sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Índice Bovespa segue indefinido no curto prazo, mas com viés altista.



Apesar da forte tendência de alta do IBOV desde o final de janeiro de 2016, nos últimos dois meses o índice está “de lado”, oscilando entre 55 e 60 mil pontos – hoje fechou em cerca de 58.700 pontos. Assim, por enquanto, o IBOV não mostrou força para buscar os 62 mil pontos, nem para recuar até os 54 / 55 mil pontos.

A maioria dos analistas e gestores do mercado concorda que o viés é de alta para o último trimestre de 2016, mas muitos discordam se, teremos ou não, uma correção mais aguda antes da retomada da alta. Confesso que ainda não tenho uma opinião formada, mas se fosse para “apostar”, acho que o IBOV fará uma nova pernada de alta em breve, sem grandes recuos.

Para o pequeno investidor de longo prazo, passado o processo de impeachment, esta indefinição de curto prazo tem pouca importância. Chegou a hora de montar uma carteira de longo prazo (ou aumentar a exposição) visando os próximos 5 anos. Se a economia brasileira se recuperar (e ela vai recuperar), a bolsa vai “bombar”. Desta forma, a assimetria é muito interessante. Se o IBOV cair, a queda será pequena, mas se subir, a alta deverá ser intensa (150 mil pontos?). Excelente risco-benefício. Portanto, compre ações aos poucos, mensalmente, aproveitando os momentos de queda, e monte uma bela carteira com bons ativos.

Alvos para o IBOV em 2016: 60, 62 e 68 mil pontos. Na minha opinião, o alvo mínimo é 62 mil pontos. E os suportes? O suporte mais próximo está em 56.500 pontos. Depois, vem o fortíssimo suporte na faixa 54 e 55 mil pontos, que dificilmente será perdido, mas se for, a próxima parada será em 48 mil pontos. Este patamar, se violado, retira o IBOV da tendência de alta no gráfico semanal – situação muito improvável pelo cenário atual.


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.




sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Investimentos no pós-impeachment



Passado o processo de impeachment (se o STF não complicar) quais são os drivers para seus investimentos. Dentre os vários fatores existentes, julgo cinco os mais relevantes, veja:

1 – Juros americanos: a elevação dos juros americanos que ocorrerá em breve, setembro ou dezembro de 2016, poderá frear o ímpeto das bolsas mundiais, incluindo a Bovespa. Pessoalmente, acho que uma pequena elevação dos juros (0,25%) terá pouco efeito por aqui. Mas não dá para ter certeza. Outra consequência imediata é alta do dólar frente às outras divisas, incluindo o real.

2 – Petróleo: atualmente o barril de petróleo (Brent) está cotado a 48 dólares. Muito acima do piso de janeiro em 27 dólares e bem abaixo dos 110 em 2014. Vários acordos internacionais buscam reduzir a produção mundial e com isso promover a alta do petróleo. Se o petróleo superar a forte resistência dos 50 dólares, ele buscará naturalmente os 60 dólares no curto prazo. Petróleo em alta, bolsas em alta. Simples assim!

3 – Correção das bolsas mundiais: o S&P500, o mais importante índice de ações do mundo, e que dita o rumo das outras bolsas mundiais, está junto das máximas históricas. Muitos analistas acreditam que uma forte correção pode está próxima. Se isto realmente acontecer, o índice americano levará o IBOV junto.

4 – Ajuste fiscal: a partir de agora, o governo Temer precisa fazer muito mais. A lua de mel do mercado com o governo acabará em breve. Chega de falácias e de boas intenções. Os investidores e empresários querem propostas efetivas para o controle das contas públicas. Se as reformas não saírem do papel, o Brasil não sai da crise. O Brasil é inviável no longo prazo sem o ajuste fiscal: a dívida do setor público é insustentável. Por outro lado, a aprovação das medidas no congresso fortalecerão os ativos de renda variável. Com isso poderemos ter um grande fluxo de dólares para o país, impulsionando o IBOV e derrubando a cotação da moeda americana. Sempre é bom lembrar que a queda no dólar ajuda no controle da inflação.

5 – Taxa Selic: a última reunião do Copom apontou timidamente que o início de um ciclo de queda na taxa de juros pode está próximo. A inflação já mostra algum grau de enfraquecimento. Contudo, o Banco Central deixou bem claro que o ajuste fiscal precisa ser efetivado para que a queda da Taxa Selic seja sustentável. Outro possível problema: a alta de juros no EUA. Qual seria o impacto sobre a nossa economia? Mesmo assim, acho que a Selic começará a cair ainda neste ano.

Posto isto, onde investir?

1 – Bolsa: aumente sua posição gradualmente visando o longo prazo. O viés é positivo e a combinação dos fatores acima citados deve favorecer o desempenho da bolsa brasileira. Faça aplicações aos poucos, mensais, aproveitando o sobe e desce do mercado, e seja sócio apenas das boas empresas. Compre as ações nos momentos de queda!

2 – Dólar: não vejo muito espaço para uma apreciação significativa da moeda americana. Por outro lado, um grande fluxo de entrada de capital estrangeiro poderá derrubar a cotação do dólar. Sugiro manter comprado apenas uma parte de seu capital com o intuito de proteção (hedge), talvez 10%.

3- Títulos prefixados: venho comentando há muito tempo para a compra de títulos prefixados. Chegou a hora de aumentar ainda mais a posição nestes papéis (LTN 2023) ou naqueles vinculados à inflação com vencimento mais longínquo (NTN-B 2035), haja vista que a taxa Selic provavelmente começará a cair em breve. Assim, mantenha aplicado nos títulos pós-fixados somente aquela quantia destinada ao curto prazo.

MJR