terça-feira, 30 de maio de 2017

O cenário de curto prazo continua preocupante.



Desde a bomba política da quarta-feira retrasada, dia 17 de maio, o mercado financeiro tenta se recuperar, mas confesso, estou com a pulga atrás da orelha. Estou desconfortável com a situação.

Mesmo com a valorização expressiva de mais de 5% desde o fundo da quinta-feira negra, o IBOV não mostrou firmeza. Alta sem volume financeiro sugerindo um movimento errático – apenas um repique após a forte queda.

Os investidores não estão convictos. Se antes o mercado estava fortemente altista, quase uma unanimidade, atualmente muitos duvidam de uma boa valorização no curto e médio prazo. Por outro lado, por enquanto, ninguém está apostando em mais quedas. Todos em cima do muro. O duro é saber se esse sentimento é duradouro.

Neste ínterim o cenário externo ajudou a segurar o IBOV, mas até quando? Não sei. Três aspectos me preocupam muito em relação ao mercado americano: 

·        Apesar das máximas históricas recentes atingidas pelo Índice Dow Jones, há uma clara divergência altista em relação aos últimos movimentos (dados de análise gráfica).

·         O chamado índice do medo, VIX, está em patamares muito baixos, por volta de 10 (veja abaixo). Certa vez eu li um relato de um investidor americano que opera o VIX e sempre com bons resultados: “compro no nível 10 e vendo no 20”. Simples! Onde estamos agora? Só para lembrar, este índice tem uma correlação inversa aos índices americanos. O fim da lua de mel entre o mercado americano e o Trump pode ser a gota d’água.



·         Acompanho com frequência um analista técnico norte-americano muito experiente e famoso por suas previsões acertadas. Ele prevê uma forte correção do Dow Jones a partir de julho de 2017. Será?

Por aqui, continuamos na mesma: Temer tentando se segurar e as reformas paradas no congresso. Mesmo assim, boas notícias surgem a cada dia: IGPM em deflação pelo segundo mês consecutivo, atividade econômica reagindo e os juros básicos devem cair fortemente amanhã (possivelmente 100 pontos-base).

Posto isto, o que fazer? Recomendo muita cautela. Opte por ações mais defensivas. Ajuste temporariamente sua carteira. Acredito que não é o momento para grandes apostas em empresas de maior risco e com alta volatilidade. Aguarde um pouco mais.

E melhor, faça uma proteção parcial de sua carteira, comprando dólares e derivativos. Não fique totalmente exposto nestes tempos de incerteza. Por outro lado, se você é um pequeno investidor disciplinado e que aplica mensalmente suas reservas, continue praticando essa tática, pois nunca saberemos o TIMING ideal para a compra de um ativo.  

Repito: continuo muito otimista com o futuro do Brasil num horizonte de longo prazo, mesmo com as mazelas disseminadas da classe política.

MJR



segunda-feira, 22 de maio de 2017

O caos político voltou (se é que tinha acabado)



Que fase a nossa. O cenário atual mostrava sinais claros de melhora da economia brasileira após 24 meses de recessão. Os resultados das empresas vieram acima do esperado no primeiro trimestre de 2017. A inflação está controlada, abaixo da meta. Juros em queda livre. Geração de empregos em abril. As reformas estavam próximas da aprovação, o que impulsionaria de vez a retomada da economia. Mas...

Eis que, de novo, a praga da corrupção tomou conta da agenda brasileira. A delação premiada do presidente da JBS detonou o Governo Temer e aliados. Não tem volta. Este governo acabou.

Temer tinha pouco apoio da população. Agora perdeu o apoio político e a simpatia do mercado financeiro. Game over! Temer poderia tomar uma atitude de grandeza e renunciar ao mandato. Seria um gesto único numa classe política perdida. O que impede essa decisão é o desvirtuado “foro privilegiado”, uma aberração da nossa lei. Ninguém quer parar em Curitiba.

Se ele tomasse esta decisão, e de preferência o mais breve possível, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiria o cargo temporariamente por 30 dias e convocaria eleições indiretas no Congresso Nacional, como reza a Constituição. Não haverá eleições diretas. Esqueçam. A constituição é muito clara. Não há como alterar a carta magna em meio ao caos político que vivemos.

O ideal é que seja eleito um presidente de alta credibilidade, que agrade a maior parte da população e que esteja totalmente fora da mira da Lavajato. Carmen Lúcia e FHC são bons nomes, dentre outros. O importante é manter a governabilidade nos próximos 18 meses até as eleições de 2018 e dar andamento as reformas que o Brasil precisa. Caso contrário o país vai parar de novo e continuaremos afogados na recessão.

Outra saída possível seria a cassação da chapa Dilma-Temer, julgamento que deve acontecer no dia 6 de junho. Mais uma chance de colocar fim nessa triste história.

Se Temer optar por ficar, será uma sangria lenta, muito lenta. Ruim para todos.

Votei no Aécio. Apoiei o impeachment da Dilma e tenho convicção que Temer fez um bom governo. Mas acabou. Não há argumento contra os últimos acontecimentos. Não há desculpas. Desejo que todos os envolvidos sejam expurgados do Governo e que sejam julgados pela justiça.

E os investimentos o que fazer? Foi um duro golpe na última quinta-feira. Mesmo com alguns mecanismos de proteção, houve uma queda importante nos ativos: ações e títulos do Tesouro Direto (TD). Quase todos foram pegos de surpresa. O mercado estava em alta marcante. A maioria dos investidores estava fortemente comprada. Quase todos perderam, e muito.

Eu, particularmente, na quinta-feira negra não fiz nada, mas a partir da última sexta-feira comecei a me proteger. Essa situação política não será resolvida rapidamente e a volatilidade será monstruosa. Melhor adotar uma postura mais cautelosa, mas sem pânico.

Para os investidores de longo prazo, sugiro que a cada estresse do mercado, se tiverem caixa disponível, aproveitem as oportunidades e aumentem gradualmente suas posições compradas: bolsa e TD.

Para aqueles que têm algum domínio do mercado sugiro montar posições de proteção, com derivativos e opções.

A única coisa que você não deve fazer é tomar decisões precipitadas. Todas as crises são passageiras. Umas demoram mais, outras menos. É preciso ter paciência. Lembre-se: estamos falando de investimentos de longo prazo.

Por fim, gostaria de afirmar que continuo muito otimista com o futuro do Brasil. Sairemos muito mais fortes de tudo isso. Tenho plena convicção. É óbvio que eventos como esse retardarão a retomada da economia, mas ela virá.

O único medo que tenho é o surgimento de um candidato oportunista para as eleições de 2018, um salvador da pátria, pregando medidas populistas e não ortodoxas, que levariam o país ao caos. Todavia, até o momento, acredito que essa chance é remota. 

MJR



sexta-feira, 12 de maio de 2017

Buy Brazil



Na última terça-feira mostrei todo meu otimismo com a economia brasileira no post daquela data. Estamos no caminho correto e vamos longe.

Deixe os pessimistas de lado. Olhe para frente. Posso garantir, estamos numa situação muito melhor em 2017 do que há 12 meses quando Temer assumiu. Os números são categóricos. E a taxa de desemprego?  É verdade ela continua em alta, mas sempre, eu disse sempre, é o último indicador a se recuperar.



O mercado acionário brasileiro após uma correção saudável nos últimos 60 dias, voltou a ficar forte nesta semana: alta expressiva e com ótimo volume financeiro (veja acima). Rumo ao topo histórico! Mas antes é preciso superar a máxima do ano em 69 mil pontos, e depois seguir de encontro ao pico máximo do IBOV em 73.900, ocorrido em 2008. E, melhor, acho que vamos ainda mais longe este ano. Talvez 82 / 83 mil pontos pelos meus estudos de análise técnica.

O número exato em si representa muito pouco, pode ser um pouco mais ou um pouco menos, mas o mais importante é que estamos num verdadeiro BULL MARKET de médio e longo prazo. Temos fôlego para muito mais. Quer uma prova cabal disso?

Veja com calma os dados do primeiro gráfico do post referente ao ativo EWZ, um ETF Brazil negociado em Nova Iorque. É como os gringos “enxergam” o mercado brasileiro. Repare que desde o topo de 2008, em 100 pontos, caímos constantemente e batemos menos de 20 pontos no ano passado. Contudo, atualmente estamos em 39 e, melhor, rompemos a linha de tendência de baixa (linha verde oblíqua) que segurava o ativo desde 2008. E isso é um sinal muito relevante. Qual o alvo final? No mínimo buscar o topo histórico, isto é, um potencial de alta de 150%. Isso mesmo, 150%! Mas isso não ocorrerá da noite para o dia. Será uma trajetória de anos. E neste percurso teremos quedas, turbulências, dúvidas, pessimismos, etc. Mas, o alvo continuará lá, intacto.

Em resumo: apesar da alta de quase 100% do IBOV em relação ao fundo de janeiro de 2016 (37 mil pontos), o índice ainda tem muito a subir.

E os riscos? É óbvio que eles existem, pois todos os ativos de renda variável têm seus riscos. Mas a relação risco-benefício é muito interessante. Se perder, perderemos pouco, mas se estivermos certo, poderemos ganhar muito. Essa é a lógica do investimento. 

Mas não se esqueça, invista somente o dinheiro que você não precisará nos próximos cinco anos. Compre bons ativos. Evite micos. E o mais importante, não deixe de diversificar seu portfólio.

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.




terça-feira, 9 de maio de 2017

Dias melhores virão



Após férias merecidas, o blog está de volta. Neste período estive refletindo sobre o futuro, alheio às últimas confusões em Brasília, e confesso que fiquei muito otimista. Estamos próximos de encerrar este longo ciclo de recessão da economia brasileira.

O ser humano tende ao imediatismo. Queremos que as coisas mudem rapidamente. Mas infelizmente a realidade é outra. Contudo, se olharmos para trás, especialmente de 2014 a 2016, perceberemos que estamos vivenciando uma situação muito melhor. Vejam:

Não ficamos livres da turma do PMDB, mas expurgamos o PT. Se o Temer não é o Presidente dos sonhos, ele é muito melhor que sua antecessora. 

Se a Lavajato não flui como desejamos, ela foi muito mais longe do que poderíamos imaginar há três anos. Nem todos serão punidos, mas o país será outro, muito melhor. Não tenho dúvida.

A inflação estava totalmente descontrolada. O Governo do PT deixou a inflação tomar conta do país. Agora, a situação é outra. Inflação dentro da meta, o que não ocorria há muito tempo.

Os juros básicos (Selic) estão cedendo numa velocidade muito interessante. E vão cair muito mais. E melhor, ao que tudo indica, de maneira sustentável.

Juros baixos favorecem a retomada do crescimento. O aumento da confiança do setor produtivo também favorece o crescimento. Os resultados do primeiro trimestre de várias companhias abertas vieram acima do esperado. Mais um sinal da retomada do crescimento.

Falta finalizar a parte do Governo Federal. Somente as reformas aprovadas até agora são insuficientes para cobrir os gastos públicos que aceleraram vigorosamente nos últimos anos. A reforma da previdência é vital. Mesmo que distorcida, ela trará alívio temporário para as contas públicas.

Não vou entrar no mérito da questão de quem deveria ter o direito de se aposentar antes do 65 anos. É uma briga de interesses pessoais. Infelizmente no Brasil, o lobby de uns setores é mais forte do que de outros.  Uma pena. Ruim para a maioria e bom para poucos.

Na minha visão, TODOS, homens e mulheres, deveriam estar na mesma regra: servidores públicos, do setor privado, políticos, professores, policiais, agentes penitenciários, médicos, etc. Todos, sem exceção. As regras atuais são obsoletas e a atual expectativa de vida é outra, muito maior que outrora.

Passada a reforma da previdência, os outros fatores elencados por mim farão com que a economia brasileira volte a crescer. A retomada do crescimento gerará novos empregos, aumentará a arrecadação de impostos e, por conseguinte, determinará a melhora da situação fiscal do Governo Federal. Bom para todos!

E o mais importante de tudo: não podemos deixar que as incertezas atuais afetem as eleições de 2018. Chega de desgoverno. Se algum oportunista assumir o país, a situação poderá degringolar de vez. Mais isso só depende de nós, eleitores! 

MJR