segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

IBOV rompe a máxima de 2016, mas...



O índice Bovespa rompeu a máxima de 2016, mas todo cuidado é pouco. No pregão de hoje, 23 de janeiro de 2017, o IBOV fechou em 65.749 pontos, próximo da máxima do dia (veja gráfico diário). Apesar de mostrar força compradora e com um volume financeiro acima da média (setas), o índice está muito esticado e a possibilidade de um rompimento falso não pode ser descartada. Então, o que fazer?

1.      Se você estiver comprado, continue! A alta pode esticar um pouco mais. A próxima forte resistência está em 69 mil pontos (máxima de 2012).
2.     
Se você quiser proteger seus ganhos, venda parcialmente suas ações – realização parcial de lucros. Assim, você realiza lucros e continua aproveitando o rali.
3.     
Se você tiver domínio sobre derivativos, acho que chegou o momento de proteger parte de sua carteira através do mercado futuro (venda de minicontratos) ou comprando puts (opções de venda).
4.     
A única coisa que você não deve fazer, por enquanto, é apostar na venda. Apesar do estado sobrecomprado do IBOV, ainda não sinais gráficos de reversão, o que pode acontecer a qualquer momento nos próximos dias / semanas.

5.   Outro ponto importante: tudo indica que entramos numa forte tendência de alta para o longo prazo (próximos anos).  

Aproveite o
BULL MARKET.

MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

A Taxa Selic e a Bolsa de Valores



Hoje, 11 de janeiro de 2017, tem decisão do Copom, a primeira do ano. Vem mais corte de juros por aí: 50 ou 75 pontos-base; assim a taxa Selic cairá de 13,75% para 13,25% ou 13,0% ao ano. E mais: o viés é de quedas mais acentuadas para 2017. A divulgação do IPCA de 2016 (6,29%) e os sinais claros de desaceleração da inflação corroboram com isso. Mesmo com a queda da taxa básica de juros no dia de hoje, o juro real no Brasil continuará estratosférico: uma herança maldita da nova matriz econômica proposta por Dilma e Guido.

Os juros devem fechar o ano de 2017 abaixo dos 10% ao ano, ou próximo disso. Esta premissa é fortalecida pelo controle inflacionário, pela maior credibilidade do Banco Central e pela forte recessão na economia brasileira. Desta forma, teremos juros bem menores em breve. Uma notícia boa para todos os setores!

E por que a queda de juros é muito importante para a Bolsa? Veja os motivos:

1.     
A redução da taxa Selic diminui os ganhos dos investimentos em renda fixa, o que estimula os investidores a aumentarem suas posições em renda variável. É uma migração natural.
2.     
Em virtude da crise, várias empresas listadas em bolsa estão fortemente endividadas. Assim, se os juros são menores, as dívidas também.
3.     
A queda de juros está intimamente relacionada à maior oferta de crédito para as empresas, o que fortalece a expansão do negócio e os novos investimentos.
4.     
O valor justo das empresas é calculado através de uma “taxa de desconto”, o chamado “fluxo de caixa descontado”, onde o desconto é baseado na taxa básica de juros. Não vou entrar em cálculos desnecessários, mas em resumo, com os juros básicos menores, o valor justo das empresas subirá. É uma questão matemática.
5.     
E o mais importante: a queda de juros estimula a economia como um todo: mais consumo >> maior a demanda >> mais produtividade >> mais lucros e maior preço de mercado das empresas. Simples.

Atualmente o IBOV está cotado em cerca de 12x seus lucros. Um pouco acima da média (11x). Então por este índice, a bolsa está cara? Não, por um simples fato: os lucros das empresas nunca estiveram tão deprimidos, assim o “denominador” (os lucros) foi arrasado nos últimos anos. A partir do momento em que o Brasil voltar a crescer, e estamos próximo disso, o P/L (preço/lucro) da bolsa vai despencar.


Posto isso, fica claro que devemos investir na bolsa, e desde já. O futuro é muito promissor.

Voilà!

MJR


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Onde investir em 2017



Antes de escrever sobre as perspectivas dos investimentos para 2017, gostaria de comentar o desempenho de alguns ativos relacionados por mim para o ano de 2016. Os Fundos DI tiveram o desempenho esperado: nos últimos 12 meses renderam em torno de 14% (taxa CDI). Os títulos prefixados do Tesouro Direto (LTN 2021) tiveram um desempenho extraordinário, 38,69%, os indexados à inflação (NTNB principal 2035) alcançaram 47,81% e o IBOV também disparou: 38,9% em 2016. Estes movimentos eram esperados por mim, talvez não nessa amplitude, pois o cenário político ao final de 2015 ainda era muito incerto. Já o dólar americano despencou 17,69%: um movimento também previsível para o cenário de melhora dos outros ativos – uma correlação inversamente proporcional.  O ouro também recuou 12,32%. Por outro lado, depois de anos consecutivos de perda do poder aquisitivo, a caderneta de poupança conseguiu bater a inflação: rendimento de 8,30% contra uma inflação de 6,4%. Veja na tabela inicial o comparativo entre os ativos no ano de 2016.

Desta forma, quem seguiu as recomendações propostas por mim teve um ganho médio anual muito acima da inflação e da Taxa Selic. Um desempenho notável. E para o ano de 2017, as perspectivas são melhores ou piores? O cenário político-econômico atual é infinitamente melhor do que ao final de 2015. As incertezas políticas reduziram drasticamente. O ajuste fiscal está em andamento. A inflação está em queda e deverá flertar com o centro da meta em 2017 (4,5% ao ano) e os juros básicos (taxa Selic) começaram a ceder e devem despencar em 2017. Aos poucos a confiança de empresários e investidores está retornando. Apesar da economia real ainda estar “parada”, há indícios concretos de melhoras para o ano de 2017. O mercado financeiro já precificou parte desta melhora: basta você analisar a curva de juros futuros em 2016 (de 17% para 11%), o desempenho da bolsa e a queda no dólar. Desta forma, apesar do provável aumento da volatilidade dos ativos, especialmente no primeiro trimestre, acredito que podemos montar desde já uma carteira um pouco mais exposta à renda variável.

Veja as perspectivas para 2017:

Curto Prazo (menos de 6 meses):

Fundos DI: é a melhor opção para investimentos de curto prazo, garantindo a liquidez imediata do dinheiro e evitando movimentos bruscos. Porém, confira a taxa de administração do fundo. O ideal é que seja menor que 1% e não deixe de acompanhar o desempenho mensal. Alguns fundos por aí perdem de longe do CDI. Um bom fundo DI deve acompanhar de perto a taxa do CDI, isto é, 100% de rendimento do CDI. Uma opção aos Fundos DI é a aplicação no Tesouro Selic, que tem retorno semelhante aos melhores fundos DI e um custo baixo: 0,3% ao ano de custódia, acrescido da taxa de administração. É importante salientar que algumas corretoras não cobram esta taxa, como a XP investimentos, o que reduz drasticamente os custos deste investimento.

Médio Prazo (menos de 5 anos):

Títulos pós-fixados. Fuja dos ativos pós-fixados neste horizonte de tempo, pois o viés da Selic é de forte queda e estes títulos renderão no futuro cada vez menos. Esta premissa é válida para os Fundos DI, CDBs pós-fixados e também para as Letras de crédito imobiliário (LCIs). Todavia, destaco a vantagem das LCIs pela isenção do imposto de renda (IR).

Fundos Imobiliários. Apesar da melhora na cotação dos fundos imobiliários em 2016, os preços ainda continuam bastante penalizados e, por conseguinte, muito atrativos. Os proventos mensais são interessantes, até 1% ao mês, e isentos de IR para o pequeno investidor. É provável que num futuro bem próximo, na transição de 2017 para 2018, o mercado imobiliário comercial volte a se aquecer, e as cotações podem disparar.

Títulos prefixados. Manter os títulos prefixados comprados no ano passado, pois apesar da intensa alta em 2016, ainda vejo espaço para a continuidade da valorização destes títulos. O mercado já precificou uma queda da Selic até os 11,5% (DI 2018), no momento em que escrevo (dia 01/01/17), mas acho que temos chances de uma redução da taxa básica de juros ainda mais expressiva nos próximos dois anos, 2017 e 2018, se o ajuste fiscal prosseguir. Neste intuito, opte pelos seguintes ativos: Tesouro Prefixado (LTN 2023) e o Tesouro Inflação sem juros semestrais (NTNB Principal 2019 ou  2024).

Longo Prazo (mais de 5 anos):

Tesouro Direto. Visando a aposentadoria, opte pelo Tesouro IPCA 2035 (NTNB Série Principal) e tenha uma garantia de um retorno real acima do processo inflacionário (5,66% ao ano acima da inflação). Se você tiver disponibilidade financeira faça um aporte maior no começo de 2017, pois as taxas ainda estão muito interessantes. Senão, compre aos poucos e faça um preço médio dos juros.

Dólar e Ouro. A moeda americana caiu fortemente em 2016 (20%). O rumo para 2017 ainda é incerto, apesar de uma provável turbulência no primeiro trimestre (alta) . A maioria dos analistas espera por uma cotação entre 3,0 e 3,50 reais ao final de 2017. Sugiro manter uma pequena parte do seu patrimônio atrelado à moeda americana com a intenção de proteger parte do seu patrimônio. Outra opção de proteção de carteira é investir em ouro. Mantenha 10% da sua carteira nestes ativos (sugestão: 5% em cada ativo).

Mercado de ações. O IBOV está cotado em 60.227mil pontos no momento em que escrevo: preço de fechamento de 2016. O objetivo de longo prazo continua incalculável. Apenas uma catástrofe político-econômica poderia derrubar a bolsa para menos de 50 mil pontos – releia o texto publicado em dezembro de 2016 sobre a minha previsão para o IBOV. Desta forma, o risco-benefício é muito bom. Contudo, invista somente o dinheiro que você não precisará no curto prazo. Estamos falando em investimentos para mais de cinco anos e nunca exponha grande parte do seu portfólio ao mercado de renda variável.

Escrevo mais uma vez neste espaço que uma ótima e fácil opção para se investir na bolsa é comprar o ativo BOVA11 (cotação unitária atual de R$ 58,24 e lote de 10 cotas). Com cerca de 600 reais, você já pode investir no lote padrão deste ativo, sem usar o mercado fracionário. Lembrando que este ativo não exige muito conhecimento por parte do investidor e o retorno no longo prazo tende a ser muito bom e, melhor, sem risco de crédito, pois você não estará comprando ações de uma única empresa, e sim de várias ao mesmo tempo. Por outro lado, se você montar uma carteira personalizada com a ajuda de um bom especialista, seus ganhos poderão ser ainda maiores.

Em dezembro de 2015 escrevi o seguinte: “estou vivenciando o mercado financeiro há oito anos e acredito que estamos no melhor momento para investir e arriscar um pouco mais no mercado de renda variável. O clímax do pessimismo sempre gera as melhores oportunidades”.  Um ano após, o cenário para os investimentos em renda variável é ainda melhor, pois as incertezas políticas foram mitigadas e caos fiscal está sendo contornado. Dias melhores virão. Portanto, não perca esta grande oportunidade de multiplicar seu patrimônio!

Se você precisar, os meus dois últimos livros poderão lhe auxiliar neste intuito. 

Disponíveis no site da Amazon: www.amazon.com.br





MJR


* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.