sexta-feira, 30 de junho de 2017

Atualização IBOV – 30.06.2017



Após várias semanas em queda, o IBOV reagiu no gráfico semanal e fechou com alta de quase 3%, por volta dos 63 mil pontos. Melhor, não perdeu a mínima da semana anterior e superou a máxima. Bom sinal para o curto prazo.

Apesar da movimentação positiva, a alta foi com baixo volume financeiro, o que tira o brilho deste movimento. Mas, mesmo assim, melhor que mais quedas.

Se na próxima segunda-feira superarmos a máxima desta semana, os objetivos de curto prazo são a média móvel de 21 períodos e o último topo do diário, ambos em cerca de 64.400 pontos.

É muito provável que busquemos este patamar na semana que vem, especialmente se a reforma trabalhista for aprovada na próxima terça, dia 4/7.

Apenas acima do patamar de 64.400 pontos é que teríamos um movimento altista mais consistente.

Acredito que tenhamos um mês de julho mais positivo, haja vista que o cenário político deverá ficar mais calmo em período de férias (a conferir).

Contudo, devemos ficar atentos a dois fatos importantes:

1.      Uma correção mais forte no mercado americano (e ela está próxima, a meu ver) poderá afetar o mercado tupiniquim.

2.      E, claro, se surgirem fatos novos em Brasília.  

Bom mês de julho para todos. Na próxima coluna farei uma abordagem de médio prazo.

MJR


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Os generosos rendimentos de alguns títulos privados e o “aval” do Fundo Garantidor de Créditos



Recentemente li um artigo muito interessante, onde a analista responsável, Marília Fontes, chama a atenção para um suposto “Conto do FGC”. Aproveito a oportunidade para esclarecer alguns detalhes importantes sobre o tema com meus leitores. Vamos lá:

Criado em 1995, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) constitui-se numa associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado do Brasil, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, permitindo recuperar parte ou a totalidade dos depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, no caso de falência ou de liquidação da mesma, desde que, o FGC tenha recursos suficientes para tal, isto é, a garantia é limitada aos recursos disponíveis no fundo. Os investidores detentores de depósitos à vista em conta corrente, depósitos em poupança e aplicações em títulos privados, como CDBs, LCs (Letras de Câmbio), LCIs, LCAs e letras hipotecárias, possuem uma proteção limitada em caso de “quebra” do banco.

As instituições financeiras devem se associar ao fundo e efetuar uma contribuição mensal obrigatória, definida por lei. Até abril de 2013, cada pessoa física ou jurídica tinha garantido um valor máximo de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) em caso de inadimplência da instituição financeira, respeitando-se o saldo bancário de cada um, obviamente. O controle é individualizado por CPF ou CNPJ. Desde maio de 2013, o limite de garantia foi aumentado para R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Além do limite, foi aprovado também o valor a ser pago em caso das contas conjuntas. Na regra anterior, em caso de titularidade conjunta de cônjuges, cada um recebia R$ 70.000,00. A partir de agora, os titulares da conta conjunta receberão o valor global de R$ 250.000,00, dividido pelo número de titulares, semelhante à regra para as contas conjuntas de titulares não cônjuges.

Pequenos bancos e instituições financeiras aproveitam a “garantia extra” do FGC e colocam seus títulos com rendimentos muito acima da média do mercado, por vezes atingindo a cifra de 120% do CDI. Seria muito bom, se não tivéssemos os seguintes problemas:

1.       Usualmente, nestes investimentos, exige-se um longo tempo de carência para o resgate do valor aplicado, por vezes acima de 48 meses, o que limita drasticamente a liquidez do dinheiro.

2.     Apesar da garantia do FGC e da solidez do sistema bancário nacional, numa eventual crise sistêmica dos bancos brasileiros (e isso já ocorreu algumas vezes no Brasil), o montante aportado no FGC poderá ser insuficiente para cobrir todos os bancos inadimplentes. Estima-se que pouco mais de 3% dos investimentos possam ser honrados.

3.       Mesmo que o FGC tenha o dinheiro disponível, você poderá ter alguns incômodos burocráticos até receber o dinheiro de volta, o que, mais uma vez, limita a liquidez do seu investimento.

Portanto, apesar dos retornos admiráveis, abra os olhos em relação aos títulos ofertados pelos pequenos bancos e tome muito cuidado ao aplicar seu dinheiro. O que parece bom no dia de hoje pode ser uma bela dor de cabeça no futuro. Recomendo as seguintes precauções:

1.     Procure obter informações confiáveis para separar o joio do trigo: no mercado brasileiro existem ótimos bancos de pequeno e médio porte, e outros ruins, beirando a falência.

2.      Nunca aplique seu dinheiro numa instituição só. Diversifique.

3.      Mantenha a liquidez de parte de suas reservas. Sempre!

4.      Evite carências longas.

5.     E por último, um ponto muito importante: calcule o valor aplicado e os juros futuros, sendo que o montante futuro (valor estimado) nunca deverá exceder os 250 mil reais.


Bons investimentos!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A indecisão (momentânea) do IBOV. Até quando?

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Desde o fatídico dia 17 de junho, a “quinta-feira negra” de maio, o IBOV entrou em stand-by, numa baixíssima volatilidade e com volume financeiro muito abaixo da média. Uma chatice!

Daí, alguém me pergunta: a baixa volatilidade significa menor risco para o mercado de ações? Definitivamente não. Na maioria das vezes, os momentos calmos são seguidos de extrema volatilidade e por movimentos bruscos. Prepare-se!

Por que o mercado financeiro está indeciso? Do ponto de vista político é óbvio: todos aguardando as peripécias (ou barbáries) de Brasília. Por outro lado, resumidamente, no mercado financeiro, a situação é essa: 

·         Vínhamos numa forte tendência de alta. Romperíamos o topo do ano em 69 mil em breve e caminharíamos rumo ao topo histórico (73.900).

·         A quinta negra quebrou esse consenso. Foi um banho de sangue. Vários fundos de investimentos locais precisaram zerar posições. Caos total.

·         Enquanto isso os estrangeiros aproveitaram o pânico para comprar mais.

·         Resultado: enquanto investidores locais estão vendidos, os estrangeiros estão comprados (saldo positivo de 2 bilhões em maio). Assim, se permanecer esse equilíbrio, a bolsa ficará parada, nem subirá, nem desabará, e oscilará entre 62 e 64 mil pontos.

Graficamente, a situação é a seguinte: temos dois caminhos totalmente opostos:



·         Se o IBOV perder os 62 mil pontos, caminharemos para os 60 mil e depois para os 57 mil pontos (este último, um fortíssimo suporte; dificilmente o perderemos).

·         Se rompermos os 64.500, o IBOV buscará os 66 mil e talvez os 69 mil pontos.

·         Caminhos paradoxos, não? Hoje, dia 7 de junho, para mim, o movimento mais provável é o primeiro: teremos mais quedas. Mas nem sempre ocorrerá o que é mais provável. No mercado nada é tão fácil assim.

O que fazer? Primeiro, é preciso manter a calma nestes momentos. Nada de movimentos acéfalos. O mais importante é guardar na memória os pontos de inflexão citados acima. Se você é um investidor de curto prazo, siga o fluxo. Agora, se você é um investidor de longo prazo, faça como os estrangeiros: caiu, comprou. Se você não quiser arriscar, use algum mecanismo de proteção parcial (hedge) até a poeira abaixar: dólar, ações de empresas exportadoras, derivativos, etc.

O resultado do julgamento do TSE pode ser o gatilho para a volta da volatilidade e, talvez, de uma tendência definida para o curto prazo.

MJR