quarta-feira, 6 de junho de 2018

Atualização mensal do IBOV – Junho 2018




Desde o meu último comentário em 09 de maio para o dia de hoje, o principal índice da bolsa brasileira despencou mais de 10%. E pior. Os motivos foram locais. Nenhuma interferência do mercado externo.

A greve dos caminhoneiros e a ingerência na Petrobrás mostraram a fragilidade do atual governo. Bastou um soluço de uma classe de grevistas e o governo correu para tomar uma série de medidas populistas. É a “ditadura” das minorias. Quem pagará as bondades do Governo? Não tenha dúvida, o contribuinte, ou melhor, todos nós.

Não existe mágica. O aumento de gastos por parte do governo federal, como os subsídios ao preço do diesel, precisará ser compensado com o aumento de outros tributos, especialmente na atual situação fiscal do país.

Outro ponto negativo: nós, brasileiros, em geral, queremos um Estado grande e paternalista, cheio de bondades e benefícios, mas não queremos o aumento da carga tributária. Dessa forma, a conta nunca fechará. Ainda mais com a corrupção disseminada e a má gestão do dinheiro público.

Deveríamos nós, em ano eleitoral, estar discutindo questões relevantes para os próximos anos: reforma tributária, reforma da previdência, reforma política, independência do Banco Central e eficiência das Estatais, dentre outras. Enfim, deveríamos buscar caminhos para facilitar o crescimento e destravar a economia.

O tombo da bolsa brasileira foi acompanhado de forte alta da moeda americana e da escalada dos juros futuros. Não existe almoço grátis. Isso nada mais é do que um alerta do mercado: esse caminho é péssimo, e já o conhecemos. Simples assim, o mercado financeiro tem voz.

Malgrado esses comentários, sigo otimista com IBOV no médio e longo prazo. Após vários anos de crise econômica as empresas listadas na bolsa estão mais eficientes e mais preparadas para o futuro. Outra questão importante: qualquer presidente eleito em outubro de 2018 será “obrigado” a ampliar o ajuste fiscal, simplesmente, porque não existe outra opção. Ou seguimos para as reformas, ou para a “Venezuelização”: calote da dívida pública, caos econômico e político e hiperinflação.

Por último, gostaria de citar que no atual patamar, em 76 mil pontos, a meu ver, o IBOV gera oportunidades, sempre pensando mo médio e longo prazo. Graficamente, a tendência de alta primária do IBOV continua mantida, sem respingos. Apenas se perder os 70 mil pontos, o IBOV poderia sinalizar uma mudança nessa tendência. Aguardemos.

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.