sexta-feira, 25 de maio de 2018

Bolsa, Petrobrás, Petróleo, Dólar e Diesel.




Semana muito agitada no mercado financeiro. No momento em que escrevo, a queda do IBOV na semana é de mais de 5%. O maior recuo semanal desde maio de 2017 (JBS). E a queda não teve relação com o mercado externo, haja vista que o S&P ficou praticamente estável nesses dias.

O viés de queda do índice foi acentuado com a derrocada das ações da Petrobrás – quase 30% em relação ao topo da semana passada (somente no dia de ontem, queda de quase 14%). O motivo principal foi o comunicado do presidente da Estatal, Pedro Parente, na última quarta-feira, quando anunciou um corte de 10% no preço do diesel por 15 dias, contrapondo a atual política de preços – a “ideia” era ajudar na negociação com os caminhoneiros. Como já era esperado, o mercado bateu forte nas ações. Ingerência do Governo? Ainda é cedo para se chegar a uma conclusão mais fidedigna.

Já o petróleo atingiu a maior cotação no mercado mundial na semana passada, mais de 80 dólares o barril. Nessa semana o petróleo do tipo Brent está recuando cerca de 5%. Sempre é bom relembrar que o barril de petróleo atingiu a mínima dos últimos anos em janeiro de 2016, 27 dólares, e em pouco mais de dois anos, atingiu 80 dólares o barril – alta de mais de 200%.

Como comentei no último post, o dólar americano vem ganhando força nos últimos meses no mercado mundial – aumento da taxa de juros nos EUA. A trégua desta semana na alta da moeda me parece pontual e ajudada pela maior intervenção do Banco Central do Brasil. Mas o viés segue fortemente altista.

Acredito que o mercado de renda variável continuará muito volátil nos próximos meses, especialmente em virtude do processo eleitoral que se aproxima. Posto isto, o que fazer com esses ativos?

1 = Pensando no curto prazo, a volatilidade e a incerteza estarão muito presentes nos próximos meses. Portanto, um cenário não recomendado para os iniciantes. Para aqueles que têm algum domínio, o uso do mercado de opções é interessante para proteger a carteira. Por exemplo, as puts da Petrobrás saltaram mais de 1.000% em poucos dias.

2 = Visando o longo prazo (a tendência primária do IBOV ainda é de alta), aproveite os momentos de exagero do mercado (quedas acentuadas) para aumentar gradualmente suas posições. Mas faça isso com bastante cautela. Somente mudarei de ideia se, em outubro de 2018, elegermos um presidente populista e não compromissado com a continuidade do ajuste fiscal.

3 =Mantenha uma pequena parcela dos seus investimentos aplicada em dólares no intuito de proteger parcialmente seu portfólio. Para aqueles que vão viajar para o exterior, opte por compras parceladas da moeda americana. Não tente adivinhar fundos!

4 = Já o petróleo, por enquanto, continua com o viés de alta. Não há sinais de reversão, o que continuará pressionando os preços dos combustíveis. O Governo Federal não terá uma tarefa fácil em segurar o preço do Diesel.

MJR

* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.



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