terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Prepare-se, o IBOV está preparando um forte movimento para os próximos dias.




Caros leitores do blog,

Hoje farei um breve comentário, mas muito importante. Há cerca de 20 dias o IBOV vem “andando” de lado, num movimento que chamamos de contração dos preços. Tecnicamente estamos num triângulo descendente. O rompimento dos limites desta figura gráfica está muito próximo. E a partir disso, o movimento poderá ser amplo.

No dia de hoje, os preços fizeram um movimento muito positivo e tocaram a linha de tendência de baixa (linha oblíqua vermelha do primeiro gráfico), mas ainda sem claro rompimento (seta vermelha). A meu ver, ela será rompida em breve e o Rally de final de ano poderá ocorrer.  Alvos em 75 e 78 mil pontos, este último o topo histórico (linha verde).

Detalhe: no mercado futuro (INDFUT) os preços já romperam a linha de baixa (veja abaixo).



Risco: uma falha deste rompimento poderá jogar os preços para baixo, em direção ao forte suporte em 68 mil pontos (linha horizontal preta). Assim, todo cuidado é pouco, pois o mercado é traiçoeiro. Sinaliza para um lado e corre para o outro.

Abraços,

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.



segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Risco e Volatilidade



É muito comum os pequenos investidores confundirem essas duas variáveis, ou melhor, usualmente eles acham que se trata da mesma coisa. Decididamente são elementos completamente distintos, independentemente da classe do ativo.

Por definição, em investimentos, o risco está relacionado à possibilidade de alguma perda. Temos o risco de crédito, o risco de liquidez e o risco de mercado, dentre outros. Assim, teoricamente um título do tesouro direito tem menor risco de crédito que um título privado, por exemplo, uma debênture. Por outro lado, um imóvel tem maior risco de liquidez do que a compra de um lote de ações do Banco Itaú. O primeiro pode ser difícil de ser negociado. Já o segundo tem liquidez diária, pelo preço de mercado. O chamado risco de mercado está relacionado ao risco geral do sistema financeiro. As crises macroeconômicas afetam diretamente os vários tipos de negócio: imobiliário, acionário, dos títulos de renda fixa, etc.

A volatilidade de um ativo é a oscilação dos preços num determinado espaço de tempo. Em geral os títulos de renda variável são mais voláteis que os de renda fixa, ora mais, ora menos, dependendo de vários fatores políticos e econômicos, internos e externos. Mas isso nada tem a ver com o risco do ativo. Cada classe de ativo tem seus próprios riscos e sua própria volatilidade.

As eleições de 2018 vão gerar muita volatilidade no mercado acionário brasileiro, mas o risco do investimento continuará o mesmo. Vamos a um exemplo real. Existem sinais claros da retomada da economia brasileira e os lucros das empresas aos poucos estão sendo retomados. Assim, nada mais óbvio que esperar por uma valorização das ações nos próximos anos. Contudo, isso não acontecerá numa trajetória retilínea, haverá altos e baixos, especialmente em relação à corrida presidencial. Desta forma espera-se por um forte aumento da volatilidade em 2018.

Ao final do processo eleitoral (ou no decorrer, se um candidato disparar nas pesquisas), o risco do investimento em bolsa para o longo prazo poderá ou não ser mitigado de acordo com as ideias do presidente eleito (ou favorito nas pesquisas). Se ele apoiar a continuidade do ajuste fiscal do governo federal, apoiar as reformas da previdência e tributária, apoiar o controle inflacionário, apoiar o combate à corrupção e apoiar um maior liberalismo da economia, os juros básicos continuarão baixos, o dólar cairá frente ao real e a economia vai melhorar muito: mais empregos, maiores salários, maior crescimento das empresas e de seus lucros. Tudo isso fará com que o mercado de ações se valorize. Talvez, 100, 200% ou muito mais nos próximos anos. Não dá para precisar quanto. Por outro lado, a vitória da esquerda deverá derrubar a bolsa num primeiro momento, mas se a inflação voltar a subir, a bolsa de valores também subirá, pois serão os únicos ativos imunes à hiperinflação. Os títulos do governo poderão sofrer uma desvalorização absurda, devido ao maior risco de crédito e ao aumento dos juros futuros.

Dito isso, fica claro que existe uma clara e boa assimetria para se investir no mercado de ações desde já. Espere por um ano vindouro de extrema volatilidade, mas o risco do investimento no mercado acionário continuará o mesmo, aliás, do meu ponto de vista, até um pouco menor, como acima comentado. E não se esqueça: o mercado financeiro anda muito na frente da economia real. Se tudo der certo, a bolsa poderá terminar 2018 com uma valorização muito além de qualquer previsão. Para terminar, sempre é bom relembrar: invista somente o dinheiro destinado ao longo prazo e respeite seu perfil de investidor.

MJR




sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Você gosta de juros baixos?



A resposta me parece óbvia. Todos os segmentos da sociedade se beneficiam de uma taxa de juros reduzida. Você pode financiar um carro, uma casa, abrir um negócio, e muito mais. Para as empresas, o benefício também é enorme: reduz o custo das dívidas e facilita novos investimentos. Esses geram mais empregos e mais renda para o povo e, por conseguinte, mais arrecadação de impostos. Para o Governo, além dos tributos, a redução na taxa básica de juros é muito saudável para reduzir o valor da dívida pública. Resumindo, um ciclo do bem!

Assim, fica claro que a queda sustentável na Selic é muito importante para o desenvolvimento do país. Atualmente a taxa básica de juros está em 7.5% ao ano, uma das menores da história recente do Brasil. Isso foi conseguido nos últimos 12 meses por três razões principais: pelo controle da inflação, pela redução da atividade econômica nos últimos anos em virtude da grave crise econômica e pela alta credibilidade do Banco Central que, a partir da gestão de Ilan Goldfajn em 2016, foi muito duro no controle inflacionário mantendo a Selic em níveis altos.

Pois bem, passemos a próxima questão. A atual taxa de juros é sustentável no longo prazo? Depende de um fator principal. Se o Governo Federal continuar controlando os gastos públicos, a resposta é sim. E o próximo passo importante, e inevitável, é a reforma da previdência. Desta forma, não temos escolha, ou fazemos a reforma da previdência ou voltaremos aos juros estratosféricos. A questão é simples. É matemática. Se o Governo não voltar a fazer superávit primário, os juros vão subir a partir de 2019. Não há outro caminho.

O Presidente Temer, independentemente de você gostar ou não dele, está tentando fazer uma pequena reforma da previdência. Mas mesmo assim, o próximo presidente obrigatoriamente precisará fazer muito mais. Grande parte do déficit público atual é oriunda da previdência social. Aqui, no Brasil, em geral, aposenta-se muito cedo, muitas vezes antes dos 55 anos e com pouca contribuição ao sistema, sem comentar sobre os privilégios de alguns setores.

Uma sugestão, antes de você escolher seus candidatos nas próximas eleições, para Presidente e para a Câmara dos Deputados, verifique qual é a opinião deles sobre o assunto. É preciso mudar a mentalidade de todos os componentes da sociedade. Todos os países sérios no mundo revisaram e revisam periodicamente as questões previdenciárias. O ser humano está cada vez mais longevo. A expectativa média de vida no Brasil é de 76 anos, segundos dados recentes do IBGE. Se nada for feito, a situação da previdência será insustentável em muito pouco tempo. Basta citar como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. Lá, os funcionários ainda não receberam parte do décimo terceiro salário de 2016. Inacreditável.


Alguns vão pensar que a corrupção é outra causa importante do déficit público. Também concordo, mas ela não é a causa primária do déficit público. A causa tem nome: PREVIDÊNCIA SOCIAL. Pense nisso, ou melhor, estude o assunto, discuta com seus amigos e tire suas próprias conclusões.

MJR