domingo, 4 de outubro de 2015

Um pouco mais sobre os títulos públicos prefixados: 6% em 10 dias!


Há cerca de 10 dias escrevi sobre a boa remuneração dos títulos prefixados. Os juros futuros estavam sendo negociados em níveis recordes, fazendo com que os juros dos títulos prefixados explodissem. Naquele dia, os papéis do tesouro direto prefixado (LTN 2021) bateram 16,30% ao ano. Comprei com muita convicção e escrevi no blog. Desde então muito gente me questionou se é a hora de aplicar tudo em títulos prefixados e o que eu penso sobre os títulos pós-fixados. Veja algumas ponderações e tire suas próprias conclusões:

1 – A Taxa Selic está em 14,25%. A ata do Copom sugere a manutenção desses juros por um longo período. Apesar da inflação resiliente, um aumento da taxa básica de juros pode pressionar ainda mais a recessão. Desta forma, acredito que por enquanto a taxa Selic ficará neste patamar.

2 – Sempre é bom lembrar que a taxa de juros somente poderá ser reduzida de forma consistente e segura com o equilíbrio das contas públicas. Isto parece bastante longínquo, apesar das medidas anunciadas na última sexta.

3 – A instabilidade do mercado financeiro vai continuar, pois o cenário político e econômico ainda é caótico, sem boas perspectivas. Assim, volatilidade é a palavra-chave do momento.

4 – Um eventual (e provável) rebaixamento do rating brasileiro por outras agências internacionais  pode pressionar ainda mais o dólar e as taxas de juros futuros.

5 – A proximidade da subida de juros no mercado americano também trará pressão aos países emergentes, especialmente ao Brasil.

6 – Posto isto, fica claro que os juros futuros (DI) podem e devem continuar a subir até caminharem para uma estabilidade futura e sua posterior redução. Assim, uma boa parcela dos nossos investimentos deve continuar vinculada aos juros pós-fixados (Fundos DI e Tesouro Selic). Uma postura conservadora e inteligente para uma Tempestade Perfeita. Em contrapartida, em virtude da volatilidade e das altas taxas de juros pagos acredito que também devemos nos posicionar nos títulos prefixados, garantindo uma remuneração extraordinária para os próximos cinco anos.

7 – Compre apenas o montante que você vai manter aplicado durante todo este período. Resgates antecipados podem gerar prejuízos em virtude do deságio. Porém, se você mantiver os títulos até o vencimento, a taxa de retorno é garantida e sem risco, ou melhor, apenas com o risco soberano (o mais baixo no mercado financeiro).

8 – Faça a migração gradual dos títulos pós-fixados para os prefixados. Aproveite os períodos de picos de alta da taxa de juros e compre mais prefixados.

9 – Nos últimos 10 dias os juros futuros desabaram. De lá para cá, a taxa de juros do tesouro prefixado (LTN 2021) caiu de 16,30 para 15,26%. Uma volatilidade estrondosa para um título de renda fixa. Mas o cenário é este e temos que nos acostumar. Eu até poderia vender meus títulos comprados naquele dia e obter um ágio de quase 6% (veja abaixo). Nada mal para apenas 10 dias. Mas não estou pensando no curto prazo. Quero garantir os juros atuais por um bom período e dobrar meu capital em apenas cinco anos. Este é o meu objetivo (e deveria ser o seu).





10 – Por último, fica a minha mensagem. Devemos aproveitar as “lambanças” contínuas do Governo do PT para garantir uma boa remuneração futura. Não sinto culpa alguma. Nunca votei nesta turma. Gostaria de estar aplicando meu dinheiro em renda variável, na bolsa de valores. Investindo no crescimento das empresas e das pessoas. Gerando empregos e maior renda para a população, mas as peripécias e a incompetência dos últimos anos nos custaram muito caro. Porém, agora, cada um com seus problemas. Aproveitem a volatilidade dos títulos de renda fixa.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.


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