Após 15 dias de merecidas férias, meus comentários estão de volta
ao blog.
Gostaria de comentar um assunto muito importante: o julgamento
do Ex-Presidente Lula no TRF-4.
O mercado financeiro apostava no placar de 3 a 0, o que foi
confirmado no dia 24 de janeiro. A alta do IBOV, de meados de dezembro até a semana
passada, foi mantida justamente por essa premissa e por forte aporte financeiro
dos estrangeiros. Confirmada a decisão, o IBOV continuou sua escalada e fechou a
semana passada com elevação superior a 5%.
A correção atual era totalmente esperada. O patamar de 80
/ 81 pontos deverá ser um bom ponto de suporte para as próximas semanas. Uma correção mais
forte até os 77 mil pontos (penúltimo topo) também seria normal.
Mas, por que o mercado não quer a volta de Lula? Apesar da
convivência pacífica entre o Ex-Presidente e o mercado financeiro entre 2003 e
2010, o cenário atual é totalmente distinto. Lula perdeu sua força. O PT perdeu
o apoio popular na classe média e, notadamente, a credibilidade de outrora. Resta
ao PT o discurso populista e de extrema-esquerda, que nos colocou num tremendo buraco
na gestão Dilma.
As contas públicas estão em frangalhos. A eleição de outra
Dilma poderia enterrar de vez a recuperação econômica. E Lula era a maior
ameaça.
Posto isto, se tudo continuar como está provavelmente o Brasil
elegerá um Presidente pró-reformas, o que potencializará a recuperação da
economia, a geração de empregos e um forte ciclo virtuoso por alguns anos.
A reforma da previdência é uma questão de tempo. Não há
outro caminho. Sairá em 2018 ou no começo de 2019. O déficit de 2017 beirou os
200 bilhões de reais. Se a reforma ocorrer em 2018 (até
aqui improvável), a
bolsa subirá muito mais, pois esse fato não está precificado.
É provável que a corrida eleitoral comece de verdade a
partir de março. A volatilidade voltará com tudo, mas lembre-se que o viés é de
alta. Dificilmente o IBOV reverterá para uma tendência de baixa de longo prazo.
Mesmo com uma hipotética forte queda nos mercados
internacionais em 2018 (o que é possível), a queda aqui deverá ser pontual, na
verdade uma grande oportunidade – caiu, comprou! Existe um “GAP” gigantesco
entre os topos das bolsas dos países do primeiro mundo e o da bolsa brasileira.
Estamos muito atrasados, talvez anos. Apenas fatores internos, políticos mais
precisamente, podem alterar a direção do IBOV.
Sempre é bom lembrar que o mercado financeiro anda na frente
do “mundo real”. Se ele está apontando que a economia brasileira vai melhorar,
é porque existe uma grande chance disso se efetivar. Desta forma, continuo
muito otimista com o Brasil e, por conseguinte, com o IBOV para o longo prazo.
Sem o Lula, melhor ainda. O caminho do sucesso deverá ser menos árido.
MJR