A minha
expectativa de uma pequena correção no começo de julho não foi efetivada.
As ressalvas feitas por mim para a
continuidade na alta do IBOV foram confirmadas: trégua na guerra comercial EUA-China após
o G20 e, principalmente, a aceleração dos trâmites da reforma da previdência no
congresso, que deverá ser votada, e aprovada, em dois turnos antes do recesso
parlamentar. E mais. Em pesquisa recente, subiu o contingente da população que
apoia a reforma, 47%, o que facilita a vida dos deputados.
Daí uma pergunta surge: até onde o IBOV
irá no curto prazo: 107, 110, 115 mil pontos ou mais?
No mercado de
renda variável não existem certezas. Tudo é possível. Previsões equivocadas
são corriqueiras. Todavia, em minha opinião, acho que estamos próximos do fim
da alta no curto prazo. A votação da reforma da previdência na câmara poderá ser
o “start” da correção.
Veja as razões:
1 = O mercado
financeiro sobe no boato e cai no fato. Essa máxima do mercado é recorrente e quase
sempre verdadeira. É a precificação dos ativos
antes dos fatos consumados.
2 = A alta vigente do IBOV que começou em
meados de maio de 2019 já está perto dos 20% – de 89 a 106 mil pontos. Essa
alta é semelhante às escaladas anteriores desde maio de 2017 até aqui. No final
de maio, a minha projeção para o IBOV era de 106 mil pontos, porém no final de
junho eu revisei a expectativa para 103 mil pontos, o que foi um equívoco da minha
parte. Meus novos estudos apoiados em gráficos de longo prazo mostram que
existe uma resistência para o IBOV nos níveis
entre 106.400 e 107.240 pontos (projeções
de Fibonacci desde o fundo de maio de 2017). Veja:
3 = Nenhum ativo
sobe em linha reta, mesmo numa forte tendência de alta. Uma hora o mercado
corrigirá. Poderá ser amanhã, poderá ser na próxima semana ou daqui a 30 dias.
Ninguém sabe. Ninguém saberá. Uma coisa é certa, nos níveis atuais do IBOV, os
compradores perderão o apetite por mais compras: muito risco e pouco upside de curto prazo. E isso freará o ímpeto de curto
prazo.
4 = Uma
realização agora seria natural e muito bem-vinda. Os comprados “necessitam”
realizar os lucros, mesmo que de forma parcial. E quem ainda não participou da
festa “precisa” entrar em níveis menos arriscados.
5 = Então é hora
de vender tudo e sair da bolsa? Decididamente não. Porém, uma pequena realização
parcial ou a compra de alguns seguros (derivativos) seja o mais recomendado para
o momento. E o que não pode ser feito? Em minha opinião, operar na ponta vendedora
é uma atitude inadequada e pouco inteligente. Apostar contra a tendência vigente,
usualmente tem péssimos resultados.
6 = Por último,
num mercado em alta, como o atual, os próximos topos serão mais altos do que os
anteriores, e os fundos também mais altos do que os precedentes. Aliás, é justamente
o recuo do ativo com fundo acima do anterior que confirma a tendência de alta. A
saber: os últimos importantes fundos do IBOV
desde meados de 2018 foram: 69, 74, 83 e 89 mil pontos. Acredito que numa futura
correção o próximo fundo ficará entre 97 e 100 mil pontos.
Não obstante a
tudo isso, é bom ressaltar que até o momento em que finalizo esse texto (10/07 às 15:30),
ainda não existem sinais claros, na periodicidade diária, apontando que a correção
do IBOV já chegou. É apenas uma expectativa baseada em análise dos movimentos recentes.
Posso estar certo ou não. Não há certeza!
E o mais relevante.
O BULL MARKET de longo prazo continua
intacto. Para aqueles avessos às negociações de curto prazo, o momento é de
ficar “quieto”, curtir a alta, saborear os lucros e aguardar um momento melhor para
voltar às compras e aumentar as posições.
Bons investimentos!
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.