domingo, 25 de outubro de 2015

IBOV – Momentos decisivos



Após uma pausa de duas semanas, férias merecidas, o blog está de volta. Nestes 14 dias de ausência, o IBOV fez o que eu esperava: recuou. A correção era mais que esperada após nove pregões consecutivos de alta (subiu mais de 12%). Até o momento a correção do impulso anterior está dentro do previsto. O índice buscou a média móvel de 21 períodos e a retração de 50% de Fibonacci. A correção no tempo também foi atingida: nove pregões. Desta forma, estamos prontos para o próximo movimento. Assim, quais são os caminhos possíveis do IBOV? Vejo dois cenários:

O primeiro e mais provável é o rompimento da forte resistência em 49.800 pontos (linha horizontal azul), o que confirmaria um belo pivot de alta. Apesar do movimento baixista da última sexta-feira (estrela cadente), o volume foi muito baixo, favorecendo um movimento errático (falso). Mas por que acredito numa alta do IBOV num cenário político-econômico ainda é catastrófico e nebuloso?

1 – No movimento de alta prévio, o IBOV rompeu a linha de tendência de baixa (LTB) que conduzia os preços desde o começo de maio de 2015 (linha oblíqua vermelha): o que é um sinal muito positivo.

2 – Pelo menos por enquanto, as inúmeras e péssimas notícias parecem que já foram precificadas no índice. Teoria de Dow: o mercado desconta tudo!

3 – A bolsa brasileira ficou muito barata em dólares (queda de mais de 30% em 2015), o que atrai os investidores estrangeiros. Até o momento, em setembro, o saldo dos gringos é positivo em mais de 4 bilhões de reais. Ótimo sinal. Sempre é bom lembrar que eles representam mais de 50% dos investidores da bolsa.

3 – O mercado financeiro sempre anda na frente da economia. Se já não estamos no fundo do poço, estamos muito próximos.

4 – Graficamente, vários ativos importantes estão na mesma situação do IBOV, isto é, próximos de um pivot de alta, o que favorece uma alta mais consistente e confiável.

5 – As bolsas internacionais estão em alta e podem levar o IBOV junto.

6 – Por último, o período do ano (último trimestre) costuma ser positivo para o mercado de renda variável (comportamento histórico).

O segundo caminho possível do IBOV é continuar a correção, buscando os fundos anteriores, em 43.700 e 42.700 pontos (linhas horizontais vermelhas). Apesar de possível, acho que esta possibilidade é menos provável, pelos aspectos acima comentados. Como venho escrevendo há muito tempo, dificilmente o IBOV perderá os 40 mil pontos.

Assim, acredito que a bolsa brasileira está sinalizando um provável movimento de alta mais duradouro. Como escrevi e previ no meu segundo livro: 2015, o ano da virada. Será?



* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.


domingo, 4 de outubro de 2015

Um pouco mais sobre os títulos públicos prefixados: 6% em 10 dias!


Há cerca de 10 dias escrevi sobre a boa remuneração dos títulos prefixados. Os juros futuros estavam sendo negociados em níveis recordes, fazendo com que os juros dos títulos prefixados explodissem. Naquele dia, os papéis do tesouro direto prefixado (LTN 2021) bateram 16,30% ao ano. Comprei com muita convicção e escrevi no blog. Desde então muito gente me questionou se é a hora de aplicar tudo em títulos prefixados e o que eu penso sobre os títulos pós-fixados. Veja algumas ponderações e tire suas próprias conclusões:

1 – A Taxa Selic está em 14,25%. A ata do Copom sugere a manutenção desses juros por um longo período. Apesar da inflação resiliente, um aumento da taxa básica de juros pode pressionar ainda mais a recessão. Desta forma, acredito que por enquanto a taxa Selic ficará neste patamar.

2 – Sempre é bom lembrar que a taxa de juros somente poderá ser reduzida de forma consistente e segura com o equilíbrio das contas públicas. Isto parece bastante longínquo, apesar das medidas anunciadas na última sexta.

3 – A instabilidade do mercado financeiro vai continuar, pois o cenário político e econômico ainda é caótico, sem boas perspectivas. Assim, volatilidade é a palavra-chave do momento.

4 – Um eventual (e provável) rebaixamento do rating brasileiro por outras agências internacionais  pode pressionar ainda mais o dólar e as taxas de juros futuros.

5 – A proximidade da subida de juros no mercado americano também trará pressão aos países emergentes, especialmente ao Brasil.

6 – Posto isto, fica claro que os juros futuros (DI) podem e devem continuar a subir até caminharem para uma estabilidade futura e sua posterior redução. Assim, uma boa parcela dos nossos investimentos deve continuar vinculada aos juros pós-fixados (Fundos DI e Tesouro Selic). Uma postura conservadora e inteligente para uma Tempestade Perfeita. Em contrapartida, em virtude da volatilidade e das altas taxas de juros pagos acredito que também devemos nos posicionar nos títulos prefixados, garantindo uma remuneração extraordinária para os próximos cinco anos.

7 – Compre apenas o montante que você vai manter aplicado durante todo este período. Resgates antecipados podem gerar prejuízos em virtude do deságio. Porém, se você mantiver os títulos até o vencimento, a taxa de retorno é garantida e sem risco, ou melhor, apenas com o risco soberano (o mais baixo no mercado financeiro).

8 – Faça a migração gradual dos títulos pós-fixados para os prefixados. Aproveite os períodos de picos de alta da taxa de juros e compre mais prefixados.

9 – Nos últimos 10 dias os juros futuros desabaram. De lá para cá, a taxa de juros do tesouro prefixado (LTN 2021) caiu de 16,30 para 15,26%. Uma volatilidade estrondosa para um título de renda fixa. Mas o cenário é este e temos que nos acostumar. Eu até poderia vender meus títulos comprados naquele dia e obter um ágio de quase 6% (veja abaixo). Nada mal para apenas 10 dias. Mas não estou pensando no curto prazo. Quero garantir os juros atuais por um bom período e dobrar meu capital em apenas cinco anos. Este é o meu objetivo (e deveria ser o seu).





10 – Por último, fica a minha mensagem. Devemos aproveitar as “lambanças” contínuas do Governo do PT para garantir uma boa remuneração futura. Não sinto culpa alguma. Nunca votei nesta turma. Gostaria de estar aplicando meu dinheiro em renda variável, na bolsa de valores. Investindo no crescimento das empresas e das pessoas. Gerando empregos e maior renda para a população, mas as peripécias e a incompetência dos últimos anos nos custaram muito caro. Porém, agora, cada um com seus problemas. Aproveitem a volatilidade dos títulos de renda fixa.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.