quarta-feira, 29 de abril de 2015

Atualização do cenário econômico para o pequeno investidor



Após um breve recesso (férias merecidas), o blog está de volta. A seguir, alguns comentários sobre o mercado de ações e outros investimentos:

1 – Quem acompanhou os comentários do blog nos últimos meses já havia percebido o meu otimismo com as medidas do ajuste econômico do Levy e o futuro do Índice Bovespa. Mesmo assim, confesso que alta recente do IBOV foi acima das minhas expectativas (entrou dinheiro dos investidores estrangeiros). Desta forma, uma correção no curto prazo é provável e muito bem-vinda, pois no gráfico semanal, o IBOV está muito esticado (veja abaixo). Temos um forte suporte em 52 mil pontos. Contudo, o viés de médio e longo prazo ainda é de alta, com objetivos iniciais em 57 a 62 mil pontos.



2 – Hoje é dia do COPOM. A maioria dos especialistas prevê uma nova alta de 50 pontos (0,5%). Assim, a taxa Selic passaria a 13,25%, o que favorece diretamente os investimentos em renda fixa, particularmente os fundos DI e os títulos do Tesouro Direto. Opte pelos títulos pós-fixados (Tesouro Selic e Tesouro inflação), porém muito em breve os títulos pré-fixados se tornarão ótimas opções no médio prazo.

3 – Fundos Imobiliários. O preço das cotas está atrativo e os proventos também, estes isentos de imposto de renda (IR). Após o fim do ciclo de alta da Selic estes ativos terão uma provável valorização. Portanto, mantenha posição desde já.

4 – Poupança. Fuja dela. O rendimento está abaixo da inflação e muito inferior aos demais títulos de renda fixa.

5 – Debêntures incentivadas. O Governo deverá estimular a emissão destes títulos para favorecer os investimentos em infraestrutura. Sempre é bom recordar que os rendimentos destes títulos são isentos de IR para o pequeno investidor.

6 – Letras de Crédito Imobiliários. Persistem com ótima opção de investimento, por renderem uma porcentagem do DI (taxa “atrelada” a Selic) e serem isentas de IR. Cuidado com a liquidez e procure as melhores taxas de remuneração.

7 – Dólar. Após o recente recuo da moeda americana nos últimos 45 dias (queda de mais 10% em relação ao topo em 3,30 reais), o dólar deverá retomar a sua escalada de alta. Todos os fatores macroeconômicos favorecem a desvalorização do real. A atual faixa (2,80 / 2,90 reais) é um forte suporte. Aproveite este alívio!

Bons investimentos

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.



domingo, 5 de abril de 2015

A Bovespa está cara ou barata?



O caótico cenário econômico atual previsto por vários analistas foi concretizado. Depois das constantes mazelas do Guido, sob a cumplicidade da Presidente Dilma, não sairíamos ilesos. Porém há uma luz no fim do túnel, e tem nome, Joaquim Levy. Se o ajuste fiscal for aprovado no congresso e executado da forma correta, o Brasil poderá sair do atoleiro. O saneamento da Petrobrás é outro ponto chave. É preciso extirpar o câncer da corrupção que se instalou na maior empresa do país nos últimos 12 anos.

E a Bovespa nesta história?

O fraco desempenho do Índice Bovespa (IBOV) nos últimos anos, de 2010 a 2014, é reflexo da forte deterioração econômica do país. Em resumo, sem crescimento do país (PIB), não há crescimento das empresas e nem aumento dos lucros das companhias, o que afugenta os investidores e afeta diretamente o principal índice da bolsa brasileira, o IBOV. Desta forma, algumas empresas já fecharam seu capital na bolsa e pouquíssimas foram abertas nos últimos anos. Porém, acredito que estamos muito próximos do fundo do poço. A história das bolsas mostra que vários anos de contração sempre são seguidos por longos períodos de alta. Veja seis motivos para acreditar num bom desempenho da Bovespa nos próximos anos (o ponto de partida pode ser 2015):


1.      Do topo de setembro de 2014 para cá, a bolsa perdeu quase 20%. Contudo, em dólar, a queda foi muito maior (mais de 40%). Observe os gráficos: o primeiro em reais e o segundo dolarizado. Neste patamar em dólar, a bolsa ficou muito atrativa para os investidores estrangeiros.




2.      A mudança de metodologia do IBOV a partir de 2014 deu nova cara à Bovespa. As empresas mais eficientes estão sendo privilegiadas e as ruins, aos poucos, estão sendo expurgadas do índice.

3.     
Estamos num período de baixa das commodities. É fato. E pode ser duradouro. Porém, ciclos são ciclos. Pode até demorar, mas o próximo ciclo de alta das commodities vai chegar.

4.      As principais bolsas mundiais estão em níveis históricos de alta. Uma correção está próxima. Talvez parte do capital migre para cá. Não de imediato, mas após a melhora do cenário econômico aqui – se o ajuste fiscal for executado, é claro!

5.      O índice P/L (preço sobre lucro) mede objetivamente se a bolsa (ou qualquer ação) está cara ou barata. O P/L atual da Bovespa está em 11,5, um pouco acima da média histórica dos últimos 10 anos (10,9). Todavia, devemos lembrar que desde 2008 estamos em queda do IBOV, assim a média teve uma grande retração (ou distorção). A maioria das bolsas internacionais está com um ágio muito acima da Bovespa, isto é, a nossa bolsa está muito descontada em relação às demais. 

6.      A Taxa Selic em alta favorece os investimentos em renda fixa (Tesouro Direto, Fundos DI, etc.). Contudo, se o ajuste for executado de forma eficaz, em breve, a Taxa Selic poderá ser reduzida, o que favorecerá o crescimento das empresas e, por conseguinte, o preço das ações na Bovespa.


Assim, na minha visão, a Bovespa não está cara. Pode ser que não esteja tão barata, mas decididamente não está cara. E melhor, acredito que o risco / retorno é muito bom. Acho que vale a pena correr o risco de se aplicar agora visando o longo prazo. O downside (perspectiva de queda) do índice é muito mais limitado do que o upside. Na alta, o céu é o limite na alta. E o chão? Segundo alguns bons analistas, dificilmente perderemos os 40 / 45 mil pontos, o que concordo plenamente. Portanto, não espere por uma dica milagrosa. Ninguém vai te avisar que o fundo do índice chegou... Uma boa tática? Compre aos poucos, mensalmente, e invista apenas o dinheiro que visa o longo prazo, isto é, mais de cinco anos. Não invista o dinheiro que você vai precisar no curto prazo. Não especule. Invista corretamente!


* na última semana, o IBOV sinalizou pelos gráficos que teremos uma provável alta no curto prazo, tanto pelo gráfico diário, como pelo semanal (pivot de ata – veja os gráficos). É preciso esperar mais alguns dias para se descartar um falso rompimento, o que poderia ser muito ruim para o índice. Porém, se os gráficos estiverem corretos, poderemos ter o começo de um ciclo de alta mais longo.




MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.