terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Prepare-se, o IBOV está preparando um forte movimento para os próximos dias.




Caros leitores do blog,

Hoje farei um breve comentário, mas muito importante. Há cerca de 20 dias o IBOV vem “andando” de lado, num movimento que chamamos de contração dos preços. Tecnicamente estamos num triângulo descendente. O rompimento dos limites desta figura gráfica está muito próximo. E a partir disso, o movimento poderá ser amplo.

No dia de hoje, os preços fizeram um movimento muito positivo e tocaram a linha de tendência de baixa (linha oblíqua vermelha do primeiro gráfico), mas ainda sem claro rompimento (seta vermelha). A meu ver, ela será rompida em breve e o Rally de final de ano poderá ocorrer.  Alvos em 75 e 78 mil pontos, este último o topo histórico (linha verde).

Detalhe: no mercado futuro (INDFUT) os preços já romperam a linha de baixa (veja abaixo).



Risco: uma falha deste rompimento poderá jogar os preços para baixo, em direção ao forte suporte em 68 mil pontos (linha horizontal preta). Assim, todo cuidado é pouco, pois o mercado é traiçoeiro. Sinaliza para um lado e corre para o outro.

Abraços,

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.



segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Risco e Volatilidade



É muito comum os pequenos investidores confundirem essas duas variáveis, ou melhor, usualmente eles acham que se trata da mesma coisa. Decididamente são elementos completamente distintos, independentemente da classe do ativo.

Por definição, em investimentos, o risco está relacionado à possibilidade de alguma perda. Temos o risco de crédito, o risco de liquidez e o risco de mercado, dentre outros. Assim, teoricamente um título do tesouro direito tem menor risco de crédito que um título privado, por exemplo, uma debênture. Por outro lado, um imóvel tem maior risco de liquidez do que a compra de um lote de ações do Banco Itaú. O primeiro pode ser difícil de ser negociado. Já o segundo tem liquidez diária, pelo preço de mercado. O chamado risco de mercado está relacionado ao risco geral do sistema financeiro. As crises macroeconômicas afetam diretamente os vários tipos de negócio: imobiliário, acionário, dos títulos de renda fixa, etc.

A volatilidade de um ativo é a oscilação dos preços num determinado espaço de tempo. Em geral os títulos de renda variável são mais voláteis que os de renda fixa, ora mais, ora menos, dependendo de vários fatores políticos e econômicos, internos e externos. Mas isso nada tem a ver com o risco do ativo. Cada classe de ativo tem seus próprios riscos e sua própria volatilidade.

As eleições de 2018 vão gerar muita volatilidade no mercado acionário brasileiro, mas o risco do investimento continuará o mesmo. Vamos a um exemplo real. Existem sinais claros da retomada da economia brasileira e os lucros das empresas aos poucos estão sendo retomados. Assim, nada mais óbvio que esperar por uma valorização das ações nos próximos anos. Contudo, isso não acontecerá numa trajetória retilínea, haverá altos e baixos, especialmente em relação à corrida presidencial. Desta forma espera-se por um forte aumento da volatilidade em 2018.

Ao final do processo eleitoral (ou no decorrer, se um candidato disparar nas pesquisas), o risco do investimento em bolsa para o longo prazo poderá ou não ser mitigado de acordo com as ideias do presidente eleito (ou favorito nas pesquisas). Se ele apoiar a continuidade do ajuste fiscal do governo federal, apoiar as reformas da previdência e tributária, apoiar o controle inflacionário, apoiar o combate à corrupção e apoiar um maior liberalismo da economia, os juros básicos continuarão baixos, o dólar cairá frente ao real e a economia vai melhorar muito: mais empregos, maiores salários, maior crescimento das empresas e de seus lucros. Tudo isso fará com que o mercado de ações se valorize. Talvez, 100, 200% ou muito mais nos próximos anos. Não dá para precisar quanto. Por outro lado, a vitória da esquerda deverá derrubar a bolsa num primeiro momento, mas se a inflação voltar a subir, a bolsa de valores também subirá, pois serão os únicos ativos imunes à hiperinflação. Os títulos do governo poderão sofrer uma desvalorização absurda, devido ao maior risco de crédito e ao aumento dos juros futuros.

Dito isso, fica claro que existe uma clara e boa assimetria para se investir no mercado de ações desde já. Espere por um ano vindouro de extrema volatilidade, mas o risco do investimento no mercado acionário continuará o mesmo, aliás, do meu ponto de vista, até um pouco menor, como acima comentado. E não se esqueça: o mercado financeiro anda muito na frente da economia real. Se tudo der certo, a bolsa poderá terminar 2018 com uma valorização muito além de qualquer previsão. Para terminar, sempre é bom relembrar: invista somente o dinheiro destinado ao longo prazo e respeite seu perfil de investidor.

MJR




sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Você gosta de juros baixos?



A resposta me parece óbvia. Todos os segmentos da sociedade se beneficiam de uma taxa de juros reduzida. Você pode financiar um carro, uma casa, abrir um negócio, e muito mais. Para as empresas, o benefício também é enorme: reduz o custo das dívidas e facilita novos investimentos. Esses geram mais empregos e mais renda para o povo e, por conseguinte, mais arrecadação de impostos. Para o Governo, além dos tributos, a redução na taxa básica de juros é muito saudável para reduzir o valor da dívida pública. Resumindo, um ciclo do bem!

Assim, fica claro que a queda sustentável na Selic é muito importante para o desenvolvimento do país. Atualmente a taxa básica de juros está em 7.5% ao ano, uma das menores da história recente do Brasil. Isso foi conseguido nos últimos 12 meses por três razões principais: pelo controle da inflação, pela redução da atividade econômica nos últimos anos em virtude da grave crise econômica e pela alta credibilidade do Banco Central que, a partir da gestão de Ilan Goldfajn em 2016, foi muito duro no controle inflacionário mantendo a Selic em níveis altos.

Pois bem, passemos a próxima questão. A atual taxa de juros é sustentável no longo prazo? Depende de um fator principal. Se o Governo Federal continuar controlando os gastos públicos, a resposta é sim. E o próximo passo importante, e inevitável, é a reforma da previdência. Desta forma, não temos escolha, ou fazemos a reforma da previdência ou voltaremos aos juros estratosféricos. A questão é simples. É matemática. Se o Governo não voltar a fazer superávit primário, os juros vão subir a partir de 2019. Não há outro caminho.

O Presidente Temer, independentemente de você gostar ou não dele, está tentando fazer uma pequena reforma da previdência. Mas mesmo assim, o próximo presidente obrigatoriamente precisará fazer muito mais. Grande parte do déficit público atual é oriunda da previdência social. Aqui, no Brasil, em geral, aposenta-se muito cedo, muitas vezes antes dos 55 anos e com pouca contribuição ao sistema, sem comentar sobre os privilégios de alguns setores.

Uma sugestão, antes de você escolher seus candidatos nas próximas eleições, para Presidente e para a Câmara dos Deputados, verifique qual é a opinião deles sobre o assunto. É preciso mudar a mentalidade de todos os componentes da sociedade. Todos os países sérios no mundo revisaram e revisam periodicamente as questões previdenciárias. O ser humano está cada vez mais longevo. A expectativa média de vida no Brasil é de 76 anos, segundos dados recentes do IBGE. Se nada for feito, a situação da previdência será insustentável em muito pouco tempo. Basta citar como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. Lá, os funcionários ainda não receberam parte do décimo terceiro salário de 2016. Inacreditável.


Alguns vão pensar que a corrupção é outra causa importante do déficit público. Também concordo, mas ela não é a causa primária do déficit público. A causa tem nome: PREVIDÊNCIA SOCIAL. Pense nisso, ou melhor, estude o assunto, discuta com seus amigos e tire suas próprias conclusões.

MJR 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

IBOV – Semana decisiva



O IBOV vem corrigindo desde o começo de outubro. Da máxima, em 78 mil pontos, à mínima, em 73 mil pontos, o índice corrigiu mais de 6%.

Na última sexta-feira o índice atingiu o primeiro suporte importante em 73 / 74 mil pontos, referente à mínima de setembro de 2017 e ao topo histórico rompido recentemente, que agora funciona como suporte. Pela sinalização gráfica do pregão de sexta, 03/11, existe uma boa chance que o IBOV repique (alta) nos próximos pregões, mas é preciso ter cautela, veja:

No curto prazo, pelo gráfico diário, estamos em tendência de baixa.

Vários ativos importantes estão em tendência de baixa. Por outro lado, algumas ações encontraram suportes imediatos.

O suporte mais importante do IBOV está em 69 / 70 mil pontos que corresponde ao penúltimo topo no gráfico semanal, à média móvel de 21 semanas, também no semanal, e à retração de 38% de Fibonacci, esta última relacionada ao movimento iniciado em janeiro de 2016 (gráfico acima).

Assim, fica claro que ainda há espaço para mais quedas no IBOV. Todavia, num mercado fortemente altista, suportes intermediários, como o atual, podem segurar os preços e, por vezes, podem estimular uma nova onda de alta.

Isto posto, qual a minha expectativa para o curto prazo?

É provável que o IBOV apresente alguns dias de alta. Talvez mire os 76 mil pontos.

Não é desprezível que o IBOV tente buscar o topo de 2017 em 78 mil pontos nas próximas semanas. 

Eu, particularmente, acho improvável a superação desta marca ainda em 2017. Mas, tudo é possível.

Após o provável repique nos preços, a retomada das quedas e a perda dos 73 mil pontos é uma alternativa bem plausível.

Por último, sempre é bom lembrar que o rumo dos mercados americanos devem nos guiar nas próximas semanas. Uma eventual queda lá pode derrubar os preços aqui.

Para aqueles que operam na bolsa de valores no dia a dia, esses pontos de “indecisão” são corriqueiros. Faz parte do jogo. É impossível prever o caminho exato que o IBOV seguirá. O mais importante é não se precipitar e seguir o fluxo do dinheiro no curto prazo.

Já para os pequenos investidores, o ideal é aproveitar os períodos de correção para aumentar a posição na ponta compradora, haja vista que apesar do cenário incerto de curto prazo, o BULL MARKET de longo prazo do IBOV continua intacto. Compre aos poucos e não exagere na dose. Invista somente o dinheiro que visa o longo prazo. Mantenha uma carteira equilibrada.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.


terça-feira, 31 de outubro de 2017

BOVA11: uma maneira fácil de investir na bolsa brasileira



Replico no blog o artigo que escrevi em outubro de 2017 para o Boletim do Colégio Brasileiro de Radiologia, uma coluna em que escrevo mensalmente: BOVA11: uma maneira fácil de investir na bolsa brasileira.  

Recentemente, um colega do hospital onde trabalho me perguntou sobre como investir no ativo BOVA 11. Assim, antes de adentrar aos fundamentos para a escolha de uma determinada ação na bolsa de valores (análise fundamentalista), vou comentar novamente sobre esta forma eficiente e fácil de investir na bolsa brasileira. No final de 2015, no último boletim do CBR daquele ano, fiz a recomendação de compra deste ativo: cotação unitária de 42 reais. No momento em que escrevo ele está cotado a R$ 69,54. Alta de mais de 60% em menos de dois anos.

Desta forma, o questionamento do colega é muito comum e frequentemente várias pessoas me perguntam sobre o mesmo assunto: existe uma maneira simples de investir na bolsa? A minha resposta está na ponta da língua. “Compre BOVA11”.

O BOVA11 não é uma ação, mas sim um Fundo de Índice (ETF é a sigla em inglês para Exchange Traded Fund), negociado na bolsa de valores de SP, que tem ótima liquidez diária e cujas cotas são negociadas num lote padrão de “10”, ou seja, podemos comprar de 10 em 10 cotas, o que facilita a vida do pequeno investidor.

Este fundo contém em sua carteira de ativos todas as ações que compõem o Índice Bovespa (IBOV), em torno de 58 ações, e na mesma proporção. O objetivo do fundo é replicar o desempenho do IBOV, que é o principal índice da bolsa brasileira. Desta forma, é muito simples operá-lo. E melhor, sem o risco de aplicar em uma única empresa. Não há risco de crédito. Outro fator positivo: a cada quatro meses, o próprio índice se encarrega de reduzir a participação das empresas de pior desempenho, pois o IBOV é rebalanceado quadrimestralmente. Daniel Khaneman, Prêmio Nobel de Economia em 2002 e um dos expoentes internacionais em psicologia comportamental, em recente palestra no Brasil, afirmou categoricamente que a maneira mais eficiente e sábia do pequeno investidor aplicar no mercado de ações é via ETF.

O processo de compra é igual ao de uma ação. Basta inserir o código BOVA11 no Home Broker e comprar lotes múltiplos de 10. Sugiro compras mensais. Não tente adivinhar “fundos” no intuito de comprar mais barato. Se essa tarefa é muito complicada para os profissionais, imagine para os amadores. Faça um preço médio. E nunca aplique tudo de uma vez.

Após alta de 60%, o ativo não estaria caro? Decididamente, não é possível ter certeza sobre isso, mas acredito fortemente que estamos apenas no começo de um longo ciclo de alta para o IBOV e que uma alta ainda mais expressiva irá acontecer nos próximos anos. Posto isto, fica claro que aplicar no BOVA11 é uma maneira simples, fácil e segura de aplicar seu dinheiro na bolsa de valores. Se você não tem tempo, paciência e não pretende se dedicar ao mercado de ações, esta é melhor maneira de garantir seu futuro. Basta abrir uma conta numa corretora e ter noções básicas de compra e venda de ativos, o que sempre é muito simples. Cerca de 700 reais já são suficientes para aplicar. Contudo, como para cada compra existirá uma taxa de corretagem, opte por compras periódicas, mensais ou trimestrais, reduzindo os custos das operações. E o mais importante: vise o longo prazo. Estou falando em aplicações para além de 5 anos. E lembre-se, aplique somente o dinheiro que tenha esse objetivo. Para o curto prazo existem outras modalidades de investimentos.

Obs:

*Algumas cotações estão desatualizadas, por exemplo, a cotação atual do BOVA11 é de 72 reais, mas optei por replicar o artigo como foi originalmente escrito.

*Para finalizar, um complemento fora do artigo: as correções no IBOV, como a atual, são ótimas oportunidades de aumentar sua posição neste ativo.

Abraço, MJR.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Um pouco de renda fixa



Hoje tem decisão do Copom. O consenso do mercado é para um corte de 75 pontos-base. Assim, a taxa básica de juros passaria para 7.5% ao ano. Uma das mais baixas da história. Alguns analistas acreditam que teremos pelo menos mais dois cortes nos juros nas próximas reuniões, em dezembro de 2017 e janeiro de 2018, com cortes de 50 e 25 pontos-base, respectivamente. Caso essa premissa se confirme, começaremos o ano, lógico, depois do carnaval, no menor patamar de taxa de juros da história, em 6.75% ao ano.

Problemas:

1.       A inflação começou a mostrar alguma reação nos últimos dois meses.

2.       Os graves problemas fiscais no Brasil estão longe de estarem solucionados. O gigantesco déficit fiscal continua firme e forte. E pior, as reformas seguem paradas no congresso, especialmente a da Previdência. O governo federal promete retomar a reforma da previdência depois de “encerrar” a denúncia contra o presidente no congresso. Será que ainda há tempo hábil para aprovar uma reforma da previdência, mesmo que desidratada?

3.       Ano que vem teremos eleições presidenciais e a palavra-chave do momento é incerteza. Seguiremos no caminho correto ou voltaremos à nova matriz econômica que colocou o país nessa crise? Entretanto, gostaria de comentar que o processo eleitoral de 2018 nem começou para o Senhor Mercado. Esqueça as fagulhas atuais. O que temos até agora é muito irrelevante e nada palpável. Acredito que o mercado começará a precificar o processo eleitoral apenas a partir de março de 2018. Prepare-se para a volatilidade.

Posto isto, o que fazer com os títulos do Tesouro Direto.

1.       Não vejo mais atratividade nos títulos prefixados: alto risco e ganhos limitados. Quem ganhou, ganhou. Pronto. Eu, particularmente, já zerei minha posição nos últimos meses, e com ganhos expressivos (títulos comprados em 2015 e 2016).

2.       Tesouro Inflação: continue investindo nos títulos de longo prazo: 2035. Apesar de mais arriscados, eles ainda têm fôlego para valorização no curto prazo. E mais, eles garantem um ganho real de 5%, acima da inflação. Para os títulos mais curtos, 2019 e 2024, sugiro zerar posição.

3.       Tesouro Selic. Do meu ponto de vista é a melhor opção para o curto prazo: próximos 12 meses. Em momentos de incerteza e aumento de volatilidade, o melhor é ficar protegido e reduzir o risco.

Sempre é bom lembrar, que fatores externos ao Brasil podem mexer com o fluxo de investimentos aqui. Assim, fique atento aos próximos passos do FED e do Banco Central Europeu. Um aumento de juros por lá poderá diminuir a liquidez global e, por conseguinte, reduzir o fluxo de dinheiro para os países emergentes.


Abraço. MJR


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

IBOV – Perspectivas de curto prazo



Antes de tudo, uma satisfação aos leitores do blog. A minha ausência nos últimos dias está intimamente relacionada a um problema de saúde em família. Atuei no mercado neste período, mas escrever nestas situações, bem ou mal, requer uma mente em paz. Ainda bem que o pior já passou e, graças a Deus e aos médicos, com final feliz.

Curiosamente, no último post comentei que um analista “recomendou férias” após o IBOV romper o topo histórico. E acho que ele tinha razão. Neste ínterim, o IBOV pouco andou: tentou uma realização, logo em seguida subiu forte no dia 03/10 e depois voltou a ficar morno. Assim, para onde o IBOV irá no curto prazo, haja vista que para o longo prazo, continuo muito otimista – o céu é o limite!

No momento em que escrevo o IBOV fechou em pouco menos de 77 mil pontos. Como sempre no mercado, temos três cenários para as próximas semanas: alta, baixa ou estabilidade.

1 – O mais provável: continuar renovando novas máximas. Bull Market é Bull Market. O mercado é soberano, e não se discute! Alvos esperados: 79 mil e depois 82 mil pontos (por Fibonacci). Por que acredito que essa é a hipótese mais provável? Nos últimos meses o IBOV se descolou um pouco do cenário político (que continua caótico) e mira fortemente na melhora dos fundamentos da economia brasileira: juros em forte queda, inflação controlada e retomada da atividade econômica. Outro ponto fundamental: com a queda dos juros básicos, a renda fixa no Brasil está perdendo a atratividade e vários fundos estão migrando para o mercado de ações (é muita grana desembarcando na bolsa brasileira).

2 = Uma correção: se há um mês o mercado estava esticado na alta, atualmente não está mais. Porém, ainda há mais espaço para um recuo mais agudo no IBOV, sem alterar a tendência de alta (os suportes foram comentados no post anterior). Em minha opinião este fato somente ocorrerá se as bolsas americanas começarem um recuo mais agudo. Caso contrário, a alta lá influenciará positivamente a bolsa aqui.

3 = A estabilidade: essa me parece uma possibilidade mais remota. A baixa volatilidade das últimas semanas tem dias contados.

Posto isso, o que fazer? Continue comprado na bolsa brasileira. Monte um bom portfólio e aumente sua posição nas quedas – oportunidades. Para uma eventual queda mais aguda, compre “seguros” no mercado futuro (venda de minicontratos - hedge parcial de carteira) ou mercado de opções (compra de PUTs).

Abraço.


MJR


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

BULL MARKET do IBOV – Próximos alvos e suportes



Na última segunda, 11/09, o IBOV rompeu o topo histórico em 73.920.  O recorde anterior foi atingido em maio de 2008, há quase uma década. No momento em que escrevo o índice está na casa dos 75 mil pontos.

Este patamar superado é mais um atrativo histórico do que uma marca real. O IBOV se acrescido da inflação do período ou corrigido pelo dólar deveria estar cotado a mais de 110 mil pontos, sem contar o custo de oportunidade deste longo período.

Quando um ativo supera seu topo histórico não existem alvos futuros bem definidos, pois não temos referências fidedignas no passado. Desta forma, ele poderá subir mais 10%, mais 100% ou muito mais nos próximos meses ou anos. Portanto, a continuar o Bull Market atual, o IBOV poderá ir muito mais longe do que imaginamos.

Num post que publiquei em maio deste ano, comentei sobre o EWZ, uma ETF negociada em NYC, que está cotado a menos da metade que valia em 2008. Por essa correlação, o IBOV poderá andar no mínimo mais 100%: 150 mil pontos. Mas como eu disse tudo é muito especulativo. E até lá muita água vai rolar.

Dados econômicos recentes sugerem que o PIB do Brasil em 2018 poderá atingir 3%. Se isso de fato ocorrer o IBOV continuará subindo. A reforma da previdência poderia ser outro combustível extra, mas por enquanto, diante do cenário político atual, parece que ela ficou para depois, infelizmente. Fique atento: se o governo conseguir aprovar “alguma” reforma da previdência em 2017, isso ainda não está precificado pelo mercado e poderá impulsionar o IBOV.

Por outro lado, o IBOV está muito esticado no curto prazo. Estamos na oitava semana seguida de alta, e se contarmos as últimas doze, subimos em 10 delas, uma valorização de 25% desde o último fundo em 60 mil pontos. Assim, uma correção irá acontecer a qualquer momento.

Sempre é bom lembrar que o IBOV é muito resiliente nas suas tendências, ou seja, quando está em alta é muito resistente em mudar sua rota, e quando está em baixa a mesma coisa. Porém, o histórico do índice mostra que uma correção virá, mais cedo ou mais tarde. Faz parte do mundo de renda variável. E quais são os suportes imediatos para o IBOV (veja os gráficos a seguir, diário e semanal, respectivamente). São eles:
74.000 = topo histórico rompido.
71.000 = média móvel de 21 períodos no gráfico diário.
68.000 = fortíssimo suporte (união de vários dados gráficos).




Termino este texto com uma mensagem no mínimo curiosa, retirada de um texto que li recentemente. O analista escreveu: “chegou a hora de tirar férias da bolsa de valores e retornar daqui a alguns meses”. Será? Reflita sobre isso. Uma coisa é certa, não entregue seu lucro para o mercado. Lucro de 25% em apenas três meses é muita coisa. Assim, realize seus lucros parcialmente, faça hedge parcial, compre seguros, etc. Só não fique parado!

MJR


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Topo histórico – Aqui estamos!



No momento em que escrevo o IBOV está cotado a 500 pontos de romper o topo histórico. Comecei no mercado financeiro em 2008 e o topo ocorreu justamente no meu primeiro ano. Lá se vai quase uma década.

O rompimento é uma questão de tempo: pode ser hoje, na próxima semana, no próximo mês ou no próximo ano, mas ele ocorrerá.

A situação econômica do país é infinitamente melhor em 2017 do que em 2014 (início da crise). Veja alguns dados recentes:

·         IPCA em 2017: 1,64% (o menor desde 1994).
·         A Taxa Selic deverá ser reduzida para 8,25% no dia de hoje (e vai cair mais até o fim do ano).
·         O PIB cresceu por dois trimestres seguidos: saímos da recessão!
·         O desempregou recuou em 2017 segundo últimos dados da PNAD.
·         Produção e vendas de carros aumentaram.
·         Setor de construção civil começa a estancar a “sangria”.
·         A “bolsa empresário” foi barrada com a aprovação da TLP no congresso nacional. Agora os juros do BNDES não terão os subsídios de outrora. Era uma vergonha: vide grupo JBS.
·         Reforma trabalhista aprovada.
·         Privatização em pauta.
·         Falta ainda a reforma da previdência, mas que pode ser retomada em breve, mesmo que mais branda.
·         Além de outros bons dados da economia. Nem a baderna política em BSB atrapalhará a retomada do crescimento.

Posto isto, fica claro que estamos recomeçando um novo ciclo de prosperidade econômica no Brasil. A crise fez com que as empresas melhorassem a eficiência. Com a retomada do crescimento todos os segmentos da sociedade ganharão: empresas (maior faturamento), acionistas (lucros), Estado (impostos) e a população (criação de novos empregos e melhores salários).


O IBOV subirá muito mais nos próximos anos. Essa é a maior probabilidade. Neste Bull Market somente uma catástrofe poderia mudar este rumo. E essa catástrofe tem nome: a eleição de um político que pregue o retorno da “nova matriz econômica”. Uma hipótese remota. Por último, sempre é bom lembrar que mesmo nos mercados em forte alta, correções agudas ocorrem. E desta forma não deixe de proteger seus ganhos. Existem maneiras fáceis para tal finalidade. Basta um pouco de dedicação.

MJR


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Após seis longos anos o IBOV supera a casa dos 70 mil pontos



A princípio não acreditava que o Índice Bovespa superararia a resistência em 69 / 70 mil pontos antes de uma correção, como escrevi no post anterior. Contudo, impulsionado pelo anúncio inesperado da privatização da Eletrobrás, o IBOV atropelou a resistência na última terça-feira e hoje oscila por volta dos 71 mil pontos. Um rompimento inequívoco e que ratifica nosso BULL MARKET.

Também fomos ajudados por uma semana tranquila nos mercados americanos e pela forte valorização do minério de ferro. Ainda temos fôlego para subir mais, entretanto um recuo agora seria muito bem-vindo, pois ganharíamos mais força para vencer a barreira do topo histórico em 73/74 mil pontos. A correção pode ocorrer a qualquer momento ou pode até demorar um pouco mais, mas uma coisa é certa, ela virá. Isso é inexorável. Vários ativos estão extremamente esticados e sobrecomprados no curto prazo.

Posto isto, fica claro que o viés de longo prazo continua extremamente positivo para o mercado brasileiro de ações. Porém, no curto prazo turbulências podem ocorrer, mas que não mudarão o rumo da IBOV. Os períodos de correção são ótimas oportunidades para você aumentar as posições vencedoras.

Quando romperemos o topo histórico? Não tenho a menor ideia, mas uma coisa é certa, vamos rompê-lo. É uma questão de tempo. E o mais importante de tudo: depois de romper o topo máximo, o céu é o limite para o IBOV.


Bons investimentos.

MJR



terça-feira, 15 de agosto de 2017

Atenção: o IBOV poderá corrigir em breve. E talvez de maneira aguda.



Caro leitor, quem me acompanha no blog, sabe do meu profundo otimismo com o IBOV para o longo prazo. Nos últimos três anos, venho escrevendo repetidamente que estamos num novo ciclo de alta de longo prazo e que pode perdurar por alguns anos. Contudo, mesmo num BULL MARKET, correções agudas ocorrem, como aquelas que aconteceram no final do ano passado e no meio deste ano. Faz parte do jogo.

Apesar da forte tendência de alta atual no gráfico diário, alguns indicadores técnicos e outros dados me incomodam, e que podem decretar a reversão momentânea desta tendência. No momento que escrevo o IBOV está cotado em 68.700 pontos. Ainda há espaço para atingir os 70 mil pontos ou mais, mas a meu ver, dificilmente superaremos esta forte barreira antes de uma correção. Os motivos? Veja:

1 = A barreira dos 69 /70 mil pontos é muito forte. Já derrubou o mercado várias vezes. É preciso muita convicção dos “comprados” para superar essa barreira. Não será fácil.

2 = Desde o fundo no Pós-Joesley, o IBOV subiu 13%, e sem uma correção significativa.

3 = Um indicador técnico, chamado MACD, mostra clara divergência, o que sugere uma correção.

4 = Várias ações importantes do IBOV estão extremamente esticadas na alta. Nada sobe eternamente.

5 = Houve crescimento significativo do número de contratos futuros do IBOV nas últimas semanas. Houve também a queda do otimismo dos investidores estrangeiros neste mercado: queda na posição comprada. Estes fatores usualmente precedem a queda do mercado. Veja gráfico abaixo.



6 = As bolsas americanas estão sinalizando uma correção à frente. E que pode ser de grande magnitude. Provavelmente não sairíamos ilesos.

7 = As reformas fiscais não avançam no congresso. O rombo do governo continua em alta. Assim, o mercado vai cobrar a conta do governo. Como? Bolsa em queda, Dólar e Juros DI em alta.

Uma coisa importante: não estou pregando “operar vendido”. Estou apenas alertando para uma possível correção. Sugiro continuar “comprado”, mas protegido. Listo algumas opções:

1 = Nas ações em que você ganhou muito nos últimos meses, o mais interessante é realizar parcialmente os lucros (venda de 50% da posição, por exemplo) e faça caixa: coloque em DI ou Tesouro Selic. Assim, se o mercado continuar subindo você continuará ganhando, mas se ele cair você protegerá parte dos lucros. Mais cedo ou mais tarde, o mercado corrigirá e será a hora de recomprar suas ações um pouco mais barato.

2 = Mantenha parte de seu portfólio em ativos seguros, como o dólar americano: Talvez 10% do capital seja suficiente.

3 = Proteção com derivativos. Aqui está a melhor ferramenta de proteção. Mas lamentavelmente exige um pouco mais de dedicação do pequeno investidor. O IBOV futuro e o mercado de opções têm justamente o propósito de proteger sua carteira de ações: uma espécie de seguro de seu portfólio.

Se você tem pouco domínio sobre o mercado de derivativos, sugiro a leitura do meu último livro: Como proteger sua carteira de investimentos. Lá você encontrará um guia simples e fácil.

Espero que tenha ficado claro. Continuo muito otimista para o longo prazo, mas turbulências de curto prazo parecem próximas. Prepare-se. Mas lembre-se, no mercado financeiro não existem certezas e, sim, probabilidades.


  

domingo, 30 de julho de 2017

IBOV – Rumo ao Topo




No final do mês de junho escrevi no blog que previa um movimento de alta para o IBOV em julho, o que de fato ocorreu. Até aqui, 30 de julho, mais de 4% de alta.

Melhor, os gráficos diário e semanal estão alinhados e o mercado deverá buscar o topo do ano em 69 mil pontos nas próximas semanas, talvez ainda em agosto.

Mais uma vez, digo que não será uma trajetória linear e tensões ocorrerão no caminho. Só ficaria desanimado se o mercado perdesse os 64 mil pontos. Outro ponto: o último fundo importante encontra-se distante, em 62 mil pontos. Estamos longe disso e, portanto, seguimos em boa tendência de alta.

É verdade que o cenário político deverá ser agitado, mas somente outra “bomba política” poderia abalar o IBOV. Eu, particularmente, “opero” bolsa e não política. Assim, prefiro confiar nos dados gráficos.

Do ponto de vista de fundamentos de macroeconomia, alguns aspectos são muito relevantes no momento, veja:

1.      A inflação está controlada e abaixo da meta.
2.      O dólar está “comportado”.
3.      Assim, a taxa Selic deverá ceder ainda mais neste ano, atualmente em 9,25% ao ano.
4.      Selic em queda, ações em alta. Uma característica incontestável e histórica do mercado de capitais.
5.      Menos juros >> menor as dívidas das empresas >> maior crédito e maior expansão das empresas >> mais lucros. Simples.
6.      Os bons resultados das empresas de capital aberto no segundo trimestre que estão sendo divulgados devem impulsionar o IBOV.

Um único aspecto que pode dificultar a trajetória de alta do IBOV é uma eventual correção aguda dos índices americanos, o que a meu ver poderá ocorrer em breve.


Aguardemos. Bons investimentos.


sábado, 15 de julho de 2017

Atualização do IBOV e comentários sobre a semana



Há 15 dias comentei que o IBOV começava a reagir no gráfico semanal. Na semana seguinte o IBOV ficou de lado, mas conseguiu superar a máxima da semana prévia, o que gerou compra. Bingo! Nesta última semana o IBOV subiu 5%, fechando acima dos 65 mil pontos.

Apesar do estado sobrecomprado no gráfico de diário (e uma correção deverá ocorrer em breve), os próximos alvos são: 66 mil pontos e o topo do ano em 69 mil pontos. Dependendo do fluxo financeiro poderemos superar este patamar e buscar o topo histórico. Suporte imediato em 64 mil pontos.

Não espere por um movimento linear de alta. Tenha paciência. Os objetivos são buscados de forma lenta, por vezes, em ondas rápidas como a desta semana. Mas essa não é a regra.

A semana:

A aprovação da reforma trabalhista foi uma grande conquista para a sociedade brasileira. Apesar das críticas dos movimentos sindicais, em minha opinião foi um grande avanço, uma bela modernização nas leis, e melhor, os principais direitos trabalhistas foram mantidos. Leia com cuidado a íntegra da reforma e tire suas próprias conclusões. Você verá que a reforma ajudará no retorno dos empregos. Bom para os 14 milhões de desempregados!

Outro ponto marcante da semana foi a esperada condenação do ex-presidente Lula. Se antes eu achava que ele tinha pouca chance nas próximas eleições presidenciais, agora acho que ele foi enterrado politicamente. Mesmo condenado apenas em primeira instância, assim apto a candidatar-se, ao meu ver, a chance dele ganhar a eleição presidencial foi reduzida a pó.

A semana também foi marcada pelo avanço da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Apesar do relatório desfavorável, o Governo ganhou com folga na votação da comissão, após uma manobra política de troca de membros. Agora a votação seguirá para o plenário e ocorrerá no começo de agosto. Temer precisa de apenas 142 votos para barrar a denúncia.

Temer ou Maia? Por enquanto para o mercado tanto faz. Ao que parece, os dois estão comprometidos em manter a política econômica. Assim, o mercado continuará em alta.

Particularmente, mesmo diante das graves denúncias contra Temer, prefiro que ele continue. O que ele fez para o país em apenas 15 meses foi muito mais que os seis anos e meio da Dilma, aliás, ele corrigiu os erros infantis na condução da política econômica e recolocou o país nos trilhos. Basta ver os dados econômicos atuais: inflação controlada, juros em queda, dólar estável e atividade econômica começando a reagir (a recessão está ficando para trás). O emprego voltará em breve.

Meu único receio é a queda da equipe econômica. Isso sim poderia levar o Brasil ao caos. Porém, felizmente, por enquanto é uma hipótese improvável. Tomara que eu esteja certo.

MJR


sexta-feira, 30 de junho de 2017

Atualização IBOV – 30.06.2017



Após várias semanas em queda, o IBOV reagiu no gráfico semanal e fechou com alta de quase 3%, por volta dos 63 mil pontos. Melhor, não perdeu a mínima da semana anterior e superou a máxima. Bom sinal para o curto prazo.

Apesar da movimentação positiva, a alta foi com baixo volume financeiro, o que tira o brilho deste movimento. Mas, mesmo assim, melhor que mais quedas.

Se na próxima segunda-feira superarmos a máxima desta semana, os objetivos de curto prazo são a média móvel de 21 períodos e o último topo do diário, ambos em cerca de 64.400 pontos.

É muito provável que busquemos este patamar na semana que vem, especialmente se a reforma trabalhista for aprovada na próxima terça, dia 4/7.

Apenas acima do patamar de 64.400 pontos é que teríamos um movimento altista mais consistente.

Acredito que tenhamos um mês de julho mais positivo, haja vista que o cenário político deverá ficar mais calmo em período de férias (a conferir).

Contudo, devemos ficar atentos a dois fatos importantes:

1.      Uma correção mais forte no mercado americano (e ela está próxima, a meu ver) poderá afetar o mercado tupiniquim.

2.      E, claro, se surgirem fatos novos em Brasília.  

Bom mês de julho para todos. Na próxima coluna farei uma abordagem de médio prazo.

MJR


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Os generosos rendimentos de alguns títulos privados e o “aval” do Fundo Garantidor de Créditos



Recentemente li um artigo muito interessante, onde a analista responsável, Marília Fontes, chama a atenção para um suposto “Conto do FGC”. Aproveito a oportunidade para esclarecer alguns detalhes importantes sobre o tema com meus leitores. Vamos lá:

Criado em 1995, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) constitui-se numa associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado do Brasil, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, permitindo recuperar parte ou a totalidade dos depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, no caso de falência ou de liquidação da mesma, desde que, o FGC tenha recursos suficientes para tal, isto é, a garantia é limitada aos recursos disponíveis no fundo. Os investidores detentores de depósitos à vista em conta corrente, depósitos em poupança e aplicações em títulos privados, como CDBs, LCs (Letras de Câmbio), LCIs, LCAs e letras hipotecárias, possuem uma proteção limitada em caso de “quebra” do banco.

As instituições financeiras devem se associar ao fundo e efetuar uma contribuição mensal obrigatória, definida por lei. Até abril de 2013, cada pessoa física ou jurídica tinha garantido um valor máximo de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) em caso de inadimplência da instituição financeira, respeitando-se o saldo bancário de cada um, obviamente. O controle é individualizado por CPF ou CNPJ. Desde maio de 2013, o limite de garantia foi aumentado para R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Além do limite, foi aprovado também o valor a ser pago em caso das contas conjuntas. Na regra anterior, em caso de titularidade conjunta de cônjuges, cada um recebia R$ 70.000,00. A partir de agora, os titulares da conta conjunta receberão o valor global de R$ 250.000,00, dividido pelo número de titulares, semelhante à regra para as contas conjuntas de titulares não cônjuges.

Pequenos bancos e instituições financeiras aproveitam a “garantia extra” do FGC e colocam seus títulos com rendimentos muito acima da média do mercado, por vezes atingindo a cifra de 120% do CDI. Seria muito bom, se não tivéssemos os seguintes problemas:

1.       Usualmente, nestes investimentos, exige-se um longo tempo de carência para o resgate do valor aplicado, por vezes acima de 48 meses, o que limita drasticamente a liquidez do dinheiro.

2.     Apesar da garantia do FGC e da solidez do sistema bancário nacional, numa eventual crise sistêmica dos bancos brasileiros (e isso já ocorreu algumas vezes no Brasil), o montante aportado no FGC poderá ser insuficiente para cobrir todos os bancos inadimplentes. Estima-se que pouco mais de 3% dos investimentos possam ser honrados.

3.       Mesmo que o FGC tenha o dinheiro disponível, você poderá ter alguns incômodos burocráticos até receber o dinheiro de volta, o que, mais uma vez, limita a liquidez do seu investimento.

Portanto, apesar dos retornos admiráveis, abra os olhos em relação aos títulos ofertados pelos pequenos bancos e tome muito cuidado ao aplicar seu dinheiro. O que parece bom no dia de hoje pode ser uma bela dor de cabeça no futuro. Recomendo as seguintes precauções:

1.     Procure obter informações confiáveis para separar o joio do trigo: no mercado brasileiro existem ótimos bancos de pequeno e médio porte, e outros ruins, beirando a falência.

2.      Nunca aplique seu dinheiro numa instituição só. Diversifique.

3.      Mantenha a liquidez de parte de suas reservas. Sempre!

4.      Evite carências longas.

5.     E por último, um ponto muito importante: calcule o valor aplicado e os juros futuros, sendo que o montante futuro (valor estimado) nunca deverá exceder os 250 mil reais.


Bons investimentos!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A indecisão (momentânea) do IBOV. Até quando?

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Desde o fatídico dia 17 de junho, a “quinta-feira negra” de maio, o IBOV entrou em stand-by, numa baixíssima volatilidade e com volume financeiro muito abaixo da média. Uma chatice!

Daí, alguém me pergunta: a baixa volatilidade significa menor risco para o mercado de ações? Definitivamente não. Na maioria das vezes, os momentos calmos são seguidos de extrema volatilidade e por movimentos bruscos. Prepare-se!

Por que o mercado financeiro está indeciso? Do ponto de vista político é óbvio: todos aguardando as peripécias (ou barbáries) de Brasília. Por outro lado, resumidamente, no mercado financeiro, a situação é essa: 

·         Vínhamos numa forte tendência de alta. Romperíamos o topo do ano em 69 mil em breve e caminharíamos rumo ao topo histórico (73.900).

·         A quinta negra quebrou esse consenso. Foi um banho de sangue. Vários fundos de investimentos locais precisaram zerar posições. Caos total.

·         Enquanto isso os estrangeiros aproveitaram o pânico para comprar mais.

·         Resultado: enquanto investidores locais estão vendidos, os estrangeiros estão comprados (saldo positivo de 2 bilhões em maio). Assim, se permanecer esse equilíbrio, a bolsa ficará parada, nem subirá, nem desabará, e oscilará entre 62 e 64 mil pontos.

Graficamente, a situação é a seguinte: temos dois caminhos totalmente opostos:



·         Se o IBOV perder os 62 mil pontos, caminharemos para os 60 mil e depois para os 57 mil pontos (este último, um fortíssimo suporte; dificilmente o perderemos).

·         Se rompermos os 64.500, o IBOV buscará os 66 mil e talvez os 69 mil pontos.

·         Caminhos paradoxos, não? Hoje, dia 7 de junho, para mim, o movimento mais provável é o primeiro: teremos mais quedas. Mas nem sempre ocorrerá o que é mais provável. No mercado nada é tão fácil assim.

O que fazer? Primeiro, é preciso manter a calma nestes momentos. Nada de movimentos acéfalos. O mais importante é guardar na memória os pontos de inflexão citados acima. Se você é um investidor de curto prazo, siga o fluxo. Agora, se você é um investidor de longo prazo, faça como os estrangeiros: caiu, comprou. Se você não quiser arriscar, use algum mecanismo de proteção parcial (hedge) até a poeira abaixar: dólar, ações de empresas exportadoras, derivativos, etc.

O resultado do julgamento do TSE pode ser o gatilho para a volta da volatilidade e, talvez, de uma tendência definida para o curto prazo.

MJR