segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Dólar em queda



A desvalorização da moeda americana em 2016 atingiu mais de 20%: de 4,0 reais para 3,18. E pelo cenário atual, a previsão é de mais queda. Veja:

1 – A postergação do aumento de juros nos Estados Unidos em 2016 derrubou o dólar frente a outras divisas mundo afora. A possibilidade de aumento de juros em setembro foi praticamente descartada. Dezembro, quem sabe. Mas ao que tudo indica, parece que ficou para 2017.

2 – A provável efetivação do impeachment da presidente afastada neste mês de agosto aumentará o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, pressionando ainda mais a cotação do dólar para baixo.

3 – Após a nomeação do novo presidente, o Banco Central do Brasil reduziu a interferência no câmbio, o que deixa a flutuação mais limpa. Se por um lado a queda do dólar é ruim para as exportações brasileiras, ela é muito boa para frear a inflação.

4 – Os Fundos de investimentos “Macros”, em geral, estão apostando na queda ou na estabilidade do dólar para o segundo semestre de 2016.

Assim, a tendência natural é a continuidade da valorização do real frente ao dólar, ao menos no curto prazo. Depois de perder a faixa dos 3,20, o próximo objetivo é a cotação de 3,0 reais. Acho improvável perdê-la em 2016, mas se ocorrer, poderemos buscar os níveis de 2,90 e 2,77.

Sempre é bom lembrar que momentos de repique nos preços ocorrem, mas que usualmente não mudam a tendência principal que é de baixa.

Posto isto, fica claro que não é hora de investir no dólar. Fique comprado apenas numa pequena parte do seu capital com o intuito de proteção de carteira (hedge), talvez 10%. Viagem marcada? Compre dólares aos poucos fazendo um preço médio. Não arrisque. Apesar das expectativas, nenhuma previsão é 100% certa. Muito pelo contrário, a cotação futura do dólar quase sempre é uma incógnita!

MJR

2 comentários:

  1. Olá Marcelo,
    Parabéns por todos os seus textos, eles são de fácil compreensão e acessíveis a qualquer pessoa. Na última semana eu li dois dos seus livros, "5 investimentos que garantem seu futuro" e "Não seja o pato da bolsa de valores". Ao final das leituras eu fiquei com uma dúvida (na verdade fiquei com várias boas dúvidas, mas trago aqui a principal delas no momento). Minha intenção com todos os meus investimentos é garantir uma renda futura que possibilite manter meu padrão de vida após a aposentadoria. Assim, ao investir em ações pensando no longo prazo, o ideal, no futuro, seria mantê-las (enquanto forem boas) recebendo dividendos periódicos? Ou o ideal seria vendê-las e aplicar o dinheiro em renda fixa, como por exemplo NTN-B com juros semestrais? Entendo que a palavra "ideal" é muito subjetiva e tudo dependerá do momento econômico do país e dos nossos objetivos. Mas em suma, o investimento em ações deve ser vitalício? Ou devemos acumular um bom capital e posteriormente aplicá-lo em renda fixa, com liquidez suficiente para usufruir das rendas?
    Mais uma vez, parabéns pelos textos.
    Luciano

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    1. Boa Luciano, tudo bem? Antes de tudo, me desculpe pela demora em responder. Tenho convicção que o investimento em ações deve ser feito por toda a vida. É a oportunidade de aumentar seu patrimônio de maneira mais rápida e efetiva. Contudo você precisa ter muita disciplina. O primeiro passo é uma ótima seleção de ativos. É um passo fundamental. Se você não tiver conhecimento invista no ativo BOVA11 que contempla as ações do IBOV. Outro passo importante:você deve manter a maior parte do sue capital em renda fixa, sempre. Nunca invista grande parte do seu dinheiro em renda variável. É insano. Quando sair da bolsa? Não existe uma receita de bolo, mas quando você atingir um patrimônio razoável é hora de reduzir sua exposição. Exemplo: eu tenho uma meta particular que devo atingi-la em 3 a 5 anos. A partir dai vou reduzir significativamente minha exposição, mas uma parte do meu dinheiro sempre ficará investida em ações. Sempre!
      Espero que eu tenha colaborado. E obrigado pelos comentários elogiosos.
      Última dica? Continue estudando e aprimorando seus conhecimentos.
      Abraço, Marcelo

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