sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Semana agitada na Bovespa


Começamos a semana num verdadeiro caos. Pessimismo global com o gigante asiático (China). A manhã de segunda foi um banho de sangue. Mas já no período vespertino ocorreu uma boa recuperação.

Na terça o dia foi invertido. Começamos em alta e devolvemos grande parte dos ganhos à tarde.

Na quarta e quinta tivemos uma forte alta na Bovespa e com ótimo volume. Mais de 7% de alta. Já em relação ao fundo da segunda, a alta foi de 12%.  

Hoje, sexta, temos um dia de correção no IBOV, mas com baixo volume. Realização de lucros e muitos investidores não querem ficar posicionados no final de semana (volatilidade). As bolsas internacionais fecharam perto da estabilidade.

O que esperar para os próximos dias?

Esqueçamos os fundamentos. Pelos gráficos o IBOV pode ter feito na última segunda um fundo importante de longo prazo (por volta de 44 mil pontos), junto da mínima de 2013. Veja o gráfico mensal:



A maciça entrada de força compradora é a maior prova disso (muito volume financeiro). Veja o gráfico semanal abaixo. Observe o candle da semana: apesar da pequena sombra superior (queda de hoje), ele tem forte conotação altista!



Curiosidade: veja abaixo o gráfico semanal do Dow Jones. Candle de forte conotação altista com grande volume financeiro e em cima de suportes.

   

Contudo, a volatilidade está muito alta e nada impede que o mercado vire a mão de novo. Para baixo é claro. E volte a testar os 44 mil pontos.

Desde ontem o IBOV testa a média móvel de 21 períodos. Numa tendência de baixa, como a atual, o habitual é o mercado cair. Todavia o repique foi muito forte e um eventual rompimento da média na próxima semana poderá trazer nova força compradora. As próximas resistências do IBOV se encontram entre 50 e 51 mil pontos.

Notícias positivas ou negativas (internas ou externas) poderão ser o gatilho do movimento de alta ou baixa, respectivamente.

O que fazer no curto prazo?

Recomendo bastante cautela. Aguardar os próximos movimentos é o mais prudente. Não queira prever o movimento do mercado. Bom final de semana!

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Bovespa ladeira abaixo??



E agora Marcelo. Bovespa a 44 mil pontos! Rumo aos 29 mil pontos ou já chegamos ao fundo do poço? Sinceramente, gostaria de ter esta resposta. Mas não tenho. Talvez ninguém saiba. Nos últimos dias ouvi de tudo: Bovespa a 36 mil pontos (cerca de 10 mil dólares), 29 mil pontos (fundo de 2008), dentre outros palpites. Confesso que não cheguei à conclusão alguma. Infelizmente. Mas veja algumas ponderações que fiz e reflita sobre os pontos positivos e negativos:

1 = A crise econômica (e política) no Brasil está no clímax, sem perspectiva de melhora. Ponto negativo para o IBOV.
2 = A incerteza sobre a economia chinesa está no auge. Ponto negativo.
3 = Commodities em forte baixa. Ponto negativo
4 = Aumento dos impostos para os bancos. Ponto negativo.
5 – As bolsas lá fora tiveram altas expressivas nos últimos anos e “precisam” corrigir (o que já está acontecendo de forma mais aguda). Somos muito dependentes de investidores estrangeiros. Ponto negativo.
6 = Os juros americanos vão subir em breve. Ponto negativo.
7 = Os lucros das empresas brasileiras listadas em bolsa minguaram. Ponto negativo.

Será que existem pontos positivos para o IBOV?

1 = O dólar nas alturas. Ponto Positivo. Como? A bolsa brasileira ficou ainda mais barata para os estrangeiros: hoje em 12.300 dólares. Um patamar menor do que o da crise de 2008.
2 = Ações de várias empresas ficaram com preços irrisórios quando comparados ao valor patrimonial da empresa e ao potencial de lucros no pós-crise.
3 = O Brasil, ou melhor, o Mundo não vai parar de consumir minério de ferro, petróleo, cerveja, comida, etc.
4 = As crises por mais demoradas que sejam um dia acabam. A história confirma esta premissa.
5 = O mercado financeiro comumente precifica erradamente as ações em situações de pânico, como a atual. Por que a VALE há poucos dias valia 15 reais e agora vale 12. O preço certo não seria 25, 30 ou 10? Ninguém sabe. Agora tudo é chute: renda “muito” variável.
6 = Quando há fortes exageros nos sentimentos do mercado, como o pessimismo atual, e grande volatilidade nas bolsas, comumente costumam ser indícios de fundos. Será?
7 = Por último, o IBOV está num fortíssimo suporte (44 / 46 mil pontos). 

Posto isto. Onde irá o IBOV no curto prazo? Não sei e o fundo pode ser bem mais baixo... E no longo prazo? No futuro com certeza olharemos para o índice e falaremos: como o IBOV estava barato!

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Bovespa on Sale



Estamos vivendo um tremendo dilema. Bolsa a 46 mil pontos. Em dólar isto equivale a 13.000 (dólar a 3,50). Já é um patamar inferior ao da crise de 2008 (veja no gráfico acima). Por outro lado continuamos no olho do furacão da crise econômica e política. A situação econômica do país está pior a cada dia. Basta acompanhar as fatídicas notícias diárias. A “guerra” declarada entre Cunha e o Governo Federal está apenas no começo e agrava ainda mais a situação, e com certeza deixará sequelas: Impeachment da Presidente? Destituição do Presidente da Câmara dos Deputados? Não sei. O que posso afirmar é que infelizmente estamos no fogo cruzado. E pior. Não temos perspectivas para o médio e longo prazo. Desta forma a tendência é que tudo possa piorar, se nada for feito. Triste realidade!

E a bolsa. O que fazer? No curto prazo, se você não gosta de fortes emoções, fique de fora. A volatilidade deve piorar. Estamos numa zona de fortíssimo suporte (entre 44 e 46 mil pontos). Se perder este patamar a situação poderá ficar muito pior... Contudo, muitas ações na Bovespa estão a preço de banana. Aliás, os preços na feira estão mais caros. Veja alguns exemplos (em dólares): Petrobrás a 2,40; Vale 3,90; Usiminas 0,90; Gerdau 1,50; Banco do Brasil 5,30; Itaú 7,42; Marcopolo 0,57; dentre outras. Estas empresas foram penalizadas por vários motivos: commodities em baixa, perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos, crise na Grécia, confusões na China, briga entre acionistas majoritários, intervenções do Governo Federal, crise no setor de atuação e má administração, não necessariamente nesta ordem. Os motivos por vezes são múltiplos. Não estou avaliando estas ações individualmente, e muito menos indicando a compra. É apenas uma constatação. Alguns exemplos.


Desta forma, fica claro que se você está pensando no longo prazo (mais de 5, 10 anos) creio que chegou a hora de começar as compras (ou aumentar a posição). Sempre com muita parcimônia, pois o fundo da Bovespa pode ser mais embaixo. E não esqueça: faça uma boa seleção de ativos. Não compre só porque está barato. Avalie ação por ação. Busque ajuda especializada. Diversifique. E, nunca, nunca se esqueça: aplique somente o dinheiro que você não vai precisar no curto prazo. Sempre!

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Bonificação em ações e o Imposto de Renda. Como fica?




Recentemente, julho de 2015, o Banco Itaú (ITUB4) fez uma bonificação de ações aos seus acionistas em 10%. Como isto altera o imposto de renda (IR) do investidor. Veja:

A bonificação em ações, para quem não sabe, é uma distribuição “gratuita” de ações aos acionistas da empresa, proporcional ao número de ações de cada acionista. Exemplo real: o Itaú emitiu 10% em novas ações e distribuiu de maneira proporcional aos seus acionistas. Assim, quem tinha 1.000 ações passou a ter 1.100 ações. O dinheiro para este aumento de capital foi oriundo do caixa da empresa e não do bolso do investidor. Em outras palavras, o dinheiro para “aquisição” das novas ações veio das reservas financeiras do banco e incorporadas ao capital social da empresa. Em geral, você receberá via correio o comunicado da empresa explicando a bonificação e informando o custo de aquisição (valor de cada nova ação), que será útil nos cálculos do IR. Veja abaixo o comunicado abaixo do Itaú:





Em relação ao valor total da sua carteira nada muda, pois após a bonificação o valor da ação cairá proporcionalmente à bonificação (semelhante ao efeito ex-dividendos). Contudo, para o IR teremos duas implicações.

A primeira é no cálculo do preço médio pago pelas ações. Se você tinha 1.000 ações compradas a R$ 35,47 cada, e recebeu 100 novas ações em bonificação a 18,35 cada, qual será o novo preço médio? Basta fazer o seguinte cálculo: (1.000*35,47)+(100*18,35)/1.100 = R$ 33,91 por ação adquirida. Perceba que apesar de você não ter pago pela novas ações bonificadas, o preço médio pago pelo banco deverá entrar no cálculo, aumentando assim o preço médio de aquisição. Portanto, é um benefício fiscal, e legal! Se você não acrescentasse o valor da bonificação, o seu preço médio seria de apenas R$ 32,25 = (1.000*35,47)+(100*0,0)/1.100. Desta forma, como o nosso preço médio ficou maior e numa eventual venda, o ganho líquido auferido será menor e, por conseguinte, o IR devido também. Certo?

A segunda mudança é que devemos declarar esta bonificação no ajuste anual. Siga os passos. No formulário de ajuste anual, clique em rendimentos isentos e não tributáveis. Depois selecione a opção 14: incorporação de reservas ao capital / bonificação de ações. À direita desta linha, clique no cifrão amarelo e surgirá uma nova janela: clique em novo. Aparecerá a janela final janela: descreva a fonte pagadora e o valor recebido (aqui coloque apenas o valor final recebido: no exemplo: 100*18,35 = R$ 1.835,00). Pronto. Simples e benéfico ao investidor. Qualquer dúvida estou à disposição e mais detalhes sobre o IR nas aplicações financeiras poderão ser encontrados no meu livro.

MJR