Impulsionado pelo otimismo interno e pela melhora do cenário
externo, o IBOV começou o ano de 2019 com um excelente desempenho e atingiu a
marca de 98 mil pontos – topo histórico. Uma alta de mais de 11% no mês de
janeiro e de mais de 16% em relação ao fundo de dezembro. Um retorno fenomenal
em apenas seis semanas. Os ganhos de janeiro são quase duas vezes o rendimento anual
previsto do CDI.
Será que no curto prazo poderemos ir ainda mais longe? Ou chegou
a hora de corrigir?
Sempre é tentador acharmos que seguiremos em alta por mais e
mais tempo. Mas, infelizmente, o histórico das bolsas mostra justamente o
contrário. Os períodos de euforia são seguidos por tempos de correção. Faz
parte do mercado de renda variável. É óbvio que num BULL MARKET, como o atual,
os fundos serão sempre ascendentes e os topos também, o que confirma a
tendência de alta.
A meu ver o IBOV poderá atingir a marca de 100 mil pontos ainda
nessa “pernada de alta”. Talvez na semana que vem. Por outro lado, acredito que
estamos próximos do fim da festa de curto prazo. É preciso que o IBOV recue por
um tempo para atrair novos investidores. No curto prazo as ações estão caras.
Após esse recuo o índice terá fôlego para ir muito mais longe. É provável que em
2019 o IBOV vá muito além dos 100 mil pontos. Mas, esqueçamos do médio e o longo
prazo, e pensemos no próximo mês, o foco dessa análise.
Em minha opinião chegou a hora de realizar lucros de forma
parcial. Exemplo: se você tem 1.000 ações do Itaú em carteira, venda 300 ou 500
ações, e faça caixa (aplique em um Fundo DI ou no Tesouro Selic). Outra forma de
proteger parte da carteira é utilizar o mercado futuro (vendendo minicontratos
– conheça meu livro sobre mercado futuro). Nesse momento não recomento operar
“vendido”, pois remar contra a forte tendência de alta do IBOV é sinal de pouca
inteligência.
Graficamente pela periodicidade semanal, ainda podemos
buscar os 100 mil pontos, que seria a projeção de 100% da última pernada de
alta, ocorrida entre setembro e outubro de 2018. Todavia, quatro aspectos no
gráfico semanal me deixam preocupados. O afastamento da média móvel de 21
períodos. O candle formado nessa semana é um padrão de “homem enforcado” (hangman – seta vermelha), que quando
surge após vários candles de alta, sugere reversão. O pico de volume também
pode inferir exaustão do movimento (apesar de que o aumento de volume dessa semana
possa estar relacionado às ações da VALE pelo ocorrido em Brumadinho). Por
último, já são seis semanas de ganhos no IBOV. E mais, pelo gráfico diário,
existe uma clara divergência pelo MACD, o que sugere uma queda para os próximos
dias.
Sempre é bom lembrar que o IBOV acompanhou nas últimas
semanas, a forte recuperação das bolsas americanas e das commodities – petróleo
e minério de ferro. Uma reversão por lá poderá ajudar a derrubar o IBOV no
curto prazo. Por outro lado, a continuidade da alta no mercado externo poderá
acelerar os ganhos por aqui.
Resumindo, eu particularmente acho que o IBOV recuará em
breve. O principal suporte está no patamar dos 89 / 90 mil pontos. Outra
possibilidade é uma correção lateral, ou seja, o índice ficaria oscilando entre
94 e 100 mil pontos, antes do próximo rali de alta. Aguardemos.
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.
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