O Brasil
sempre foi o país da renda fixa. Com os juros básicos quase sempre nas alturas,
ganhar 1% ao mês nas aplicações de renda fixa – Fundos DI, CDB, Tesouro Selic, etc.
– era fácil, fácil. Porém, nos últimos meses o cenário mudou. Com a inflação
controlada, abaixo da meta, e a taxa de desemprego ainda em alta, o COPOM colocou a Selic num patamar muito reduzido para os padrões brasileiros (e deverá cair
ainda mais nas próximas reuniões), o que é muito bom para o setor produtivo e,
por conseguinte, para a recuperação econômica do país.
Quem não
deve estar muito contente com a situação são as pessoas que sempre deixaram o
dinheiro na renda fixa e, sem esforço algum, tinham um rendimento mensal
formidável. Contudo, a festa acabou! Se você quiser ter um retorno maior precisará
se arriscar um pouco mais em ativos de renda variável. Isso é muito bom para a
bolsa de valores, para o setor imobiliário, para o setor produtivo, para o
Governo (maior arrecadação de impostos) e para a maioria dos brasileiros – mais
empregos, mais renda e maior facilidade ao crédito. Quase todos ganham com os juros
baixos, exceto os rentistas acomodados.
Os juros
baixos facilitam a vida das empresas: diminui o custo das dívidas e facilita os novos investimentos, o que gera mais empregos e maior lucro para os
acionistas. Assim, as empresas de capital aberto serão muito beneficiadas, pois
ocorrerá uma migração natural dos investidores de renda fixa para a renda
variável. Outros fatores também devem impulsionar a bolsa brasileira. Veja:
1. A posição em bolsa de valores dos
grandes fundos locais ainda é muito baixa. Isso deverá mudar nos próximos meses,
o que aumentará significativamente o fluxo de investimentos em ações.
2. O cenário externo mais complicado
poderá em algum momento favorecer o Brasil. Lembre-se da falta de sincronia entre
os mercados desenvolvidos e o Brasil desde o final de 2012. Lá, as bolsas estão no final de um
longo ciclo de alta e por aqui mal começamos. O fluxo dos estrangeiros para o Brasil tende a
permanecer em alta no médio prazo.
3. As eleições em 2018 deverão ter um impacto
nos ativos de renda variável e, a meu ver, possivelmente de forma positiva: consolidação
e eleição de um candidato pró-ajuste fiscal.
Assim, a bolsa
brasileira continua com um viés extremamente positivo. Não deixe para você entrar
tardiamente no mercado de ações. Aproveite os momentos de correção para elevar sua participação em
renda variável. Outra opção é se contentar com o rendimento de 5% ao ano nos
investimentos tradicionais de renda fixa. A escolha é sua.
MJR
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