Desde que o economista e ex-ministro da fazenda Delfim Neto
citou este termo em artigo publicado no Jornal Valor Econômico, em outubro de
2013, o tema virou moda no mercado financeiro. Naquele momento, o que motivou
Delfim a escrever o texto foi uma votação no Congresso Nacional, onde nossos
ilustres deputados federais aprovaram uma proposta com o claro intuito de “violação
fiscal” da importante Lei de Responsabilidade Fiscal, o que, se aprovada pelo
Senado, facilitará o aumento dos gastos públicos em todas as esferas, quebrando
ainda mais a confiança do mercado financeiro e favorecendo o rebaixamento do Grau
de Investimento do Brasil pelas agências internacionais de classificação de
risco, ou seja, investir no Brasil terá maior risco de inadimplência. Com isso,
haverá fuga de capital do Brasil e o Tesouro Nacional para conseguir recursos,
necessitará emitir títulos públicos com maiores prêmios, o que já está
acontecendo. Esta é a lei do mercado!
Mas, o que é a Tempestade Perfeita? Poderia responder de uma
maneira simples: ela é o cenário de inferno para os investidores que citei no
blog em dezembro de 2013. Contudo, para Delfim, a Tempestade Perfeita é a união da redução dos estímulos
financeiros do Federal Reserve (o que
já começou) e o rebaixamento do Brasil pelas agências de Rating (o que é provável em breve), num caótico cenário econômico interno
(inflação persistente, juros em alta, gastos públicos excessivos, falta de
investimentos, PIB raquítico e perda de confiança dos investidores). Estes
fatores vão afugentar ainda mais o capital do Brasil, especialmente o
estrangeiro, enfraquecendo a já combalida economia brasileira, pressionando o
dólar e naufragando a Bovespa. Sem falar nas eleições presidenciais em 2014. Será
um estrago perfeito!
Previa-se inicialmente que a Tempestade ocorreria lá pelo meio
do ano; o próprio Delfim, em entrevista no mês passado, argumentou que o risco
da Tempestade Perfeita teria diminuído. Porém, me parece que o tornado chegou. Todos
os ingredientes já estão na mesa: bon
appétit! Na última quinta-feira a bolsa perdeu os 50 mil pontos: o IBOV já
caiu quase 4% em apenas sete pregões de 2014.
E o profeta Guido por onde anda? ... Velejando em águas calmas em seu mar de fantasias. Para ele tudo não passa de neurose do mercado. O profeta deve estar se preparando para um bom e “merecido” descanso de verão. Cadê o protetor solar?
Por último, deixo aqui uma mensagem aos pequenos investidores do mercado de ações: façam hedge de carteira ou migrem para investimentos de menor risco. Não fiquem atônitos ou esperançosos com os repiques de alta, nem rezando para a tempestade ir embora. Acorde! Ela está batendo na sua porta: prepare-se! ... Não sei quanto tempo durará o desastre, mas uma convicção eu tenho: após a tormenta teremos um cenário melhor: boas ações a preços irrisórios. O caos é sempre uma ótima oportunidade para garimpar bons ativos. Como já dizia um sábio investidor: “quando há sangue jorrando nas ruas, temos o melhor cenário para se investir em ações”. Então, mexa-se! MJR
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