quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Um caminho obscuro pela frente




Em mais de 12 anos atuando no mercado financeiro, confesso que nunca tive tanta dúvida sobre o futuro do IBOV no curto prazo.

É verdade que quase sempre não sabemos o que ocorrerá no dia de amanhã, mas para os próximos dias ou semanas, usualmente, temos alguma noção sobre o rumo da bolsa de valores.

No último post comentei sobre a resiliência do IBOV em seu movimento de alta desde o “Tsunami” ocorrido em março. E isso de fato ocorreu.

Mas, nos últimos dias, a bolsa brasileira perdeu força. Enquanto o S&P continuou subindo, por aqui o IBOV caiu quase 4% em alguns pregões (no dia de hoje o mercado tenta reagir).

Ficou claro pra mim que ao IBOV perdeu momentum. Pode ser uma coisa temporária (alguns dias), mas quem sabe, pode ser o início de tempos mais difíceis.

Acompanho, no meu dia a dia, vários gestores e analistas. Dois deles têm um ótimo histórico de acertos. E a opinião entre eles é conflitante. Um sugere que devemos ter muita cautela no momento atual, mantendo um forte caixa e reduzindo a parcela de renda variável. O outro sugere que a bolsa continuará em alta no mês de agosto.

O que fazer?

Em tempos de incerteza o melhor é ficar calmo e equilibrar as posições na carteira de investimentos.
Decididamente não é hora de arriscar e muito menos sair comprando a qualquer preço. Também não é hora de deixar o mercado de ações.

Assim, mantenha uma carteira diversificada: caixa, renda fixa, ações, fundos imobiliários, previdência, ouro e dólar. Respeite seu perfil e seus horizontes.

Relembrando: o viés da bolsa ainda é de alta. E do ouro também, aliás, por aqui, o OZ1D (ouro físico negociado na B3) renovou a máxima (350 reais o grama).

Já para o dólar, o viés recente é de baixa. 

Por último, continue atento ao movimento do mercado americano. Qualquer correção mais profunda por lá, a queda por aqui pode ser ainda mais forte. Por outro lado, mais altas por lá, deveremos voltar a subir rumo aos 108 mil pontos e, depois, quem sabe, buscar o topo histórico.

Atenção aos suportes imediatos: 98, 90 e 84 mil pontos.

O IBOV no dia de hoje está cotado em cerca de 102.500 pontos. 

É tempo de cautela.

MJR

*Conheça o livro publicado pela Altabooks e meu novo site: www.investircadavezmelhor.com.br



domingo, 19 de julho de 2020

A Resiliência do IBOV




Um dos conceitos mais importantes no mercado de renda variável é a resiliência de um movimento. Quando um ativo está numa tendência instalada, de alta por exemplo, é preciso uma força muito maior para mudar sua rota.

Na última segunda-feira escrevi que o IBOV tinha feito um sinal de alerta e poderia corrigir por alguns dias. Alarme falso. Subiu cerca de 4% desde o fechamento daquele dia.

Seguindo os mercados americanos, o índice brasileiro retomou a alta nos dias seguintes e fechou a semana próximo da máxima (quase 103 mil pontos) e com alto volume financeiro.

Assim, é provável que a “festa” continue e que o IBOV busque patamares ainda mais altos nas próximas semanas.

Próximos alvos: 108 mil pontos e depois o topo histórico (119.593 pontos).



Dentre os principais motivos para a alta do IBOV, cito: a forte queda da taxa de juros no Brasil (perda da atratividade da renda fixa), o aumento expressivo do número de participantes na bolsa (quase três milhões de pessoas), o bom resultado de alguns setores durante a pandemia (varejo e construção civil), a perspectiva de uma saída mais rápida para a crise sanitária.

E o mais importante: continuaremos seguindo os passos das bolsas americanas. Fique atento nos movimentos por lá.

Desta forma, siga o fluxo, mas não deixe de diversificar sua carteira e mantenha alguns ativos de proteção. E não exagere na dose! O vento poderá mudar a qualquer momento. E mais. Os resultados do segundo trimestre, que serão divulgados em breve, poderão acelerar ou mudar os movimentos atuais.

Bons investimentos.

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.


segunda-feira, 13 de julho de 2020

Sinal de alerta no IBOV!



O IBOV rompeu os 100 mil pontos na semana passada; de forma tímida, é verdade.

Seguindo o mercado externo, no dia de hoje, o índice começou em alta e fechou em forte queda, na mínima – 98.600. Deixou uma “barra” de conotação negativa no gráfico diário.



E mais, com volume financeiro acima da média: o maior desde o dia 22/06/2020.

E o que isso significa?

Usualmente é um sinal gráfico que indica correção para os próximos dias.

Importante: não é um sinal de reversão de tendência, mas um sinal de recuo nos preços para os próximos pregões.

No último post já tinha comentado que o IBOV tinha perdido momentum.

Outro agravante: o rompimento dos 100 mil pontos pode ser caracterizado como um “falso rompimento”, o que geralmente favorece um forte movimento no sentido contrário (queda).

Suportes imediatos: 96 mil, 93 mil, 90 mil e 83 mil pontos.

O que fazer? É hora de cautela.

Realize parcialmente seus lucros, se ainda não o fez.

Compre (ou aumente) algumas proteções para sua carteira.

Não zere sua carteira de ações e nem opere vendido. Ainda estamos numa tendência de alta.

Também não é hora de sair comprando. O IBOV poderá corrigir por vários dias. 

Os sinais de hoje sugerem apenas uma correção dentro de uma tendência de alta.

E outra. Mesmo com o movimento de hoje, se os índices americanos voltarem a subir a partir de amanhã, nós os seguiremos.

No mercado não existem certezas. Jamais!

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.







quarta-feira, 1 de julho de 2020

Julho 2020. Momento decisivo para o IBOV: ou vai ou racha!




Desde o último post, em 07 de junho, o IBOV caiu, subiu e voltou ao mesmo patamar: 95 / 96 mil pontos. Todavia, no mês de junho tivemos mais uma alta expressiva, cerca de 8%.

O que esperar para o mês de julho?

Na minha opinião, graficamente, estamos num divisor de águas.

Logo acima dos preços atuais, em 98 / 99 mil pontos, temos uma fortíssima resistência: além dos dois toques recentes, ali se encontra a média móvel de 200 períodos e a retração de 61,8% de todo o movimento de queda do primeiro trimestre de 2020. Veja:



Assim, se o IBOV conseguir romper essa faixa e superar os 100 mil pontos, o índice deverá buscar patamares ainda mais altos nos próximos meses, e quem sabe testar o topo histórico em 120 mil pontos.

Caso contrário, o IBOV poderá ficar “andando de lado”, entre 90 e 98 mil pontos, ou mesmo recuar até o outro suporte em 83 mil pontos. 

Assim, temos dois cenários possíveis e totalmente opostos, mas a realidade é essa. No mercado, nem sempre os caminhos são claros.

E o mais importante e inegável, mesmo com as incertezas da pandemia, as bolsas de valores mundo afora estão fortes. Outra coisa me parece certa: continuaremos seguindo o desempenho de Wall Street. Se lá subir, subiremos; se lá cair, cairemos; possivelmente em intensidades diferentes. Exceto, se o clima político pegar fogo por aqui.

Assim, o ideal é que você esteja preparado para os dois cenários e, principalmente, seguir o fluxo. Não reme contra a maré. Eu, particularmente, gostaria que o mercado caísse para melhorar o risco / retorno dos investimentos em renda variável, e ganhar força para novas escaladas. Mas, nem sempre o mercado faz o que a gente quer.

Por último, um palpite: se eu tivesse que apostar em qual caminho o IBOV seguirá no curto prazo, mesmo sabendo que as bolsas estão muito resilientes na alta, eu apostaria na queda antes do rompimento da barreira (seria como ganhar fôlego para um rompimento mais confiável). Meu sentimento é baseado em dois fatores: a divergência pelo indicador MACD (favorecendo a queda) e porque o IBOV ainda não fez uma correção significativa desde o fundo em 75 mil pontos.

E mais, mesmo achando que o IBOV poderá corrigir no curto prazo, acredito fortemente que romperemos os 100 mil pontos ainda no ano de 2020.

Todavia, como já dito, se o IBOV romper a resistência dos 100 mil pontos nos próximos dias eu seguirei o fluxo. Faça o mesmo.

Bons investimentos.

MJR




As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.


domingo, 7 de junho de 2020

Atualização extraordinária (mais uma).




Serei breve.

Após o rompimento da cunha ascendente na última segunda-feira, o IBOV disparou 8% na semana.

Comentei no último post que o caminho estava livre para os 98 / 100 mil pontos (esses números sempre são aproximados).

Na última sexta-feira, o índice atingiu 97.300 mil pontos e recuou, fechando a semana próximo de 95 mil pontos.

Tanto o IBOV como os principais ativos que compõem o índice mostraram sinais clássicos de topo. E isso indica uma provável correção no curto prazo.

Acredito que o mais provável é uma correção até a faixa dos 85 a 90 mil pontos para o IBOV renovar o fôlego e buscar novos patamares.

A continuidade da alta na próxima semana é possível, especialmente se as bolsas americanas continuarem em forte alta, mas claramente o ímpeto de alta do IBOV perdeu momentum.

Em minha opinião é hora de colocar os lucros no bolso. Pelo menos de forma parcial.

Por último, uma curiosidade gráfica: na última sexta-feira o IBOV recuperou 61.2% do movimento de queda do ano, uma faixa muito importante de Fibonacci. Grosso modo, essa “barreira” se superada de forma definitiva sugere que os preços devem voltar ao topo anterior – 120 mil pontos (no médio prazo). Todavia, se não rompida, os preços podem fazer uma nova e longa onda de queda. 

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.



terça-feira, 2 de junho de 2020

Atualização extraordinária



A princípio, considero o movimento de hoje do IBOV muito importante.

O IBOV subiu mais de 2.5% e rompeu a cunha ascendente. E com bom volume financeiro.

Caminho livre para os 98 a 100 mil pontos (retração de 61,2% do movimento de queda e MM200).

E mais. O setor financeiro que estava adormecido subiu fortemente e rompeu a resistência imediata.

Veja:



Assim, a bolsa brasileira deverá continuar subindo no curto prazo. É o que os gráficos sugerem.

Obviamente, se nada de "novo" aparecer no caminho e as bolsas americanas continuarem a subir.

Aproveite o bom momento, mas não exagere na dose (releia os últimos posts).

E lembre-se: o mercado é cruel, por vezes sinaliza para um lado e corre para o outro.

Espere pelo melhor, prepare-se para o pior.

Bons investimentos.

MJR

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.





segunda-feira, 1 de junho de 2020

Junho 2020 – IBOV atualização




O IBOV terminou o mês de maio de forma muito semelhante ao mês de abril – alta acima de 8%.

Impulsionado pela forte alta das bolsas americanas, o IBOV seguiu em alta em maio, contrariando as minhas expectativas para uma possível correção.

Uma coisa importante: apesar do meu pessimismo, recomendei a manutenção da posição em bolsa. Sugeri apenas uma redução.

Tudo que eu escrevi no começo de maio está valendo para junho. Após um mês nada mudou. Releia o comentário.

Confesso que ao ver o IBOV próximo dos 90 mil pontos e comparar com a atual realidade econômica fico com muito receio dos próximos capítulos.

Mas, plagiando um analista técnico, graficamente o IBOV está em alta e só não ver quem não quer (pelo menos por enquanto).

E curiosamente ainda continuamos dentro de uma "cunha ascendente", já descrita em abril, e que é um padrão baixista. Também é verdade que estamos perto de rompê-la e anular tal figura. Quem sabe nessa terça!



E mais. Existem sinais claros de divergência de alta: MACD, OBV, etc.

Resumindo, mantenha sua posição em bolsa, mas não deixe os seguros de lado e diversifique sua carteira.

Mesmo com as altas de abril e maio ainda estamos longe do topo histórico. Cerca de 35% abaixo.

Continuamos grudados no movimento das bolsas americanas. Lá o índice NASDAQ (ações de tecnologia) teve uma recuperação em “V”, e praticamente voltou ao patamar pré-Covid. 



Se subir lá, subiremos por aqui, e vice-versa. Mas, aqui estamos com o "freio de mão puxado".

E mais, para complicar, no Brasil um evento de cauda poderá surgir a qualquer momento: piora da crise política!

Para finalizar, lembre-se: o mercado de ações costuma subir de escada e cair de elevador.

Aproveite o momento de euforia, mas com muita parcimônia.

Be aware!

As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos. E mais. O investimento no mercado de renda variável pode gerar prejuízos.