Você quer ter razão nas suas convicções políticas ou quer ganhar dinheiro no mercado financeiro?
Nem sempre esses fatores combinam, aliás, quase nunca.
Convido você a reler o blog do fim de março. Vale a pena
rever as premissas apontadas por mim.
Se o cenário político no Brasil está cada vez pior, a
pandemia está mais perto do fim. Os mercados financeiros globais sugerem essa
premissa e por isso devem continuar em alta. Não se engane, eles são muito mais
informados do que nós.
A vacinação no Brasil, apesar da sensação de lentidão,
continua avançando. Na minha cidade, por exemplo, as pessoas acima de 61 anos e
os profissionais de saúde já tomaram ao menos a primeira dose da vacina. Outros
grupos prioritários também estão tomando a vacina.
Se nos primeiros 100 dias da vacinação no Brasil o processo
foi lento, a tendência é que o número de vacinados dobre ou triplique nos
próximos 100 dias. É uma simples questão de matemática. Basta você checar as
projeções “reais” do recebimento das vacinas. Esqueça os meios de imprensa
enviesados e apocalípticos.
E mais. Mesmo com a lentidão da imunização, já vacinamos
quase 22% do público-alvo com a primeira dose. Estima-se que o público-alvo
seja de cerca de 137 milhões de pessoas – retirando as crianças e os adolescentes,
que ainda não têm seu uso aprovado, e aqueles que não vão tomar a vacina por
crença ou outros motivos. No mundo, em média, 15% das pessoas não tomarão a
vacina.
As taxas de juros mundo afora continuarão muito baixas, mesmo
a Selic subindo nos próximos meses, e subirá, talvez para 6% ao ano no final de
2021. Um nível muito acima do patamar atual (2.75%), porém muito, muito abaixo
dos níveis de 2015. Esse fator não limitará os ganhos no mercado de ações.
As empresas sobreviventes e listadas na B3 estão cada vez
mais sólidas e “prontas” para a retomada do crescimento econômico. Basta checar
os números!
O dólar americano deverá perder um pouco da força nos
próximos meses ou no mínimo ficar estável (mesmo assim, mantenha uma parte do
seu portfólio dolarizado – proteção). Esse é o cenário básico. Apenas algum “cisne
negro” poderá mudar isso em 2021. Todavia, em 2022, a história deverá ser muito
diferente e a moeda americana ficará muito volátil.
Posto tudo isso, para mim, fica claro que a bolsa brasileira
continuará subindo e deve buscar patamares ainda mais altos. Se os estrangeiros
voltarem para a B3 (aos poucos os investidores estão retornando), mesmo que em
pequena proporção, o IBOV poderá subir de maneira ainda mais intensa – reveja
meus alvos no post do começo de março.
Obviamente, isso é apenas uma perspectiva, uma expectativa.
O “timing” é dado pelo próprio mercado financeiro. Não tente adivinhar o
momento exato dos movimentos.
Os gráficos diário e semanal estão alinhados e apontam para
cima, e mais uma vez, isso é apenas uma probabilidade. As quedas dos últimos
dias por enquanto não preocupam e podem ser consideradas correções naturais.
Suporte mais importante em 116 mil pontos. O IBOV fechou o mês de abril em 118.900 mil
pontos. Veja:
Importante: não espere que sua vida voltar ao normal para
investir nos ativos de risco. Isso será uma decisão muito tardia – “fim de
festa”. As melhores oportunidades surgem em tempos de medo disseminado.
Meu único receio nesse processo de retomada da economia
seria a ineficácia das vacinas aplicadas no Brasil ou o surgimento de cepas do
coronavírus mais resistentes. A princípio, essas hipóteses me parecem
improváveis.
Assim, para finalizar, uma dica: se você quer ganhar
dinheiro, esqueça as peripécias políticas de Brasília, esqueça a lenga-lenga da
CPI da Covid e esqueça a precoce corrida eleitoral para a eleição presidencial de
2022. Preocupe-se com sua saúde, sua família, seu dinheiro e seu futuro. Esqueça
os ruídos. Diversifique seu portfólio e não exagere na dose de ativos de risco.
Bons investimentos.
MJR
** As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.