terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Aonde investir seu dinheiro em 2015?



A situação econômica do Brasil é alarmante: inflação persistente e superando o teto da meta, baixíssimo crescimento do PIB (menos de 0,2% neste ano), rombo nas contas públicas, dólar em alta, desindustrialização do país, déficit na balança comercial, e o pior, baixíssima confiança dos investidores na política econômica do Governo Federal.  O que esperar do segundo mandato da Presidente Dilma?

Vejo dois cenários possíveis: a manutenção da atual matriz econômica, fracassada, o que determinaria a piora de todos os indicadores acima comentados, ou a mudança de rumo da política econômica, retomando a base do tripé macroeconômico dos últimos 15 anos: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. A indicação de Joaquim Levy para a Fazenda favorece, pelo menos por enquanto, que a segunda hipótese é a mais provável. O aumento da taxa básica de juros (Selic) para 11,75%, mesmo que tardio, também é um sinal positivo. Aguardemos...

Segue uma lista de sugestões para os seus investimentos de curto, médio e longo prazo. Aproveito esta última coluna do blog em 2014 para desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo menos complicado, repleto de conquistas e com muita saúde!

Curto Prazo (menos de 6 meses):

Poupança:
fuja dela. A inflação atual supera o rendimento. Você está perdendo poder de compra.

Fundos DI:
boa opção para o curto prazo. Garante a liquidez imediata do dinheiro e mantém uma boa remuneração pela estreita correlação com a taxa Selic (em alta). O investimento em CDB também é indicado e tem características similares.

Médio Prazo (menos de 5 anos):

Letras de crédito imobiliário (LCIs):
apresentam bom rendimento, cerca de 90% da Taxa CDI, e melhor, são isentas de Imposto de Renda (IR). Cuidado com a liquidez, verificando o prazo de vencimento destes títulos, além de observar o risco de crédito do banco emissor.

Letras de câmbio:
o rendimento é muito maior que o do CDB e dos Fundos DI, por vezes cerca de 130% da Taxa CDI, porém, além da tributação do IR, apresenta maior risco de crédito (títulos emitidos por Financeiras). Portanto tenha o Fundo Garantidor de Créditos como seu grande aliado (as LCIs também têm garantia do FGC até 250 mil reais).

Tesouro Direto:
as atuais taxas de juros para a remuneração destes títulos favorecem esta categoria de investimento. Com a recente alta básica de juros, os títulos pré-fixados (LTNs) com vencimento em 2017 estão pagando cerca de 13,0 % ao ano (veja tabela abaixo). Como o viés da Selic ainda é altista, opte também pelos títulos pós-fixados: LFTs com vencimento em 2017, atreladas à Selic, e pelas NTNBs de médio prazo, 2019, estas últimas vinculadas à inflação. Faça uma “cesta” destes ativos: pré e pós-fixados.



Fundos Imobiliários:
os atuais preços das cotas estão convidativos – cotação abaixo do valor patrimonial. Os proventos mensais são interessantes, até 0,9% ao mês, e isentos de IR para o pequeno investidor. É provável que num futuro o mercado imobiliário comercial volte a se aquecer. Importante: faça uma boa seleção destes fundos. Existem mais de 100 fundos listados na bolsa brasileira.

Longo Prazo (acima de 5 anos) :

Debêntures incentivadas:
pagam bons rendimentos, uma taxa de juros acrescida da inflação, e são isentas de IR. Problema: liquidez (prazo de vencimento longínquo). Algumas corretoras começaram a oferecer fundos de investimentos baseados nestes títulos, o que minimiza a falta de liquidez e mantém o bom rendimento e a isenção do IR.

Tesouro Direto:
visando a aposentadoria, opte pelas NTNBs Série Principal com vencimento em 2035 e tenha uma garantia de um retorno real acima do processo inflacionário (cerca de 6% ao ano). É provável que num futuro próximo com o retorno do crescimento da economia brasileira e os ajustes fiscais, estes ganhos sejam reduzidos. Deste modo, garanta desde já estas taxas camaradas o quanto antes.

Mercado de ações:
a turbulência atual não afetará os ganhos no longo prazo. O histórico das principais bolsas mundiais comprova esta premissa. As crises são passageiras, sempre! A atual cotação IBOV (51 mil pontos) e os preços de alguns ativos estão em patamares baixos. Dificilmente o IBOV perderá os 40 mil pontos. E o objetivo? O céu é o limite. Desta forma, o risco-benefício é muito bom. Mas, não se esqueça: invista somente aquele dinheiro que você não precisará no curto e no médio prazo. Estamos falando em investimentos para mais de cinco anos. Uma ótima e fácil opção para se investir na bolsa é comprar o ativo BOVA11: não exige muito conhecimento por parte do investidor e o retorno no longo prazo tenderá a ser muito bom e, melhor, sem risco de crédito – você não está comprando ações de uma única empresa, e sim cotas de várias empresas ao mesmo tempo.

Bons investimentos.

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