíamos para o agravamento da crise econômica e política. Com Temer existe alguma esperança em dias melhores, mesmo que tímida. Espero que a união tão difundida pelos senadores nos últimos dias, entre o executivo e o legislativo, seja efetivada nos próximos meses.

Assim, feliz estou pelo dia de hoje, mas ainda muito apreensivo e incomodado com o futuro do país, pois se os ajustes não saírem do papel, continuaremos o nosso calvário.

MJR

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Estamos a uma semana de tirar o “bode da sala”.



Desde janeiro de 2011 estamos num desgoverno sem precedentes. A “futura ex-presidente” nos conduziu para uma crise arrasadora e interminável. Retração no PIB nos últimos dois anos. Mais de 11 milhões de desempregados. Inflação descontrolada. Desindustrialização. E o pior, a falta total de perspectiva, não havia esperança. A minha impressão é a de que o governo federal não parava de cavar a nossa própria cova. E a “futura ex-presidente” nunca assumiu os erros na condução da economia. Era a “Dilma no país das maravilhas”.  Uma piada de mau gosto.

Nunca tive paixão pelo PMDB e muito menos pelo presidente interino Michel Temer. Por outro lado, não temos outro plano B, ele é o único caminho para atravessarmos os próximos dois anos até as eleições de 2018. É preciso um presidente aberto ao diálogo para enfrentar o inóspito congresso nacional eleito por nós. Um colegiado repleto de vícios e de pouca inspiração. Um fisiologismo sem igual. É cada um por si, interesses próprios e nada mais.

Na semana passada, a “futura ex-presidente” deu sua última cartada: propôs um pacto nacional e um plebiscito para convocar novas eleições presidenciais. Uma solução não prevista na Constituição. A pergunta que surge imediatamente: por que ela não fez a proposta antes, quando a povo foi para as ruas e sua popularidade bateu recorde negativo, menos de 10% de aprovação?  É puro oportunismo. Ela e a turma dela querem ludibriar novamente a população com falsas promessas. Não se deixe enganar. Eles sequer assumem os erros.

Não temos outro caminho. É finalizar o longo e cansativo processo de impeachment, e recomeçar a reconstrução do Brasil. Temos muito potencial. Se o governo Temer ajudar e não atrapalhar, o crescimento da economia voltará rapidamente. Já temos uma previsão de crescimento para 2017 de 1,2%, segundo o último relatório Focus do Banco Central. Mas se as reformas necessárias forem feitas e o ajuste fiscal vier para valer, cresceremos muito mais. Pode crer. A maior prova disso? Veja:

O governo interino foi empossado há pouco mais de três meses, o suficiente para mostrar que se não é o ideal, ele é muito melhor que o anterior. A composição da equipe econômica é absurdamente melhor: Meirelles, Goldfajn e Mansueto, dentre outros. Apenas com a perspectiva de mudança na condução da área econômica, tivemos a importante queda na cotação do dólar e dos juros futuros; houve também acentuada redução no chamado “seguro Brasil”, o CDS. Isto tudo significa um custo menor para as empresas na captação de recursos, e para o próprio governo federal reduzindo a dívida pública, o que gera a oportunidade de criar mais empregos e maior renda para a população no futuro. 

Contudo, após efetivação do impeachment, o governo Temer precisará fazer muito mais. A lua de mel do mercado com o governo acabará em breve. Chega de falácias e boas intenções. Os investidores, os empresários e a população querem propostas efetivas. Se as reformas não saírem do papel, o Brasil não sai da crise. Mas o ajuste fiscal virá, tenho muita convicção. Não será fácil, mas ele virá! O Brasil é inviável no longo prazo sem o ajuste fiscal.

O nosso papel é participar ativamente da discussão das reformas, cobrando do governo Temer e dos parlamentares, e entendendo a participação de cada um. Todos precisam colaborar e ceder. A bagunça administrativa dos últimos anos é muito complicada de ser revertida. O desajuste nas contas públicas foi gigantesco.

Mas se você é contra o processo de impeachment e as reformas vindouras, e continua a favor da mesmice e do inepto governo do PT, junte-se aos vermelhos e aguarde a crise bater na sua porta.

Por tudo isso, não vejo a hora da chegada do dia 31 de agosto. Será um alívio e uma grande vitória. A nossa medalha de ouro. Vamos virar a página. Vamos tirar o “bode da sala”.

MJR 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Dólar em queda



A desvalorização da moeda americana em 2016 atingiu mais de 20%: de 4,0 reais para 3,18. E pelo cenário atual, a previsão é de mais queda. Veja:

1 – A postergação do aumento de juros nos Estados Unidos em 2016 derrubou o dólar frente a outras divisas mundo afora. A possibilidade de aumento de juros em setembro foi praticamente descartada. Dezembro, quem sabe. Mas ao que tudo indica, parece que ficou para 2017.

2 – A provável efetivação do impeachment da presidente afastada neste mês de agosto aumentará o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, pressionando ainda mais a cotação do dólar para baixo.

3 – Após a nomeação do novo presidente, o Banco Central do Brasil reduziu a interferência no câmbio, o que deixa a flutuação mais limpa. Se por um lado a queda do dólar é ruim para as exportações brasileiras, ela é muito boa para frear a inflação.

4 – Os Fundos de investimentos “Macros”, em geral, estão apostando na queda ou na estabilidade do dólar para o segundo semestre de 2016.

Assim, a tendência natural é a continuidade da valorização do real frente ao dólar, ao menos no curto prazo. Depois de perder a faixa dos 3,20, o próximo objetivo é a cotação de 3,0 reais. Acho improvável perdê-la em 2016, mas se ocorrer, poderemos buscar os níveis de 2,90 e 2,77.

Sempre é bom lembrar que momentos de repique nos preços ocorrem, mas que usualmente não mudam a tendência principal que é de baixa.

Posto isto, fica claro que não é hora de investir no dólar. Fique comprado apenas numa pequena parte do seu capital com o intuito de proteção de carteira (hedge), talvez 10%. Viagem marcada? Compre dólares aos poucos fazendo um preço médio. Não arrisque. Apesar das expectativas, nenhuma previsão é 100% certa. Muito pelo contrário, a cotação futura do dólar quase sempre é uma incógnita!

MJR