sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A vitória do Bolsonaro está precificada ou não no IBOV?




Antes de tudo, é bom lembrar que até esse momento, dois dias antes das eleições, a vitória de Jair Bolsonaro é muito provável. Somente um “Tsunami”, nas palavras de Montenegro do Ibope, poderá reverter a grande vantagem do Capitão. Assim, esqueçamos essa possibilidade, pois se ocorresse, seria um “banho de sangue” na próxima semana e a Bovespa teria Circuit-Breaker de repetição.

Bom, voltemos ao cenário mais provável, a eleição do líder nas pesquisas. Aqui, temos a grande questão: a vitória de Bolsonaro já estaria precificada no IBOV, haja vista que costumeiramente o mercado antecipa as notícias: “sobe no boato e cai no fato”.

Após ler a opinião de vários gestores e analistas nas últimas semanas, e comparar com meus estudos  do movimento dos preços neste período, acredito que o IBOV pode disparar na próxima segunda com a vitória de Bolsonaro.

Veja os principais motivos para a minha opinião:

1.       O evento em si é muito RELEVANTE, significa “sepultar” o modelo econômico que colocou o país na maior crise da história.

2.       O mercado claramente embarcou na onda Bolsonaro. Isso ninguém discute.

3.       Após a forte alta do IBOV na segunda-feira após o primeiro turno, os preços recuaram desde então. Ainda não houve euforia no segundo turno.

4.       Um dos motivos para o recuo do IBOV é a forte queda dos mercados americanos. Isso segurou a valorização do índice local.

5.       Uma questão psicológica: uma coisa é um evento ser provável, outra bem diferente, é o fato estar consumado. Em eventos binários isso faz muita diferença.

6.       Mesmo com a alta do IBOV nos últimos 34 meses, desde janeiro de 2016, a participação dos fundos de investimentos locais na Bovespa ainda é muito pequena. E, desde fevereiro de 2018, o fluxo dos estrangeiros também é negativo.

7.       Desde o pico em dólares deste ano, o IBOV caiu mais de 34%, até o fundo em meados de setembro. Mesmo com a alta recente, ainda temos uma queda de 15% em relação ao topo de fevereiro.

8.       O número de contratos em aberto no mercado futuro para o IBOV está em níveis baixos, não condizentes com cenários de incerteza.

9.       E, por último, percebo claramente que a maioria dos gestores e analistas, locais e internacionais, estão otimistas com a economia brasileira e, por conseguinte, com o desempenho dos ativos brasileiros.

Posto isto, concluo que, na minha visão, poderemos ter uma forte alta na bolsa de valores. Por quanto tempo isso durará? Eu não sei. Vai depender da montagem do próximo governo e das medidas que serão propostas e anunciadas.

Mas lembre-se, no mercado financeiro, não existem certezas, e sim probabilidades. Uma vitória da esquerda pode arrasar os ativos brasileiros, pelo menos num primeiro momento. E outra, o mercado pode abrir em alta na segunda-feira, e recuar fortemente em seguida. 

Aguardemos o domingo e a próxima segunda!

MJR



* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.




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