No dia de
hoje, última jornada de novembro, o IBOV atingiu a marca dos 90 mil pontos pela
primeira vez na história.
O caminho
natural do IBOV seria continuar em alta nos próximos dois meses, dezembro e
janeiro, e quem sabe atingir ou romper os 100 mil pontos. O cenário interno de
otimismo no Brasil sugere esse rumo.
Os gráficos
de preços nas periodicidades diária e semanal também fortalecem essa trajetória,
especialmente após o IBOV romper uma figura gráfica de continuidade no gráfico
diário (triângulo) e o fortíssimo fechamento no gráfico semanal no dia de hoje.
Mas confesso que alguns aspectos me
incomodam, veja:
1. Os estrangeiros continuam fortemente
vendidos no mercado à vista e no mercado futuro, e por outro lado, comprados em
dólares.
2. Em geral o mês de dezembro é positivo
para as bolsas (sazonalidade), mas às vezes essa premissa não é confirmada, e observamos
fortes movimentos de queda, como aquele ocorrido em 2015.
3. Os índices americanos, apesar da
recuperação recente, estão em clara tendência de baixa no curto prazo.
4. S&P: fique atento ao suporte e a resistência,
em 2.600 e 2.800 pontos, respectivamente, pois o rompimento dos mesmos podem
desencadear movimentos bruscos direcionais.
5. As commodities metálicas e o petróleo tiveram forte queda nas últimas semanas, o que limitou a valorização da Vale e
da Petrobrás. O rumo das commodities no próximo mês pode ditar a direção do
IBOV. Curiosidade: mesmo com a forte queda do barril de petróleo, de 80 para 50
dólares, as ações da Petrobrás ficaram relativamente estáveis, o que mostra
muita resiliência do ativo – fator de muito otimismo.
6. A reunião do G20 em Buenos Aires pode
ser o combustível extra para o movimento de curto prazo, especialmente se
houver uma trégua na guerra comercial entre a China e os EUA, o que favorecerá
a alta das bolsas.
7. Por último, uma questão gráfica
importante: existe uma clara divergência de alta entre alguns indicadores
técnicos e o movimento dos preços no gráfico diário, especialmente o MACD e o
OBV. Sem entrar em detalhes técnicos, uma alta consistente nos preços,
usualmente é seguida por tais indicadores, o que não está acontecendo. Fato
preocupante!
Posto isto,
é hora de aproveitar o movimento de alta, mas com alguma cautela. E fique muito
atento ao movimento da primeira semana de dezembro, ele pode ser decisivo para
os dois próximos meses.
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.