sexta-feira, 17 de maio de 2013

Qual a importância da Bolsa de Valores para o crescimento de um país?

Você já pensou sobre o assunto? A grande maioria das pessoas acredita que o mercado acionário é apenas um jogo especulativo de compra e venda de ações, sem nenhuma importância para a população. Falsa impressão! O principal motivo da existência deste mercado é bem diferente. Uma Bolsa de Valores forte é pré-requisito básico para o crescimento e desenvolvimento de um país. Todos os países desenvolvidos possuem um mercado de ações sólido e com ampla participação da população. Esta é a regra! 

De uma forma geral, os investidores brasileiros – pessoas físicas – entram na Bolsa pensando apenas no curto prazo. Assim, perduram por muito pouco tempo e geralmente perdem grande parte de suas economias. Desde 2010 houve uma queda significativa do número de pessoas físicas que investem diretamente em ações no Brasil. Tenho certeza que as razões principais são o total desconhecimento do mercado por parte da população e o fraco resultado do IBOV nos últimos cinco anos. As pessoas tendem a investir em ações apenas no auge da euforia do mercado e da mídia, quando os mercados estão prestes a uma correção (queda nos preços). Foi assim no biênio 2007 / 2008: recorde na entrada de novos investidores. De lá para cá, decepção total! Recentemente li uma entrevista com um alto dirigente da FIESP, onde ele comentou que o valor que a população brasileira dá à Bolsa de Valores é um verdadeiro vexame, o que concordo plenamente. Lembre-se que algumas empresas americanas de grande sucesso (Apple, Microsoft), surgiram em “garagens” e depois cresceram com o dinheiro oriundo da abertura de capital na Bolsa. Esta é a regra nos países desenvolvidos. Aqui no Brasil não temos estímulos governamentais para que pequenas empresas possam participar do ciclo virtuoso que é o mercado acionário.

As empresas maiores e mais “organizadas” quando precisam de dinheiro para novos investimentos buscam na bolsa de valores recursos mais baratos, através da abertura de capital e emissão de novas ações. A ideia central é buscar novos “parceiros”, sem perder o controle acionário da empresa, com o intuito de ampliar os negócios e, por conseguinte, aumentar os lucros no futuro. Todo o dinheiro arrecadado numa Oferta Pública de Ações (IPO), descontado o custo operacional da abertura de capital, vai diretamente para a empresa (mercado primário), sem juros: um ótimo negócio para a companhia! E os minoritários, o que ganham com isso? É a oportunidade de participar de um grande empreendimento, visando o crescimento da empresa e a participação nos lucros. Para o país a equação é ainda mais vantajosa, pois novos investimentos geram mais empregos, maior renda e arrecadação de tributos. Entretanto, para que esta matemática aconteça é preciso TEMPO: não tem como ser diferente. No Brasil não temos a cultura de investimentos de longo prazo. Fomos acostumados por muito tempo com os fartos e fáceis rendimentos de curto prazo, financiados pelo Governo Federal (Taxa básica de juros – SELIC). Porém, a festa acabou! Para conquistarmos rendimentos expressivos teremos que nos arriscar no mercado de renda variável. Mais dias ou menos dias, o Brasil recomeçará sua trajetória de sucesso e desenvolvimento. Basta o Governo Federal não atrapalhar e se possível ajudar: reduzindo a interferência no mercado financeiro, ampliando os investimentos em infraestrutura e, quem sabe, estimulando os investidores minoritários através de benefícios fiscais para os investimentos em Bolsa. A principal missão dos pequenos investidores é entender melhor como funciona este mercado e passar a pensar no longo prazo. Desta forma, poderemos reduzir o grande componente especulativo vigente na BOVESPA, o que prejudica toda a cadeia produtiva e de investimentos.

A partir de agora, nos próximos comentários, vou repassar os conceitos básicos sobre o mercado de ações
e como investir neste mercado! Se preferir, mande suas dúvidas. Bons investimentos! MJR 

   

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