Nesta
sexta-feira, 04 de janeiro de 2019, um amigo, que mora e trabalha legalmente
nos Estados Unidos, me perguntou numa rede social, o que eu achava sobre o
otimismo exagerado do mercado financeiro com o governo Bolsonaro. Seria apenas
“fogo de palha” ou convicção pura?
Resolvi responder
a ele através deste texto e compartilhar no blog com meus leitores.
Caro Wilson,
Estou “irresponsavelmente”
otimista com o Brasil. E os motivos são muitos. Veja:
Após anos e
anos de “farra” com o dinheiro público, desde a nova constituição em 1988, é a
primeira vez que se discute de maneira aberta que o principal problema do
Brasil é o excesso do gasto público, e que não há mais espaço para aumento de
impostos.
O forte
crescimento na “Era Lula”, resumidamente, foi obtido por cinco razões: a base econômica
deixada pelo governo FHC, a “calmaria internacional” de 2002 a 2008, o boom das
commodities, e a expansão do crédito e consumo no Brasil. Todavia, o governo do
PT continuou expandindo os gastos e não fez as reformas necessárias. Uma hora a
conta chegaria.
Pior. A
situação foi agravada pela nova matriz econômica proposta por Guido e Dilma que
destruiu os pilares da economia brasileira (superávit primário e controle da
inflação). Tudo isso acelerado pela corrupção desenfreada.
Todavia, o
impeachment da presidente Dilma, com forte apoio popular, mudou o rumo do país.
O ex-presidente Temer já fez muita coisa,
gostem dele ou não. Basta checar os indicadores econômicos de meados de 2016
para os dias de hoje, a mudança de gestão das Estatais e a aprovação de algumas
reformas importantes, como a trabalhista e a PEC do teto de gastos públicos.
A eleição de
um político “fora da caixinha” foi um belo acerto da população. Confesso que
Jair Bolsonaro não era meu candidato no começo da campanha. Votei nele apenas
no segundo turno. Mas hoje tenho convicção, ele era a melhor opção. Precisávamos
dar um choque de realidade nos caciques de Brasília.
A equipe brilhante
montada no planalto pelo governo atual e os sinais inequívocos que caminharemos
para um liberalismo econômico mostram, de maneira categórica, que estamos no
caminho certo: controle dos gastos públicos, privatizações e simplificação
tributária. Para mim, não há dúvida sobre isso.
O grande apoio
popular ao presidente eleito é mais que suficiente para a aprovação das reformas
que o país precisa. E a previdência é a prioridade. Não será fácil, mas ela possivelmente
ocorrerá ainda no primeiro semestre.
Também tenho
total convicção que uma reforma “ideal” é utópica, mas uma reforma razoável sairá.
E isso é suficiente para o Brasil voltar a crescer. Como o próprio Paulo Guedes
disse no discurso de posse: “basta que o atual governo não deixe a dívida subir”.
Após vários
anos de recessão e crescimento pífio do PIB, o terreno está fértil para a
retomada do forte crescimento. E mais. O otimismo na população é geral, desde
os assalariados, até os empresários e investidores.
Façamos uma
correlação com o mercado internacional.
Após a crise
mundial de 2008, as economias dos países desenvolvidos e as bolsas mundiais
tiveram uma grande expansão. O Brasil, exceto em 2010, retrocedeu fortemente.
Por lá, eles estão num “late cycle” e por aqui mal começamos
o nosso ciclo de alta.
Mesmo com a
alta expressiva de mais de 100% da bolsa brasileira de janeiro de 2016 para cá,
o potencial de crescimento ainda é incalculável. O IBOV cotado em dólares ainda
está longe da marca atingida em 2008. E o EWZ idem (ETF BRAZIL negociado nos
EUA).
Em geral, os
ciclos de alta das bolsas duram em média sete anos. Se caracterizarmos que o
início do BULL MARKET tupiniquim começou
em janeiro de 2016, ainda temos mais quatro anos de alta pela frente.
Mesmo que a
crise externa se aprofunde, isso não atrapalhará nosso crescimento no médio e
longo prazo. Abalos pontuais vão
ocorrer. Mas isso faz parte do jogo.
Se a
economia brasileira voltar a crescer 3 a 4% ao ano, os lucros das empresas vão
disparar. Lucros em alta, cotação das ações em alta. Simples assim. Em geral, a
bolsa reflete a vitalidade da economia, com apenas uma diferença: o mercado
financeiro anda na frente da economia real (pelo menos seis meses à frente).
Mas, e se
der errado? Acho improvável, mas tudo é possível. Em minha opinião é hora de
aproveitar o momento, sair da zona de conforto e arriscar um pouco mais.
Posto isto,
caro Batata (o apelido do Wilson entre os amigos), o Brasil é a bola da vez. E
provavelmente os ativos brasileiros continuarão com forte apreciação nos
próximos anos. Forte abraço.
That’s all
folks!
MJR
* As opiniões postadas no blog são apenas posições do autor sobre o tema, e não constituem em si, recomendações de compra ou venda de ativos.