No último post (01/03/2020) o IBOV estava cotado a 104 mil
pontos. Escrevi naquele dia que o índice tinha feito um sinal de fundo no curto
prazo e que deveria “repicar”. De fato, isso ocorreu e o IBOV subiu quase 5% em
2 dias. O recuo a seguir também era provável, testando novamente o fundo em 100
mil pontos. Daí para frente surgiu o imponderável.
Seguindo o forte recuo das bolsas mundiais, o IBOV perdeu
30% em apenas seis pregões. A maior queda do IBOV num curto espaço de tempo. Do
topo em janeiro até o dia de ontem (12/03) a queda superou 40%. Definitivamente,
ninguém previa tal magnitude de movimento. Foi um arraso no valor das ações.
Esqueçamos o passado e pensemos no futuro.
O prognóstico para o longo prazo continua o mesmo. Já comentei
isso, mas repito, mesmo os grandes “bull markets” passam por correções agudas.
Assim, não desfaça de suas ações.
A hora de vender já passou. O “timing” ideal ocorreu quando o
IBOV estava cotado acima dos 115 mil pontos, quando recomendei realizações
parciais no mês de janeiro.
Não é fácil ver a carteira de ações sangrando, mas não tome
decisões precipitadas. Os fundamentos da economia brasileira continuam os mesmos.
Por outro lado, no curto prazo as incertezas aumentaram em
progressão geométrica e a alta volatilidade permanecerá. A forte disseminação
do coronavírus, a crise do petróleo e a paralisia da economia mundial devem
afetar significativamente o crescimento global e o lucro das empresas.
O que fazer?
Se você tiver caixa aumente suas proteções em ouro e dólar.
Se antes o indicado era 10%, talvez 20% seja um bom montante. Outros mecanismos de hegde mais sofisticados também podem ser usados pelos investidores mais experientes.
Aproveite as quedas abruptas para aumentar a posição em
ações, mas sempre com muita parcimônia. Vários ativos estão baratos, mas podem
ficar ainda mais. Compre aos poucos.
E o mais importante: invista apenas em boas empresas. Não
compre empresas ruins só porque caíram muito. É uma tremenda fria.
Mantenha intacto seu fundo de reserva. A crise pode durar
mais tempo do que o previsto.
Foque na diversificação da carteira. Não ouse concentrar seus
ativos em supostas oportunidades de renda variável.
Com o pânico mundial, as taxas do Tesouro Direto ficaram
mais atrativas. Mais uma vez, compre aos poucos. A situação pode piorar e as
taxas ficarem ainda mais atrativas.
Duvide de quem sabe o que acontecerá no mercado nas
próximas semanas. É uma missão impossível. Ninguém tem a menor ideia do ocorrerá
no curto prazo.
Resumindo: a meta no curto prazo é sobreviver à tempestade.
A atual crise é passageira, mas não sabemos quantificá-la em tempo. A situação
pode piorar. Foque no longo prazo!
Bons investimentos e muita calma!
* O pânico é uma das principais causas de transferência de renda no mercado financeiro.
* O pânico é uma das principais causas de transferência de renda no mercado financeiro.
MJR
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