O caótico
cenário econômico atual previsto por vários analistas foi concretizado. Depois
das constantes mazelas do Guido, sob a cumplicidade da Presidente Dilma, não
sairíamos ilesos. Porém há uma luz no fim do túnel, e tem nome, Joaquim Levy.
Se o ajuste fiscal for aprovado no congresso e executado da forma correta, o
Brasil poderá sair do atoleiro. O saneamento da Petrobrás é outro ponto chave.
É preciso extirpar o câncer da corrupção que se instalou na maior empresa do
país nos últimos 12 anos.
E a Bovespa nesta história?
O fraco desempenho do Índice Bovespa (IBOV) nos últimos anos, de 2010 a 2014, é reflexo da forte deterioração econômica do país. Em resumo, sem crescimento do país (PIB), não há crescimento das empresas e nem aumento dos lucros das companhias, o que afugenta os investidores e afeta diretamente o principal índice da bolsa brasileira, o IBOV. Desta forma, algumas empresas já fecharam seu capital na bolsa e pouquíssimas foram abertas nos últimos anos. Porém, acredito que estamos muito próximos do fundo do poço. A história das bolsas mostra que vários anos de contração sempre são seguidos por longos períodos de alta. Veja seis motivos para acreditar num bom desempenho da Bovespa nos próximos anos (o ponto de partida pode ser 2015):
1. Do topo de setembro de 2014 para cá,
a bolsa perdeu quase 20%. Contudo, em dólar, a queda foi muito maior (mais de
40%). Observe os gráficos: o primeiro em reais e o segundo dolarizado. Neste patamar
em dólar, a bolsa ficou muito atrativa para os investidores estrangeiros.
2. A mudança de metodologia do IBOV a
partir de 2014 deu nova cara à Bovespa. As empresas mais eficientes estão sendo
privilegiadas e as ruins, aos poucos, estão sendo expurgadas do índice.
3. Estamos num período de baixa das commodities. É fato. E pode ser duradouro. Porém, ciclos são ciclos. Pode até demorar, mas o próximo ciclo de alta das commodities vai chegar.
4. As principais bolsas mundiais estão
em níveis históricos de alta. Uma correção está próxima. Talvez parte do
capital migre para cá. Não de imediato, mas após a melhora do cenário econômico
aqui – se o ajuste fiscal for executado, é claro!
5. O índice P/L (preço sobre lucro) mede
objetivamente se a bolsa (ou qualquer ação) está cara ou barata. O P/L atual da
Bovespa está em 11,5, um pouco acima da média histórica dos últimos 10 anos
(10,9). Todavia, devemos lembrar que desde 2008 estamos em queda do IBOV, assim
a média teve uma grande retração (ou distorção). A maioria das bolsas
internacionais está com um ágio muito acima da Bovespa, isto é, a nossa bolsa
está muito descontada em relação às demais.
6. A Taxa Selic em alta favorece os
investimentos em renda fixa (Tesouro Direto, Fundos DI, etc.). Contudo, se o
ajuste for executado de forma eficaz, em breve, a Taxa Selic poderá ser
reduzida, o que favorecerá o crescimento das empresas e, por conseguinte, o
preço das ações na Bovespa.
Assim, na minha
visão, a Bovespa não está cara. Pode ser que não esteja tão barata, mas
decididamente não está cara. E melhor, acredito que o risco / retorno é muito
bom. Acho que vale a pena correr o risco de se aplicar agora visando o longo
prazo. O downside (perspectiva de queda) do índice é muito mais limitado do que
o upside. Na alta, o céu é o limite na alta. E o chão? Segundo alguns bons
analistas, dificilmente perderemos os 40 / 45 mil pontos, o que concordo
plenamente. Portanto, não espere por uma dica milagrosa. Ninguém vai te avisar
que o fundo do índice chegou... Uma boa tática? Compre aos poucos, mensalmente,
e invista apenas o dinheiro que visa o longo prazo, isto é, mais de cinco anos.
Não invista o dinheiro que você vai precisar no curto prazo. Não especule.
Invista corretamente!
* na última semana, o IBOV sinalizou
pelos gráficos que teremos uma provável alta no curto prazo, tanto pelo gráfico
diário, como pelo semanal (pivot de ata – veja os gráficos). É preciso esperar
mais alguns dias para se descartar um falso rompimento, o que poderia ser muito
ruim para o índice. Porém, se os gráficos estiverem corretos, poderemos ter o
começo de um ciclo de alta mais longo.
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
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