quarta-feira, 10 de julho de 2019

Atualização extraordinária do IBOV – Sobe no boato, cai no fato?




A minha expectativa de uma pequena correção no começo de julho não foi efetivada.

As ressalvas feitas por mim para a continuidade na alta do IBOV foram confirmadas: trégua na guerra comercial EUA-China após o G20 e, principalmente, a aceleração dos trâmites da reforma da previdência no congresso, que deverá ser votada, e aprovada, em dois turnos antes do recesso parlamentar. E mais. Em pesquisa recente, subiu o contingente da população que apoia a reforma, 47%, o que facilita a vida dos deputados.

Daí uma pergunta surge: até onde o IBOV irá no curto prazo: 107, 110, 115 mil pontos ou mais?

No mercado de renda variável não existem certezas. Tudo é possível. Previsões equivocadas são corriqueiras. Todavia, em minha opinião, acho que estamos próximos do fim da alta no curto prazo. A votação da reforma da previdência na câmara poderá ser o “start” da correção.

Veja as razões:

1 = O mercado financeiro sobe no boato e cai no fato. Essa máxima do mercado é recorrente e quase sempre verdadeira. É a precificação dos ativos antes dos fatos consumados.

2 = A alta vigente do IBOV que começou em meados de maio de 2019 já está perto dos 20% – de 89 a 106 mil pontos. Essa alta é semelhante às escaladas anteriores desde maio de 2017 até aqui. No final de maio, a minha projeção para o IBOV era de 106 mil pontos, porém no final de junho eu revisei a expectativa para 103 mil pontos, o que foi um equívoco da minha parte. Meus novos estudos apoiados em gráficos de longo prazo mostram que existe uma resistência para o IBOV nos níveis entre 106.400 e 107.240 pontos (projeções de Fibonacci desde o fundo de maio de 2017). Veja:


3 = Nenhum ativo sobe em linha reta, mesmo numa forte tendência de alta. Uma hora o mercado corrigirá. Poderá ser amanhã, poderá ser na próxima semana ou daqui a 30 dias. Ninguém sabe. Ninguém saberá. Uma coisa é certa, nos níveis atuais do IBOV, os compradores perderão o apetite por mais compras: muito risco e pouco upside de curto prazo. E isso freará o ímpeto de curto prazo.

4 = Uma realização agora seria natural e muito bem-vinda. Os comprados “necessitam” realizar os lucros, mesmo que de forma parcial. E quem ainda não participou da festa “precisa” entrar em níveis menos arriscados.

5 = Então é hora de vender tudo e sair da bolsa? Decididamente não. Porém, uma pequena realização parcial ou a compra de alguns seguros (derivativos) seja o mais recomendado para o momento. E o que não pode ser feito? Em minha opinião, operar na ponta vendedora é uma atitude inadequada e pouco inteligente. Apostar contra a tendência vigente, usualmente tem péssimos resultados.

6 = Por último, num mercado em alta, como o atual, os próximos topos serão mais altos do que os anteriores, e os fundos também mais altos do que os precedentes. Aliás, é justamente o recuo do ativo com fundo acima do anterior que confirma a tendência de alta. A saber: os últimos importantes fundos do IBOV desde meados de 2018 foram: 69, 74, 83 e 89 mil pontos. Acredito que numa futura correção o próximo fundo ficará entre 97 e 100 mil pontos.

Não obstante a tudo isso, é bom ressaltar que até o momento em que finalizo esse texto (10/07 às 15:30), ainda não existem sinais claros, na periodicidade diária, apontando que a correção do IBOV já chegou. É apenas uma expectativa baseada em análise dos movimentos recentes. Posso estar certo ou não. Não há certeza!

E o mais relevante. O BULL MARKET de longo prazo continua intacto. Para aqueles avessos às negociações de curto prazo, o momento é de ficar “quieto”, curtir a alta, saborear os lucros e aguardar um momento melhor para voltar às compras e aumentar as posições.

Bons investimentos!

MJR


As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.