As eleições e o rali de alta da Bolsa de Valores
Com a alta de agosto, o IBOV chega a uma valorização de 35%
desde o fundo de março de 2014. Menos de seis meses! O que está por trás
desta alta? Seria os bons fundamentos das empresas que compõe o índice? Será que a economia brasileira está “bombando”? ... Infelizmente
não! A alta reflete apenas a possibilidade de derrota do atual Governo. Como
comentei na última quarta-feira, o mercado financeiro não quer a reeleição da
atual Presidente.
As distorções nos preços
A alta é concentrada quase que exclusivamente nas ações das
estatais (Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil) e nas ações do setor bancário
privado. Outras ações estão apanhando desde o começo do ano, como exemplo, a
Vale. Outras boas empresas estão de lado, como a AMBEV, nem caíram, nem subiram.
Será sustentável esta alta? ... Apenas por curiosidade, as ações do Banco do
Brasil já subiram 88% desde março e as ações da Petrobrás 95%. Enquanto isso,
as ações da Vale caíram quase 15% em 2014. Pergunte a qualquer analista de
mercado qual destas empresas tem uma melhor administração e com melhores
resultados operacionais? Posso garantir, a resposta será unanime!
Uma hora a farra vai acabar
Independente do resultado final da eleição de 2014, mais
dias ou menos dias, a farra da bolsa vai terminar. E pior. Alguém vai pagar o “pato”!
As verdadeiras e sustentáveis altas nos preços são mantidas apenas pelos bons
fundamentos da economia e pelos bons resultados das empresas. Tudo que sobe
rápido, especialmente sem fundamento, cairá! A história é categórica...
A euforia do mercado e a contaminação dos amadores
A alta expressiva já chama a atenção da mídia não especializada
e dos pequenos investidores, estes não acostumados ao mercado de renda variável.
Esta atração é muito perigosa. Não entre nesta aventura traiçoeira. O campo
está minado... De acordo com muitos analistas, daqui para frente, o upside da
bolsa é muito menor que o downside, traduzindo, a possibilidade de perdas
expressivas é muito maior do que a de altas vigorosas... O que fazer? Fique de
fora. Se você participou da farra, chegou a hora de realizar os lucros. Para os
que visam o longo prazo ou desejam a manutenção das ações em carteira, o melhor
é praticar algum mecanismo de proteção de carteira (Hedge).
Repito: alguém pagará a conta! E, comumente a conta chega
para os pequenos investidores! MJR
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